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1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana

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... A monarquia iria baquear. O Brasil agora pertence à América, e a América pertence à<br />

República ... ”<br />

Críticos <strong>do</strong> presi<strong>de</strong>ncialismo como Silvio Romero explicavam: “uma vez que um homem é eleito<br />

presi<strong>de</strong>nte, representa por quatro anos a administração, sem que se possa tocar em seu po<strong>de</strong>r,<br />

e durante esse tempo ele po<strong>de</strong> governar só, entregue a si mesmo e sem prestar atenção à<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>do</strong> país”.<br />

Como surge o Manifesto Parlamentarista (em O Canabarro nº 808 <strong>de</strong> 23.04.1896), o executivo<br />

terminaria impon<strong>do</strong>-se aos <strong>de</strong>mais po<strong>de</strong>res fazen<strong>do</strong> utópica a teoria <strong>de</strong> Montesquieu. Nesse<br />

senti<strong>do</strong>, Ruy Barbosa dizia interpretan<strong>do</strong> a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> brasileiros a<br />

favor <strong>do</strong> parlamentarismo: “Sempre sustentei a indiferença das formas <strong>de</strong> governo, a<br />

equivalência <strong>de</strong> todas as constituições, monárquicas o republicanas, como tal, <strong>de</strong> que assegurem<br />

ao povo <strong>do</strong> governo que realmente o represente, e ao individuo, o regime jurídico da liberda<strong>de</strong>”.<br />

Se no nacional os motivos para polemizar eram muitos, a situação <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul em<br />

véspera da Revolução Fe<strong>de</strong>ralista era muito grave: reinava a instabilida<strong>de</strong> política, nos<br />

primeiros três anos da proclamação da república houve 19 governa<strong>do</strong>res. O Dr. Júlio <strong>de</strong><br />

Castilhos volta por terceira vez ao po<strong>de</strong>r em 1893.<br />

Oss ccombattenttess<br />

Maragatos: no Uruguay, eram chama<strong>do</strong>s assim os habitantes da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> San<br />

José <strong>de</strong> Mayo, colonizada por espanhóis vin<strong>do</strong>s da região da Maragateria. Os<br />

pica-paus difundiram o apeli<strong>do</strong>, queren<strong>do</strong> tachar os fe<strong>de</strong>ralistas <strong>de</strong> estrangeiros<br />

mercenários. Mas o tiro <strong>de</strong>u-se no pé, pois a alcunha caiu no gosto popular. Seu<br />

símbolo era o lenço vermelho.<br />

Pica-paus: eram os legalistas, simpatizantes <strong>de</strong> Júlio <strong>de</strong> Castilhos, ganharam o<br />

apeli<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao chapéu (foto) usa<strong>do</strong> pelos militares que apoiavam essa facção.<br />

Eles tinham listras brancas que, segun<strong>do</strong> os revolucionários, seriam<br />

semelhantes a <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> pica-pau. O símbolo era o lenço branco.<br />

Maragatos e Pica-paus foram protagonistas da Revolução Fe<strong>de</strong>ralista que<br />

ocorreu no Esta<strong>do</strong> após a Proclamação da República, e teve como causa a instabilida<strong>de</strong> política gerada<br />

pelos fe<strong>de</strong>ralistas, que pretendiam libertar o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r centraliza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral, aqui<br />

representa<strong>do</strong> por Júlio Prates <strong>de</strong> Castilhos, então presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Estima-se que 10 mil mortos<br />

tenha si<strong>do</strong> as baixas <strong>do</strong> conflito que durou 31 meses (1893/1895), número que representava mais <strong>de</strong><br />

1% da população gaúcha que foi assassinada por meio <strong>de</strong> torturas, esquartejamentos e <strong>de</strong>golas. Entre<br />

os lí<strong>de</strong>res insurretos, estavam Gumercin<strong>do</strong> Saraiva, general honorário João da Silva Tavares e o próprio<br />

Gaspar Silveira Martins, que, além das forças estaduais, enfrentaram também as tropas fe<strong>de</strong>rais <strong>do</strong><br />

presi<strong>de</strong>nte da República, Floriano Peixoto, que por sua vez contou com a li<strong>de</strong>rança <strong>do</strong> Gen. Hipólito<br />

Ribeiro.<br />

<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 114 -

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