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Augusto de Santa-Rita e a criação literária para a infância

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<strong>Augusto</strong> <strong>de</strong> <strong>Santa</strong>-<strong>Rita</strong> e a <strong>criação</strong> <strong>literária</strong> <strong>para</strong> a <strong>infância</strong><br />

1º Capítulo. A Literatura <strong>para</strong> a Infância<br />

1. Breve História da Literatura <strong>para</strong> Crianças<br />

A teoria Literária, estudando os princípios que segue a Literatura, distingue<br />

categorias entre diversas manifestações <strong>literária</strong>s, esboça géneros e cria critérios <strong>de</strong><br />

valorização. Necessita, <strong>para</strong> tal, do estudo crítico das obras, bem como da valorização<br />

histórica do seu significado no tempo.<br />

Quando a crítica e a história fazem o seu trabalho, a teoria generaliza e<br />

estabelece os marcos <strong>de</strong> referência. Porém, quando há escassez <strong>de</strong> estudos críticos e<br />

históricos sobre literatura, surgem dificulda<strong>de</strong>s na elaboração <strong>de</strong> critérios que apoiem a<br />

teoria. É o que acontece precisamente na literatura infantil.<br />

Além disso, a história da literatura constrói-se sobre testemunhos escritos;<br />

contudo, é um dado adquirido que estes foram precedidos <strong>de</strong> manifestações orais. Em<br />

relação à produção dos contos (ditos “<strong>de</strong> fadas”), estes estão enraizados na literatura<br />

primitiva, embora não tivessem sido contados e <strong>de</strong>pois registados por escrito com o<br />

único propósito <strong>de</strong> se dirigirem a crianças. Aliás, a literatura infantil só surge a partir do<br />

momento em que se dá uma consciência da criança como ser concreto, com<br />

necessida<strong>de</strong>s específicas e exigências muito particulares. Como tal, surge a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se contribuir <strong>para</strong> a sua correcta educação, visando o <strong>de</strong>senvolvimento daquele<br />

“futuro homem” (CERVERA 1992: 38).<br />

Natércia Rocha faz uma abordagem global da situação dos estudos da literatura<br />

<strong>para</strong> crianças e dá conta da relação entre o texto e a criança. Reforça que a evolução das<br />

condições histórico-culturais, tanto no estrangeiro como em Portugal, têm gran<strong>de</strong><br />

influência na evolução da história do livro.<br />

Gran<strong>de</strong> parte das histórias que normalmente são tidas como <strong>para</strong> crianças<br />

provêm <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> enredos criados pela fantasia <strong>de</strong> cada contador que, em reuniões<br />

familiares ou em grupo <strong>de</strong> amigos, se <strong>de</strong>leitava em engran<strong>de</strong>cer um pequeno relato, <strong>de</strong>

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