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Augusto de Santa-Rita e a criação literária para a infância

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<strong>Augusto</strong> <strong>de</strong> <strong>Santa</strong>-<strong>Rita</strong> e a <strong>criação</strong> <strong>literária</strong> <strong>para</strong> a <strong>infância</strong><br />

Introdução<br />

Até ao século XX, não há praticamente, em Portugal, no que diz respeito à<br />

produção infantil, registo <strong>de</strong> qualquer <strong>criação</strong> genuinamente portuguesa; porém, a partir<br />

do início do século passado assiste-se ao emergir da literatura infanto-juvenil, a qual<br />

terá tido o seu auge por volta <strong>de</strong> 1930.<br />

Este período marcado pela República é, primeiramente, assinalado pelo <strong>de</strong>sejo<br />

<strong>de</strong> educar a nova geração a partir da leitura, caracterizando-se pela ambição do<br />

progresso e pelo impulso nacionalista, “ que não se cansou <strong>de</strong> construir integrando os<br />

indivíduos através da escola, do serviço militar, dos cultos cívicos” (RAMOS 1994:<br />

607), enquanto que posteriormente se <strong>de</strong>senvolveu “uma opinião pessimista sobre a<br />

instrução primária” (RAMOS 1994: 613). Dentre os vários nomes que tiveram <strong>de</strong>staque<br />

nesta altura, alguns já mereceram a <strong>de</strong>vida atenção, tendo sido alvo <strong>de</strong> estudo, enquanto<br />

outros há que se mantêm na obscurida<strong>de</strong>.<br />

Aten<strong>de</strong>ndo a essa realida<strong>de</strong>, o presente trabalho começará por esboçar uma<br />

panorâmica da literatura infantil em Portugal – quer ao nível da produção existente, quer<br />

mesmo à forma como era recebido este tipo <strong>de</strong> literatura. Depois <strong>de</strong>sta primeira parte,<br />

que constituirá o 1º Capítulo do nosso trabalho, <strong>de</strong>stacar-se-á, nos dois capítulos<br />

seguintes, um escritor que <strong>de</strong>dicou gran<strong>de</strong> parte da sua vida à escrita, colaborando no<br />

sentido <strong>de</strong> preencher o lugar vazio na produção <strong>para</strong> a <strong>infância</strong> em Portugal. Trata-se <strong>de</strong><br />

<strong>Augusto</strong> <strong>de</strong> <strong>Santa</strong>-<strong>Rita</strong>, autor que produziu uma obra consi<strong>de</strong>rável. Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>ssa<br />

obra foi publicada individualmente, encontrando-se outra tanta dispersa em vários<br />

jornais e suplementos, alguns dos quais dirigiu, assinadas com o seu verda<strong>de</strong>iro nome<br />

ou com o pseudónimo <strong>de</strong> “Papim”.<br />

O objectivo central <strong>de</strong>ste trabalho é, justamente, o <strong>de</strong> dar a conhecer os aspectos<br />

mais relevantes da escrita <strong>para</strong> a <strong>infância</strong> <strong>de</strong> <strong>Augusto</strong> <strong>de</strong> <strong>Santa</strong>-<strong>Rita</strong>, através da análise<br />

<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> textos, maioritariamente narrativos, <strong>para</strong> crianças e jovens. O autor<br />

será apresentado e integrado no seu tempo, <strong>de</strong> forma a ser resgatado do quase completo

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