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1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana

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A povoação <strong>do</strong> Sul<br />

Em 1534, estas terras, pelo trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> Tor<strong>de</strong>silhas <strong>de</strong> 1494 (divisão <strong>do</strong><br />

Brasil em capitanias pelo Rei D. João III ) a maior parte <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul<br />

ficou naturalmente a leste <strong>do</strong> resto <strong>do</strong> Brasil, portanto não pertencia a<br />

Portugal. Devi<strong>do</strong> a tais circunstancias o Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul, o território riogran<strong>de</strong>nse<br />

ficou por muitos anos inexplora<strong>do</strong> e ten<strong>do</strong> os seguintes nomes:<br />

Continente <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong>, que permaneceu com esse nome até a chegada <strong>do</strong>s jesuítas. Estes<br />

mudaram para Rio Gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Pedro, tornan<strong>do</strong>-se mais tar<strong>de</strong> São Pedro <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong>.<br />

Acredita-se que o primeiro a visitar o Litoral <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> Sul foi Cristovam Jacques em uma <strong>de</strong> suas expedições<br />

militares, uma vez que o imenso litoral <strong>do</strong> Amazonas a São<br />

Vicente ficou conheci<strong>do</strong> pelos <strong>de</strong>sbrava<strong>do</strong>res e<br />

<strong>de</strong>scobri<strong>do</strong>res, brasileiros <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>stemi<strong>do</strong>s e<br />

corajosos que habitavam em São Paulo. Foram eles com<br />

excursões extraordinárias e perigosas que alargaram o<br />

território brasileiro. Des<strong>de</strong> os primeiros tempos <strong>do</strong> Brasil,<br />

corriam juntamente com informações verda<strong>de</strong>iras notícias<br />

<strong>de</strong> fantásticas riquezas nos grotões <strong>do</strong> interior. Falava-se<br />

em lagoas repletas <strong>de</strong> pérolas, montanhas muito altas e<br />

resplan<strong>de</strong>centes como ouro <strong>de</strong> um novo reino <strong>de</strong> riqueza e<br />

po<strong>de</strong>r. O efeito <strong>de</strong> tais informações não se fez esperar.<br />

Dentro em breve foram organizadas expedições <strong>de</strong> mo<strong>do</strong><br />

metódico e a produzir ban<strong>de</strong>iras. Diversas <strong>de</strong>stas ban<strong>de</strong>iras <strong>de</strong>sceram para sul, passaram por<br />

Santa Catarina e procuraram atingir os vastos campos <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul. Nestas viagens<br />

encontravam grupos indígenas que carregavam marcos espanhol para serem levanta<strong>do</strong>s nos<br />

mais longínquos lugares <strong>do</strong> nosso atual território. Os paulistas combatiam-nos, <strong>de</strong>rrubavam os<br />

marcos e não consentiam <strong>de</strong> forma alguma tal intrepi<strong>de</strong>z naquelas paragens, que por direito já<br />

lhes pertenciam. O esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> guerra constante impediu por longos anos a colonização da<br />

fronteira. As coisas mudaram quan<strong>do</strong> as colônias espanholas se rebelaram contra Madri e o rei<br />

português Dom João VI vislumbrou a concretização <strong>de</strong> um velho sonho: subjugar a Cisplatina.<br />

Mas orientais estavam dispostos a azedar o vinho <strong>de</strong> Sua Majesta<strong>de</strong>. Sob a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> Artigas,<br />

impuseram encarniçada resistência às tropas <strong>de</strong> Lisboa. A essas escaramuças po<strong>de</strong>-se atribuir<br />

o surgimento <strong>de</strong> <strong>Santana</strong> <strong>do</strong> <strong>Livramento</strong>.<br />

Em vista <strong>de</strong>ssas constantes ameaças, os portugueses pediram providência à metrópole. Pelo rei<br />

<strong>de</strong> Portugal foi envia<strong>do</strong> Manoel Lobo, investi<strong>do</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> território em<br />

questão. Este dan<strong>do</strong> início às suas ativida<strong>de</strong>s fun<strong>do</strong>u um povoa<strong>do</strong>, a Colônia <strong>do</strong> Sacramento em<br />

1680, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser um posto avança<strong>do</strong> das possessões portuguesas.<br />

<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 50 -

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