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1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana

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le dieron <strong>de</strong> comer, asada, carne <strong>de</strong>l cadáver <strong>de</strong> su padre, al que acababan <strong>de</strong> fusilar en su<br />

presencia.”<br />

Epaminondas Villalba escreveu “A Revoluç~o Fe<strong>de</strong>ralista no RGS”, livro muito bom, bem <strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong>,<br />

em 1897, em seu livro relatou: “Conduzi<strong>do</strong>s os prisioneiros para um sítio pouco retira<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

acampamento a que <strong>de</strong>nominavam sanga, era ordinariamente a vítima amarrada com as mãos para tras<br />

e recebia a morte <strong>de</strong> joelhos, com a cabeça presa entre as pernas <strong>do</strong> algoz. Se nos arraiais fe<strong>de</strong>ralistas o<br />

famigera<strong>do</strong> preto Adão mereceu uma promoção pela perícia com que <strong>de</strong>sempenhava esse ofício, também<br />

entre os legalistas o terrível Cherengue se constituiu o seu rival e conquistou a simpatia <strong>de</strong> alguns chefes<br />

pelo seu número <strong>de</strong> infelizes que vitimou.”<br />

Adão Latorre chegou a ser famoso, muito mesmo, até na Internet <strong>de</strong> hoje em dia. Adão Latorre era <strong>de</strong><br />

origem muito pobre. Servia aos Tavares no campo (Lembremos que a família Silva Tavares era muito<br />

importante, o General João Nunes da Silva Tavares foi o chefe máximo da revolução). Veio a Revolução e<br />

o negro Adão apareceu como tenente-coronel mandan<strong>do</strong> num piquete. Há uma linda fotografia <strong>de</strong>le<br />

chefian<strong>do</strong> uns 100 homens bem pilcha<strong>do</strong>s. A foto foi batida por Pedro Obino durante o sítio <strong>de</strong> Bagé.<br />

Retoman<strong>do</strong> Villalba em seu livro: “O castigo <strong>do</strong> prisioneiro começava com a tortura - castração - e<br />

terminava com a <strong>de</strong>gola. A <strong>de</strong>gola era a preferida para o assassinato <strong>do</strong>s adversários políticos, porque<br />

assim guardava-se munições.”<br />

Villalba em seu livro: O Cherengue ou Xerengue <strong>de</strong>u lugar a uma poesia feita por um poeta jornalista e<br />

que apareceu em O Canabarro, em 1903. Trata-se <strong>de</strong> uma das costumeiras ‘bicadas’ <strong>do</strong> jornal opositor a<br />

João Francisco: “Já que pe<strong>de</strong>m, ce<strong>do</strong> / Por hoje esta bicada; / Mas confesso tenho / me<strong>do</strong> / Do João<br />

Francisco e Brigada / Xerengue não é brinque<strong>do</strong> / Bicar assim corro risco / Por tanto confesso me<strong>do</strong> / Da<br />

Brigada e João Francisco”<br />

No combate <strong>de</strong> Rio Negro a Divisão que venceu aos <strong>do</strong> governo fez isto: “300 prisioneros fueron<br />

encerra<strong>do</strong>s en un corral <strong>de</strong> piedras <strong>de</strong> <strong>do</strong>n<strong>de</strong> los sacaron uno por uno, a lazo, para <strong>de</strong>sjarretarlos y<br />

<strong>de</strong>gollarlos como reses ...” (Florencio Sánchez)<br />

Outra <strong>do</strong> Adão Latorre: Entre os irmãos Tavares e o militar Pedroso existiam questões nunca resolvidas.<br />

Leva<strong>do</strong> ao sacrifício o coronel Pedroso indagou <strong>do</strong> seu carrasco, Adão, é claro:<br />

“Quanto vale a vida <strong>de</strong> um homem valente <strong>de</strong> bem?” “Valente po<strong>de</strong> ser! De bem não sei, não. A tua não vale<br />

nada, pois está no fio da minha faca”, respon<strong>de</strong>u o carrasco. O coronel levantou a cabeça oferecen<strong>do</strong> o<br />

pescoço e dizen<strong>do</strong>: “Então, <strong>de</strong>gola negro filho da puta.” O Adão também participou na Revolução <strong>de</strong><br />

1923 on<strong>de</strong> foi morto a balas e logo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>gola<strong>do</strong>. Assim terminou aos 80 anos o maior <strong>de</strong>gola<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> RGS.<br />

Os crimes da ditadura republicana em <strong>Livramento</strong><br />

“Os Crimes da Ditadura” contada pelo drag~o, <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Rafael Cabeda e Ro<strong>do</strong>lpho Costa,<br />

publica<strong>do</strong> na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Rivera, no Uruguai, na tipografia <strong>do</strong> jornal “O Maragato”, em 1902.<br />

Nela veicula uma versão <strong>do</strong>s fe<strong>de</strong>ralistas, per<strong>de</strong><strong>do</strong>res da Revolução <strong>de</strong> 1893, sobre o perío<strong>do</strong><br />

<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 124 -

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