17.04.2013 Views

Augusto de Santa-Rita e a criação literária para a infância

Augusto de Santa-Rita e a criação literária para a infância

Augusto de Santa-Rita e a criação literária para a infância

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Augusto</strong> <strong>de</strong> <strong>Santa</strong>-<strong>Rita</strong> e a <strong>criação</strong> <strong>literária</strong> <strong>para</strong> a <strong>infância</strong><br />

mundo que o ro<strong>de</strong>ia e Deus. Apesar <strong>de</strong> ter tido uma segunda edição 13 (1951), e tendo<br />

por base as pesquisas feitas, as referências que muito dispersamente aparecem sempre<br />

i<strong>de</strong>ntificam esta obra como <strong>de</strong>stinada à <strong>infância</strong>.<br />

Paulatinamente, começa a <strong>de</strong>linear-se o seu futuro como escritor.<br />

Até aqui po<strong>de</strong>r-se-á dizer que a sua produção foi dirigida a um público em geral,<br />

maioritariamente adulto. O Mundo dos Meus Bonitos, por seu turno, apesar <strong>de</strong> não ser<br />

uma obra <strong>para</strong> crianças, mas falando sobre a <strong>infância</strong>, passou a ser uma obra<br />

consi<strong>de</strong>rada <strong>para</strong> crianças. Esta terá sido a forma que o autor encontrou <strong>para</strong> se<br />

apresentar, saudoso do seu passado, nostálgico face a um país on<strong>de</strong> não se realiza,<br />

pautando-se pela religiosida<strong>de</strong> cristã e pelo catolicismo tradicional. Por este facto, José<br />

Carlos Seabra Pereira confere-lhe a classificação <strong>de</strong> neo-romantista lusitanista<br />

(PEREIRA 2003: 211). Não obstante, o que acontece é que o peso que a <strong>infância</strong> tem<br />

<strong>para</strong> <strong>Augusto</strong> <strong>de</strong> <strong>Santa</strong>-<strong>Rita</strong> é <strong>de</strong> tal or<strong>de</strong>m que, a partir <strong>de</strong>sta data, esta fase da vida<br />

passará a permear constantemente a sua produção, o que lhe conferirá a conotação <strong>de</strong><br />

autor <strong>para</strong> crianças.<br />

Em 1925, publica o Auto da Vida Eterna, uma obra singular, não só no conjunto<br />

da obra do autor, mas também a nível nacional, uma vez que terá merecido comentários<br />

<strong>de</strong> Fernando Pessoa, relativamente à originalida<strong>de</strong> da temática, concretamente a da<br />

perspectiva face à vida <strong>de</strong>pois da morte. A mesma produção havia sido dada a conhecer<br />

em 1922, na Revista Mensal Contemporânea (nº4 Volume II – Ano I), com o nome<br />

ETHEREA, um “Poema lírico em um prólogo, três actos e nove quadros <strong>para</strong> quando<br />

houver Ópera Portuguesa”.<br />

A ligação a Deus e à <strong>infância</strong> vão ser notórias nas publicações A Vida <strong>de</strong> Jesus<br />

(<strong>para</strong> crianças), com ilustrações <strong>de</strong> Eduardo Malta, em 1927, e O Poema <strong>de</strong> Fátima, em<br />

1928, com um proémio e três cantos que ainda contém <strong>de</strong>senhos e vinhetas <strong>de</strong> Olavo<br />

Eça Leal.<br />

Entretanto, em Dezembro <strong>de</strong> 1925 14 , fundara o Suplemento Infantil <strong>de</strong> O Século<br />

intitulado Pim-Pam-Pum, on<strong>de</strong> cria diversas secções e contos ilustrados e colabora,<br />

também, com o pseudónimo “Papim”. Aqui, os valores da Família, da Religião e da<br />

Pátria vão ser temas recorrentes, sendo, contudo, notório o gosto pelo pitoresco.<br />

13 2ª edição, com um estudo Crítico do Professor Dr. Vieira <strong>de</strong> Almeida. Desenhos Manuel Nuno Abreu<br />

Lima. Lisboa: Didáctica.<br />

14 Ver anexos, fig.1.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!