Potencialidades da atividade de tertúlia literária dialógica ... - UFSCar
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- em que as pessoas se comportam como se as outras fossem seu público; a ação<br />
comunicativa- que é a interação entre sujeitos capazes <strong>de</strong> linguagem e ação.<br />
De acordo com Girotto (ibid) a perspectiva <strong>da</strong> ação comunicativa, supera<br />
a teoria <strong>da</strong> racionalização (cria<strong>da</strong> por Weber que entendia a racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> como a<br />
utilização <strong>de</strong> melhores meios para atingir fins práticos), pois prioriza a relação<br />
interpessoal em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> relação solitária, substituindo a linguagem<br />
perlocutória (que busca causar um efeito no ouvinte) pela ilocucionária (que busca<br />
comunicar).<br />
Em Freire (2005, apud GIROTTO, 2007), temos que a busca <strong>da</strong><br />
coerência <strong>da</strong>s pessoas no mundo se faz através do diálogo, que vê a palavra como<br />
um direito <strong>de</strong> to<strong>da</strong> pessoa e não como privilégio <strong>de</strong> alguns. Freire concebe a<br />
palavra <strong>de</strong>ntro do diálogo como uma práxis que requer a ação e reflexão para que<br />
não se torne ativismo – ação sem reflexão- nem verbalismo - reflexão sem ação.<br />
Consi<strong>de</strong>rando o percurso realizado no presente item, sobre como a<br />
educação escolar veio se constituindo através dos séculos, po<strong>de</strong>-se dizer que ela<br />
sempre previu um tratamento <strong>de</strong>sigual para os diferentes grupos sociais e<br />
culturais. Nesta perspectiva, a visão <strong>de</strong> criança também foi se alterando, além <strong>de</strong><br />
haver diferentes visões para as crianças <strong>de</strong> diferentes grupos. E a isso que vamos<br />
nos <strong>de</strong>dicar no item que segue.<br />
1.2. A infância na História e sua influência na educação escolar<br />
Em nossos estudos pu<strong>de</strong>mos constatar que a concepção <strong>de</strong> infância<br />
alterou-se ao longo dos séculos.<br />
Segundo Yamim (2006), na Grécia, as crianças eram ti<strong>da</strong>s como seres<br />
inferiores, porém eram concebi<strong>da</strong>s como um instrumento <strong>de</strong> transformação <strong>da</strong><br />
pólis.<br />
Na I<strong>da</strong><strong>de</strong> Média, a infância era ti<strong>da</strong> como um período <strong>de</strong> transição ao<br />
mundo adulto e o sentimento em relação a elas baseava-se na preservação moral e<br />
religiosa.<br />
De acordo com a mesma autora, que se pauta nos estudos <strong>de</strong> Àries<br />
(1981), no século XVII, houve a <strong>de</strong>scoberta e aceitação <strong>da</strong> particulari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
infantil.<br />
Assim, a família passou a basear-se em relações <strong>de</strong> carinho com a<br />
criança, lembrando que a severi<strong>da</strong><strong>de</strong> no tratamento com esta era corrente.<br />
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