Potencialidades da atividade de tertúlia literária dialógica ... - UFSCar
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escritos <strong>de</strong> Girotto (ibid). Assim, sabemos que antes <strong>de</strong> ter o significado atual era<br />
ti<strong>da</strong> como formas <strong>de</strong>:<br />
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(...) erudição, <strong>de</strong> conhecimentos gramaticais, <strong>de</strong> domínio <strong>de</strong> línguas<br />
clássicas..., foi só a partir do século XVIII que a palavra literatura foi<br />
tendo atenuado seu significado <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> intelectual superior mais<br />
generaliza<strong>da</strong>, e fortalecido o significado mais próximo do que hoje<br />
ela nos sugere. (LAJOLO 1982, apud GIROTTO, ibid, p. 38).<br />
Na Grécia, a literatura clássica veio <strong>da</strong> tradição <strong>de</strong> autores e tinha como<br />
leitores ci<strong>da</strong>dãos letrados, ou seja, era voltado para a elite.<br />
Com a cristianização, a leitura dos clássicos passou a ser restrita, pois era<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma arte pagã, contra os princípios religiosos.<br />
Na I<strong>da</strong><strong>de</strong> Média, a literatura era feita por pessoas patrocina<strong>da</strong>s pela elite,<br />
e que tinham por objetivo agra<strong>da</strong>r o patrono, já que este lhe financiava o trabalho.<br />
Esta forma <strong>de</strong> fazer literatura era ti<strong>da</strong> como ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> luxo e o escritor visto<br />
como ocioso.<br />
Também temos que os contadores <strong>de</strong> história transmitiam sua cultura,<br />
seus valores, através <strong>da</strong> contação <strong>de</strong> história, que, mais tar<strong>de</strong>, passou a ser<br />
registra<strong>da</strong> em livros, a partir do século XVII, através <strong>da</strong> tradição popular.<br />
Girotto (ibid) se embasa na origem popular <strong>da</strong> literatura e aponta que as<br />
primeiras fontes, que originaram a literatura popular européia são orientais.<br />
E, nos séculos IX e X, vemos transitar oralmente uma literatura popular,<br />
que hoje é conheci<strong>da</strong> como folclórica e infantil. Essas histórias <strong>de</strong>rivam <strong>de</strong><br />
narrativas orientais ou gregas retratando valores <strong>de</strong> comportamento social e ético.<br />
Já a literatura <strong>de</strong> origem culta, baseou-se nas novelas <strong>de</strong> cavalaria, <strong>de</strong> tradição<br />
oci<strong>de</strong>ntal, que apresenta elementos <strong>de</strong> um mundo mágico, distante <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Na Baixa I<strong>da</strong><strong>de</strong> Média, a leitura era permiti<strong>da</strong> somente ao clero.<br />
No Humanismo, nos séculos XV e XVI, vemos a retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong> leitura <strong>de</strong><br />
livros clássicos latinos e gregos, que até então eram utilizados como mo<strong>de</strong>los<br />
gramaticais e estilísticos. Frente a tantas mu<strong>da</strong>nças, a pe<strong>da</strong>gogia passa a valorizar<br />
a criança e seu universo.<br />
O renascimento, as gran<strong>de</strong>s navegações e os “<strong>de</strong>scobrimentos”<br />
possibilitaram mu<strong>da</strong>nças sociais. Dentre eles a Reforma Protestante, que permitiu<br />
a livre interpretação <strong>da</strong> bíblia e impulsionou a liber<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pensamento, já a