Potencialidades da atividade de tertúlia literária dialógica ... - UFSCar
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preocupação com a formação moral e a participação na liturgia, além <strong>de</strong> uma<br />
educação <strong>literária</strong>, indica<strong>da</strong> em alguns registros.<br />
Segundo Manacor<strong>da</strong> (ibid), a pe<strong>da</strong>gogia cristã é um elemento novo <strong>de</strong><br />
consi<strong>de</strong>ração <strong>da</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> infantil, aparecendo ca<strong>da</strong> vez mais clara e exigente, tendo<br />
uma atenção particular e um cui<strong>da</strong>do afetuoso <strong>da</strong> parte dos educadores para com<br />
as crianças. No entanto, o sadismo pe<strong>da</strong>gógico (castigos físicos e morais) não é<br />
excluído do processo educativo, pois a idéia que prevalecia era a <strong>de</strong> que a criança<br />
não tinha capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para enten<strong>de</strong>r através dos argumentos e o castigo se<br />
apresentava mais eficaz.<br />
Quanto ao conteúdo <strong>de</strong> ensino, temos a gramática – ensina<strong>da</strong> para a<br />
compreensão <strong>da</strong>s Sagra<strong>da</strong>s Escrituras – e o cálculo – instrumento para calcular as<br />
estações e horas <strong>da</strong> liturgia. No seu aspecto instrumental, o ensino ain<strong>da</strong> guar<strong>da</strong><br />
vestígios <strong>da</strong> cultura clássica tradicional: ensino do bê-á-bá, técnicas mnemônicas,<br />
etc.<br />
Ain<strong>da</strong> neste contexto, temos a divisão <strong>da</strong>s disciplinas entre o trivium e o<br />
quadrivium. O primeiro abor<strong>da</strong>va a retórica, a gramática e a dialética e o segundo,<br />
a aritmética, a geometria, astronomia e a música.<br />
Nesse contexto também temos uma atuação maior do Estado na<br />
educação, exemplo disso, é a preocupação <strong>de</strong> Carlos Magno quanto à freqüência<br />
dos alunos à escola. Também em 825, na Itália, vemos a Igreja sendo libera<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />
função <strong>de</strong> instruir leigos, entretanto esta ain<strong>da</strong> aparece como a principal fonte <strong>de</strong><br />
instrução.<br />
Passamos a ver a configuração <strong>de</strong> uma escola <strong>de</strong> Estado para leigos e<br />
uma escola paroquial, episcopal e cenobiais que formavam os clérigos, com<br />
ressalva para a escola paroquial que também estava aberta aos leigos. Estas<br />
escolas religiosas, segundo o referido autor, lançaram os princípios para a<br />
“formação profissional do clero”.<br />
Porém, <strong>de</strong> acordo com Manacor<strong>da</strong> (op.cit.), na Baixa I<strong>da</strong><strong>de</strong> Média,<br />
período compreendido entre os séculos X e XV, a Igreja ain<strong>da</strong> dominava a<br />
educação, visto que havia uma relação estreita entre imperador e igreja, o que<br />
garantia o monopólio eclesiástico na instrução.<br />
Os mestres <strong>da</strong>s escolas cristãs eram os bispos que, no entanto,<br />
transferiam sua função aos magischola (mestres), que por sua vez, passavam suas<br />
atribuições aos proscholus (monitores), através <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> suas licenças <strong>de</strong><br />
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