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Iniciação Antiga e Moderna - Fraternidade Rosacruz no Rio de ...

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CAPÍTULO V<br />

Max Hein<strong>de</strong>l - <strong>Iniciação</strong> <strong>Antiga</strong> e <strong>Mo<strong>de</strong>rna</strong><br />

A ÚLTIMA CEIA E O LAVA-PÉS<br />

OS Evangelhos, que relatam a história da <strong>Iniciação</strong> Mística Cristã, contam-<strong>no</strong>s<br />

como numa <strong>no</strong>ite, quando Cristo participava da última ceia com Seus discípulos <strong>no</strong> térmi<strong>no</strong><br />

do seu Ministério, Ele ergueu-se da mesa, muniu-se <strong>de</strong> uma toalha, <strong>de</strong>spejou água numa<br />

bacia e começou a lavar-lhes os pés, num ato do mais humil<strong>de</strong> serviço, porém da mais alta<br />

significação oculta.<br />

Quando ascen<strong>de</strong>mos na escala da evolução, poucos percebem que atingimos esse<br />

feito porque calcamos os corpos <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssos irmãos mais fracos; consciente ou<br />

inconscientemente pisamo-los e usamo-los como trampolins para atingir <strong>no</strong>ssos próprios<br />

objetivos. Isso acontece em todos os rei<strong>no</strong>s da Natureza. Quando uma onda <strong>de</strong> vida é<br />

conduzida ao nadir da involução, ficando encrustrada na forma <strong>de</strong> mineral, é imediatamente<br />

apo<strong>de</strong>rada por outra onda <strong>de</strong> vida ligeiramente superior, que recebe o <strong>de</strong>sintegrante cristal<br />

mineral, transforma-o em cristalói<strong>de</strong> e assimila-o como parte <strong>de</strong> uma forma vegetal. Se não<br />

houvessem minerais para <strong>de</strong>sintegrar-se e transformar-se, a vida vegetal seria impossível.<br />

Da mesma maneira, as formas vegetais são absorvidas por numerosas classes <strong>de</strong> animais,<br />

são trituradas, reduzidas a uma pasta, consumidas e transformadas para servir <strong>de</strong> nutrição a<br />

esse rei<strong>no</strong> mais elevado. Se não houvessem plantas, o rei<strong>no</strong> animal não existiria. Pelo<br />

mesmo princípio, na evolução espiritual, se não houvessem discípulos numa esfera inferior<br />

tentando galgar os <strong>de</strong>graus do conhecimento através da instrução, não haveria necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um mestre. Porém, precisamos <strong>no</strong>tar aqui uma diferença muito importante. O professor<br />

cresce dando e servindo aos seus alu<strong>no</strong>s. Através <strong>de</strong>les, ele também alcança um <strong>de</strong>grau<br />

mais alto na escala do conhecimento. Eleva-se, elevando-os. Não obstante, tem uma dívida<br />

<strong>de</strong> gratidão para com eles, que é simbolicamente reconhecida pelo lava-pés - um ato <strong>de</strong><br />

serviço humil<strong>de</strong> aos que o serviram.<br />

Devemos enten<strong>de</strong>r que a natureza é a expressão <strong>de</strong> Deus. Ela está continuamente<br />

empenhada em criar e expandir-se. Também <strong>de</strong>vemos <strong>no</strong>s conscientizar que quem mata<br />

alguma coisa, por pequena e aparentemente insignificante que seja, <strong>de</strong> algum modo age<br />

contra o pla<strong>no</strong> <strong>de</strong> Deus. Isto se aplica <strong>de</strong> modo particular ao aspirante a uma vida superior<br />

e, por esse motivo, o Cristo exortou os Seus discípulos a serem sábios como as serpentes<br />

mas i<strong>no</strong>fensivos como as pombas. E não importa quão honestos sejam os <strong>no</strong>ssos propósitos<br />

<strong>de</strong> seguir os preceitos <strong>de</strong> não prejudicar; <strong>no</strong>ssa constituição e necessida<strong>de</strong>s obrigam-<strong>no</strong>s a<br />

matar em todos os momentos <strong>de</strong> <strong>no</strong>ssas vidas, e não são somente nas gran<strong>de</strong>s coisas que<br />

amiú<strong>de</strong> cometemos assassinatos. Seria praticamente fácil para a alma que busca,<br />

simbolizada por Parsifal, quebrar o arco com o qual havia matado o cisne dos Cavaleiros do<br />

Graal, uma vez que eles lhe explicaram o erro em que incorrera. Des<strong>de</strong> aquele momento,<br />

Parsifal <strong>de</strong>dicou-se a viver uma vida i<strong>no</strong>fensiva, consi<strong>de</strong>rando os fatores nisso envolvidos.<br />

Todos os aspirantes zelosos seguem-<strong>no</strong> <strong>de</strong> bom grado nesse ato, urna vez que começaram a<br />

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