Potencialidades da atividade de tertúlia literária dialógica ... - UFSCar
Potencialidades da atividade de tertúlia literária dialógica ... - UFSCar
Potencialidades da atividade de tertúlia literária dialógica ... - UFSCar
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
investigação. E, ao professor/a cabe elaborar as melhores formas <strong>de</strong> intervir nesta<br />
construção.<br />
Este enfoque faz uso <strong>da</strong> racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> instrumental como a técnica, pois<br />
consi<strong>de</strong>ra a melhor maneira para <strong>de</strong>senvolver o alunado, consi<strong>de</strong>rando a melhor<br />
forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvê-los individualmente, enten<strong>de</strong>ndo que os objetos e o mundo<br />
têm significados diferentes para ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les, <strong>de</strong> acordo com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> em que<br />
estão inseridos/as.<br />
Porém, na escola esta idéia é apresenta<strong>da</strong> como o respeito ao ritmo do/a<br />
aluno/a não consi<strong>de</strong>rando as <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> contexto em que vivem as crianças,<br />
como se o/a aluno/a fosse o responsável por sua aprendizagem, e no caso <strong>de</strong> seu<br />
fracasso ele é o culpado, o que acaba gerando o aumento <strong>da</strong>s <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
aprendizagem.<br />
Por outro lado, temos Vigotsky, que <strong>de</strong>senvolveu o conceito <strong>de</strong> zona <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento potencial (ZDP), já explicita<strong>da</strong> acima. Neste enfoque temos que<br />
a aprendizagem escolar estimula processos internos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e a<br />
função do processo educativo é contribuir para o aparecimento <strong>de</strong>ste<br />
<strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Segundo Gabassa (2007), esta corrente psicológica apresenta as bases<br />
teóricas para a construção <strong>de</strong> uma outra racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> que se paute no diálogo e<br />
nas interações. Entretanto, é usa<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma forma em que a educação escolar fique<br />
sob a égi<strong>de</strong> <strong>da</strong> racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> instrumental a qual não transforma, mas a<strong>da</strong>pta e<br />
perpetua as <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s sociais em vez <strong>de</strong> potencializar a aprendizagem do<br />
alunado.<br />
A mesma autora também afirma que o currículo que guia o conteúdo e os<br />
objetivos <strong>da</strong> escola é <strong>de</strong>cidido à margem dos/as professores/as, bem como, a<br />
administração que se apresenta como um controle do trabalho dos agentes<br />
educacionais é pauta<strong>da</strong> na racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> instrumental, <strong>de</strong>terminando a organização<br />
<strong>da</strong> escola tanto no currículo, como na administração e evi<strong>de</strong>nciando a ausência <strong>de</strong><br />
um diálogo na organização <strong>da</strong> escola.<br />
Diante <strong>da</strong> argumentação <strong>da</strong> autora acima cita<strong>da</strong> e do exposto pelos<br />
autores até este momento, po<strong>de</strong>mos enten<strong>de</strong>r que a educação escolar grega e<br />
posteriormente a européia, aplica<strong>da</strong> nas colônias, ao longo dos séculos vem sendo<br />
seletiva, anti<strong>dialógica</strong> e sempre pauta<strong>da</strong> na racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> instrumental, que por sua<br />
17