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1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana

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Os farrapos não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> oferecer combate, foram obriga<strong>do</strong>s a fugir para o território uruguaio.<br />

Há registros arquiva<strong>do</strong>s pelo historia<strong>do</strong>r por Ivo Caggiani, em que o Caxias ocupou <strong>Livramento</strong><br />

com 4.000 homens em 31 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1843, obrigan<strong>do</strong> 2.500 revolucionários a abrigarem-se<br />

no Cuñapiru, Uruguay.<br />

Fato local no diário <strong>de</strong> Antônio Vicente da Fontoura<br />

(Transcrito com a grafia original)<br />

“Sant’Anna <strong>do</strong> <strong>Livramento</strong> - 16 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1845.<br />

Acabo <strong>de</strong> chegar a este povo, em seguimento <strong>de</strong> Canabarro com<br />

um oficial imperial que leva or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> barão <strong>de</strong> Bento Manoel para<br />

fazer alto no Alexandre Ribeiro não avançan<strong>do</strong> nem fazen<strong>do</strong> avançar<br />

força alguma alem <strong>de</strong>ste povo, enquanto se tratar da ultimação da<br />

paz. Canabarro está, segun<strong>do</strong> dizem, pelo Funchal, e Bento Manoel<br />

junto dêle, sempre perseguin<strong>do</strong>-o. Neto ontem atravessou junto daqui,<br />

toman<strong>do</strong> a direção <strong>do</strong> Pamoroti, só com o seu piquete. Vai blasfeman<strong>do</strong><br />

contra a paz alvoroçan<strong>do</strong> o povo e, ousada, torpe, e falsamente,<br />

prometen<strong>do</strong> que, no município <strong>de</strong> Piratini, ele só reunia 800 homens<br />

para opor-se a paz. Assim afirmo ao Serrasim, que com sua cabeça<br />

francesa voan<strong>do</strong> sempre por esse belo i<strong>de</strong>al crê e julga mais honroso<br />

anarquizar os poucos republicanos, insuflar-lhes uma guerra <strong>de</strong><br />

extermínio e horror <strong>de</strong> que ce<strong>de</strong>rmos alguma cousa <strong>de</strong> nosso capricho<br />

para obtermos a paz, única e salva<strong>do</strong>ura taboa <strong>de</strong> nosso bem e <strong>de</strong> nossa passada reputação –<br />

Loucos! Insanos! Loucos! Daqui faço seguir Zeferino com o oficial imperial em <strong>de</strong>manda da David<br />

com comunicações minhas e <strong>do</strong> barão, para que volte a ocupar o terreno que fica <strong>de</strong>sta capela ao<br />

Poncho Ver<strong>de</strong>, no Cunha durante o tempo necessário para conclusão <strong>de</strong> negocio. Eu sigo já e já a<br />

alcançar o Neto para se ainda for tempo, arrancá-lo <strong>do</strong> abismo a que conduz sua louca ambição<br />

com grave prejuízo nosso e, si tenaz perseguir, êle só apressará a hora <strong>de</strong> sua punição.<br />

Canabarro tem-se visto na precisão <strong>de</strong> ir <strong>de</strong>saparecen<strong>do</strong> para a retaguarda e flanco direito<br />

<strong>do</strong> inimigo algumas orças, por não compremeter o to<strong>do</strong> <strong>de</strong>las visto que vai muito a pé, levan<strong>do</strong><br />

sempre i inimigo em seguimento. Assim pe que João Antonio Carvalho e Frutuoso tomaram a<br />

direção <strong>do</strong>s Ibicuis, com forças; o Portinho e Valença, também foram e como os creio na Musica<br />

nesta minha volta em <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> Neto, hei <strong>de</strong> ali tocar a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir algum neto pensamento<br />

que por ventura passam eles haver a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>.<br />

Ah! Muito a <strong>do</strong>bra<strong>do</strong> trabalho me tem da<strong>do</strong> os meus patrícios aqui <strong>do</strong> que esses venais<br />

espertalhões da Côrte! – A<strong>de</strong>s – etc.”<br />

<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 79 -

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