1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana
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Assim sen<strong>do</strong>, por convenção assinada em janeiro <strong>de</strong> 1920 entre o Brasil e o Uruguay, resolveuse<br />
alterar a linha <strong>de</strong> limite, por entre as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>Livramento</strong> e Rivera, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a que<br />
refletisse exatamente a ocupação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is países pelos <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s da cumeada em to<strong>do</strong> o trecho<br />
urbano, aspiração que já havíamos <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> algumas vezes entre 1895 e 1901. E, em 1923<br />
foi realizada nova conferência da Comiss~o Mista, que resolveu fazer um “Parque<br />
Internacional” em uma gran<strong>de</strong> |rea <strong>de</strong>socupada entre as duas cida<strong>de</strong>s geminadas e, assim,<br />
entre os <strong>do</strong>is países, foi ele enfim inaugura<strong>do</strong> em 1943.<br />
Estava assim, finalizada a saga <strong>de</strong> Tor<strong>de</strong>silhas. No extremo Sul <strong>do</strong> País, da então Província <strong>de</strong><br />
São Pedro, atual Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, o último trecho <strong>do</strong>s limites entre os sucessores <strong>de</strong> Portugal<br />
e Espanha havia si<strong>do</strong> traça<strong>do</strong> e <strong>de</strong>marca<strong>do</strong> com caráter <strong>de</strong>finitivo pelas ruas <strong>de</strong> <strong>Livramento</strong> e<br />
Rivera. O convívio pacífico, diário e fraterno <strong>de</strong> brasileiros e uruguaios, sobre las veredas<br />
comuns das duas cida<strong>de</strong>, e também <strong>do</strong>s <strong>de</strong> Aceguá-BR/Aceguá-UY e Chuí-BR/Chuy-UY, fato<br />
raro, po<strong>de</strong>ria, com certeza, representar, também, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> cotidiano, os i<strong>de</strong>ais da harmonia<br />
universal <strong>de</strong> uma plêia<strong>de</strong> <strong>de</strong> brasileiros ilustres. Assim mais <strong>de</strong> quatro séculos <strong>de</strong> guerras, lutas<br />
e disputas chegam ao fim. Para Fernan<strong>do</strong> Cacciotore, caso um homem <strong>do</strong> século XVIII pu<strong>de</strong>sse<br />
ver o que hoje diuturnamente ocorre nas nossas cida<strong>de</strong>s da fronteira Brasil-Uruguay, com toda<br />
certeza, usan<strong>do</strong> os termos <strong>de</strong> ent~o, a caracterizaria como uma “Fronteira Iluminada”. E tanto<br />
mais, ao tomar conhecimento da cessão graciosa, pelos brasileiros, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte das águas<br />
da Lagoa Mirim ao Uruguay.<br />
No <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> tempo, <strong>de</strong>marca<strong>do</strong>res construíram marcos ao longo <strong>de</strong> toda a linha <strong>de</strong> limites,<br />
inclusive o marco gran<strong>de</strong> (Marco Principal 11-P) a su<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> <strong>Livramento</strong>. Em um <strong>do</strong>s<br />
extremos <strong>de</strong>ssa linha - os marcos gran<strong>de</strong>s, chama<strong>do</strong>s Marcos Principais, eram construíd os nos<br />
locais on<strong>de</strong> a linha <strong>de</strong> fronteira mudava <strong>de</strong> regime, assim como os marcos 2 -P e 3-P nos<br />
extremos da reta <strong>do</strong> Chui, 8-P e 10-P na reta <strong>de</strong> Aceguá, 12-P na Serrilhada, no início <strong>do</strong><br />
divisor <strong>de</strong> águas da coxilha <strong>de</strong> <strong>Santana</strong>. O Trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> Permuta ficou algum t empo em<br />
suspenso, pois o legislativo uruguaio se negava a ratificá-lo. (em outubro <strong>de</strong> 1857 foi feita<br />
uma "Declaração Adicional", para facilitar a troca). Nesse meio tempo, em maio/junho <strong>de</strong><br />
1860 os uruguaios iniciaram a construção <strong>de</strong> um povoa<strong>do</strong>, em frente a <strong>Livramento</strong>, que tomou<br />
inicialmente o nome <strong>de</strong> Zeballos, <strong>de</strong>pois Rivera. – (FRONTEIRAS E LIMITES DO BRASIL po<strong>de</strong>m ser encontradas no<br />
site: http://www.info.lncc.br<br />
<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 97 -<br />
Em 1934, uma questão foi suscitada pelo Uruguay a<br />
respeito da <strong>de</strong>marcação <strong>de</strong> um pequeno trecho <strong>de</strong><br />
seus limites com o Brasil na região <strong>de</strong>nominada<br />
Rincão <strong>do</strong> Artigas. Bem como da questão levantada<br />
em 1937 em torno da <strong>de</strong>marcação da Ilha Brasileira,<br />
localizada na boca <strong>do</strong> Rio Quarai no Rio Uruguai, o<br />
que motivou em 1974 um <strong>de</strong>creto <strong>do</strong> governo<br />
uruguaio <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> que os mapas oficiais<br />
passassem a assinalar as |reas como “limites