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1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana

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Em <strong>Livramento</strong> houve a Chacina <strong>do</strong>s 4A assim <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> as iniciais <strong>do</strong>s nomes das<br />

quatro vítimas fatais. Foi quan<strong>do</strong> comunistas da nossa cida<strong>de</strong> estavam anima<strong>do</strong>s com a<br />

campanha <strong>do</strong>s candidatos populares. Eles já tinham <strong>do</strong>is verea<strong>do</strong>res na cida<strong>de</strong>, Lúcio Soares<br />

Neto e Sólon Pereira, que haviam si<strong>do</strong> eleitos pelo Parti<strong>do</strong> Social Trabalhista em 1947. Eram os<br />

chama<strong>do</strong>s “candidatos <strong>de</strong> Prestes” ou os candidatos da “Frente <strong>de</strong> Libertaç~o Nacional”. Como<br />

era <strong>de</strong> se esperar, a reação procurou dificultar ao máximo suas propagandas eleitorais. A<br />

presença ostensiva <strong>do</strong>s homens da repressão não os intimi<strong>do</strong>u. Defen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os seus direitos<br />

constitucionais, continuaram no seu trabalho <strong>de</strong> propaganda eleitoral. A resposta policial ao<br />

<strong>de</strong>sacato foi <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar uma fuzilaria e o massacre <strong>do</strong> grupo in<strong>de</strong>feso. Quatro militantes<br />

morreram no conflito. Seus nomes eram: Abdias Rocha, Aladim Rosales, Aristi<strong>de</strong>s Correa Leite<br />

e Ary Kulmann. Na opini~o <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r Ivo Caggiani, “uma chacina injustific|vel”. A verda<strong>de</strong><br />

é que foi uma trágica sangrenta disputa política, on<strong>de</strong> se misturaram questões pessoais e<br />

divergências i<strong>de</strong>ológicas.<br />

O triste episódio <strong>do</strong>s “4A” <strong>do</strong> dia 24 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1950 na fronteira Sant’ana <strong>do</strong><br />

<strong>Livramento</strong>/Rivera não diminui a dimensão calamitosa <strong>do</strong>s acontecimentos que resultaram na<br />

morte <strong>de</strong> quatro ativistas políticos e em uma <strong>de</strong>zena <strong>de</strong> feri<strong>do</strong>s. Caracterizan<strong>do</strong> o Largo <strong>do</strong><br />

Internacional, na Linha Divisória entre Brasil e Uruguai, como cenário <strong>de</strong> confrontos molda<strong>do</strong>s<br />

pela intolerância. Alguns anos <strong>de</strong>pois, 1961, outro acontecimento ali ocorri<strong>do</strong> ganharia enorme<br />

repercussão: o assassinato <strong>do</strong> prefeito Camilo Alves Gisler por seu antecessor e partidário,<br />

ambos eram <strong>do</strong> PTB <strong>de</strong> Getúlio Vargas, Francisco Reverbel <strong>de</strong> Araújo Góes, o “Pancho Góes”.<br />

A greve no Frigorífico Armour que arrebentou em abril <strong>de</strong> 1949, está registrada no primoroso<br />

livro “Retratos <strong>do</strong> Exílio” <strong>do</strong> jornalista Marlon Aseff. Ele registra a polarização entre capital e<br />

trabalho que extrapolava os limites da negociação, aon<strong>de</strong> alguns <strong>do</strong>s principais lí<strong>de</strong>res <strong>do</strong><br />

movimento foram presos.<br />

<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 144 -<br />

Na edição <strong>de</strong> segunda-feira, 4 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1949, o<br />

jornal O Republicano, porta-voz da UDN local,<br />

publicava: “Como vinha sen<strong>do</strong> espera<strong>do</strong> <strong>de</strong> ha<br />

muito, finalmente 6.a feira última irrompeu o<br />

movimento grevista no Frigorífico Armour <strong>de</strong>sta<br />

cida<strong>de</strong>, sob o pretexto <strong>de</strong> pleitear o aumento <strong>de</strong><br />

salários <strong>do</strong>s operários daquele Frigorífico e contra<br />

o <strong>de</strong>sconto <strong>do</strong> Imposto Sindical, mas, na realida<strong>de</strong>,<br />

servin<strong>do</strong> aos <strong>de</strong>sígnios revolucionários e<br />

subversivos <strong>do</strong>s comunistas, que procuram acima<br />

<strong>de</strong> tu<strong>do</strong> a anarquia, a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m e a <strong>de</strong>sharmonia<br />

social. O movimento teve uma longa preparação<br />

psicológica, através da imprensa comunista, da

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