Potencialidades da atividade de tertúlia literária dialógica ... - UFSCar
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Para Petitat (1994), a instrução pública tinha o objetivo <strong>de</strong> inculcar nos<br />
ci<strong>da</strong>dãos as bases <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> na proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Assim, o Estado<br />
<strong>de</strong>veria cui<strong>da</strong>r dos métodos, programas, etc. Para o referido autor, havia uma<br />
contradição quanto ao caráter educativo, pois a igreja se recusava a abrir mão <strong>da</strong><br />
educação, a moral religiosa ain<strong>da</strong> era <strong>de</strong>fendi<strong>da</strong> e o ensino primário procurava<br />
excluir os mais pobres.<br />
No século XVIII, temos um ensino primário público voltado para a<br />
moralização do povo e o ensino secundário e superior voltado para a elite.<br />
Por outro lado, tínhamos os iluministas a favor <strong>da</strong>s escolas elementares<br />
volta<strong>da</strong>s para a classe popular, ao passo que propõem a sua re<strong>de</strong>finição e<br />
secularização.<br />
No Antigo Regime, o Estado dominava o ensino através <strong>da</strong> abertura <strong>de</strong><br />
escolas, entretanto, a administração ficava a cargo <strong>da</strong>s instituições religiosas que<br />
gerenciavam o ensino. Esta divisão entre os po<strong>de</strong>res <strong>da</strong> Igreja e do Estado<br />
<strong>de</strong>sintegrou-se nos séculos XVIII e XIX e medi<strong>da</strong>s contra os jesuítas na Europa<br />
foram suscita<strong>da</strong>s: por exemplo, a expulsão <strong>da</strong> Companhia <strong>de</strong> Jesus <strong>da</strong>s colônias e a<br />
assunção <strong>da</strong> educação pelo Estado.<br />
O papel <strong>da</strong> instrução pública era o <strong>de</strong> inculcar nos ci<strong>da</strong>dãos as bases <strong>da</strong><br />
or<strong>de</strong>m fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> na proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> a qual propunha o direito a esta como um<br />
fun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> nova or<strong>de</strong>m social.<br />
A revolução industrial propiciou a transformação do trabalho e dos<br />
modos <strong>de</strong> produção, influenciando a educação que passa a aten<strong>de</strong>r às novas<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas <strong>de</strong> produção. Assim, a pe<strong>da</strong>gogia mo<strong>de</strong>rna segue duas<br />
vias: reprodução, na fábrica, dos métodos <strong>da</strong> aprendizagem artesanal e a criação<br />
<strong>de</strong> escolas técnicas e profissionais.<br />
E, segundo Petitat (1994), a relação entre industrialização e alfabetização<br />
implica num aprendizado suficiente para a realização <strong>de</strong> tarefas mecânicas e<br />
repetitivas, exemplo disso, é a Inglaterra que entre 1800 e 1840 que manteve o<br />
nível <strong>de</strong> analfabetismo praticamente o mesmo. Também, nota-se que o trabalho<br />
infantil nas indústrias afastava as crianças <strong>da</strong>s escolas.<br />
Na época <strong>da</strong> Revolução Francesa, Condorcet (1792), cientista e secretário<br />
<strong>da</strong> Assembléia Legislativa, sustentava a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma instrução para todo o<br />
povo aos cui<strong>da</strong>dos do Estado, baseado no ensino gratuito, laico e neutro.<br />
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