Potencialidades da atividade de tertúlia literária dialógica ... - UFSCar
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épicas e líricas, como forma <strong>de</strong> sobrevivência. Sobre essa diferenciação,<br />
Manacor<strong>da</strong> (2002, p.84) afirma:<br />
A literatura do ci<strong>da</strong>dão romano <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> participação nos atos<br />
públicos ou <strong>de</strong> manifestação <strong>de</strong> suas funções priva<strong>da</strong>s, como a <strong>de</strong><br />
administrador ou <strong>de</strong> educador, jamais po<strong>de</strong>ria ser uma arte ou uma<br />
profissão exerci<strong>da</strong> para viver: nesse caso é uma profissão somente<br />
para escravos estrangeiros; que não têm direitos a funções<br />
administrativas nos negócios públicos e privados.<br />
De acordo com Manacor<strong>da</strong> a escola romana tinha três níveis: mestre <strong>de</strong><br />
be-a-bá, que ensinava as letras, gramático, que fornecia instrução, e o retor, que<br />
ensinava eloqüência. Vale ser <strong>de</strong>stacado que, como na Grécia a didática era<br />
repetitiva. “O mestre falava e os alunos repetiam: a memória era instrumento<br />
principal do ensino” (ibid, p. 92).<br />
O enfado <strong>de</strong>sta didática, o medo do sadismo, somado à distância entre os<br />
interesses dos jovens e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, não motivava os estudos. Sendo assim, a<br />
escola passa a ser questiona<strong>da</strong> sobre a sua função.<br />
Manacor<strong>da</strong> (ibid) fala <strong>da</strong> interferência do Estado na educação, que se <strong>de</strong>u<br />
no século IV d.C. com a reorganização do império por Diocleciano, que através do<br />
Edito sobre os preços <strong>da</strong>s coisas venais, estabelece os or<strong>de</strong>nados dos<br />
profissionais, entre eles, o dos professores.<br />
Neste contexto, surge o Império Bizantino, no século V, que culminou na<br />
<strong>de</strong>sintegração do império romano e na instalação <strong>de</strong> novos reinos romanobarbáricos,<br />
o que gerou outra divisão <strong>de</strong> classes e <strong>de</strong> povos, refletindo na divisão<br />
<strong>da</strong>s tarefas sociais.<br />
Nesta mistura <strong>de</strong> povos, passa a imperar a vertente católica, que<br />
propunha o estudo <strong>da</strong> Bíblia, enquanto a cultura helênica indicava o estudo <strong>da</strong><br />
gramática e <strong>da</strong> retórica, que perdia espaço, visto o fortalecimento <strong>da</strong> escola cristã.<br />
De acordo com Manacor<strong>da</strong> (ibid), quanto à leitura <strong>de</strong> textos clássicos,<br />
constata-se que ela foi terminantemente proibi<strong>da</strong> aos bispos, segundo disposições<br />
do Concílio <strong>de</strong> Cartago, em 400 d.C.<br />
Verificamos, <strong>de</strong> acordo com os estudos <strong>de</strong>sse autor, que as primeiras<br />
escolas cristãs, cria<strong>da</strong>s em 418 d.C., além <strong>de</strong> formar sacerdotes, instruíam leigos,<br />
que <strong>de</strong>viam optar entre o sacerdócio e o matrimônio. Nestas escolas, havia uma<br />
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