17.04.2013 Views

1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana

1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana

1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ao Uruguay. Finalmente, em fevereiro/maio <strong>de</strong> 1861, o Trata<strong>do</strong> foi consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> rejeita<strong>do</strong> pelo<br />

Uruguai e anula<strong>do</strong>. Des<strong>de</strong> então não se falou mais no assunto. A cida<strong>de</strong> uruguaia <strong>de</strong> Rivera foi<br />

se <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong>, sempre em íntimo relacionamento com <strong>Sant'Ana</strong> <strong>do</strong> <strong>Livramento</strong>.<br />

O “v|cuo <strong>de</strong>marcatório” a que estariam aludin<strong>do</strong> às autorida<strong>de</strong>s diplomáticas da República<br />

Oriental seria, na verda<strong>de</strong>, o ponto <strong>de</strong> trifronteira em pleno Rio Uruguai, não estaria precisan<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>limitação, mas apenas <strong>de</strong> reconhecimento e <strong>de</strong>marcação. A pretensão uruguaia não po<strong>de</strong><br />

evi<strong>de</strong>ntemente ser acolhida por parte <strong>do</strong> Brasil, pelo inconveniente <strong>do</strong> prece<strong>de</strong>nte diplomático<br />

<strong>de</strong> fronteira, mas também pela sua falta <strong>de</strong> sustentação técnica.<br />

Isso explica o fato <strong>de</strong> o Itamaraty aparentemente ter <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r as notas uruguaias<br />

sobre este assunto <strong>do</strong> final <strong>do</strong>s anos 1990. Limites negocia<strong>do</strong>s e fixa<strong>do</strong>s são <strong>de</strong>finitivos,<br />

convicção que está na base da segurança jurídica mister para reger as relações internacionais.<br />

Morre, assim, essa estranha dissonância numa fronteira das mais livre e integrada <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>,<br />

tradição que se solidifica na alma <strong>do</strong>s nossos marcos <strong>de</strong> fronteira, “fronteira iluminada” como<br />

bem <strong>de</strong>fine o autor.<br />

Nos dias 4 <strong>de</strong> setembro e 31 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1857, foram<br />

celebra<strong>do</strong>s ajustes sobre a questão <strong>de</strong> limites na fronteira. No<br />

acor<strong>do</strong> entre os Governos Brasileiro e Uruguaio <strong>do</strong> dia 31 <strong>de</strong><br />

outubro <strong>de</strong> 1857, um ponto a ressaltar foi à concessão <strong>do</strong><br />

país vizinho <strong>de</strong> uma faixa <strong>de</strong> seu território para a edificação<br />

da cida<strong>de</strong> nascente em troca <strong>de</strong> igual extensão em outro<br />

ponto da fronteira. Em tal ocasião, a República Oriental <strong>do</strong><br />

Uruguay ce<strong>de</strong>u uma área suficiente para uma rua da vila <strong>de</strong><br />

Sant’Ana <strong>do</strong> <strong>Livramento</strong>. Durante o ano <strong>de</strong> 1862 a comissão<br />

<strong>de</strong>marca<strong>do</strong>ra mista, prosseguiu em seus trabalhos e assentou<br />

mais <strong>do</strong>is marcos, um no alto da coxilha, junto a Vila <strong>de</strong><br />

Sant’Ana <strong>do</strong> <strong>Livramento</strong>, outro no ponto mais alto da mesma<br />

coxilha, no trecho em que esta se volta para o oeste.<br />

A saga <strong>do</strong> Trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> Tor<strong>de</strong>silhas nesta fronteira<br />

O estu<strong>do</strong> das convenções luso-hispanicas <strong>de</strong> Fernan<strong>do</strong> Cacciotore, nos<br />

revela a força <strong>do</strong> Trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> Tor<strong>de</strong>silhas, cujos trabalhos se<br />

<strong>de</strong>senvolviam ao longo da cumeada da Coxilha <strong>de</strong> <strong>Santana</strong>, sobre a qual<br />

corre a linha divisória. Isso foi observa<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> os membros da<br />

Comissão Mista <strong>de</strong> Limites Brasil-Uruguay perceberam que o<br />

crescimento espontâneo das cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Sant’Ana <strong>do</strong> <strong>Livramento</strong> e Rivera<br />

fizera com que, ao longo <strong>do</strong> tempo, construções <strong>de</strong> ambas as<br />

nacionalida<strong>de</strong>s ultrapassassem os limites <strong>de</strong> seus respectivos países.<br />

<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 96 -

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!