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1823 Sant'Ana do Livramento - Filhos de Santana

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O motim <strong>do</strong> 12º Regimento:<br />

Pouco <strong>de</strong>pois da proclamação da república (1889), tanto o Parti<strong>do</strong> Republicano como o Parti<strong>do</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ralista, dispunham na fronteira elementos e disposição para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a qualquer preço<br />

seus i<strong>de</strong>ais. Em Sant’Ana, como em to<strong>do</strong> país, teve reflexos profun<strong>do</strong>s o ato <strong>do</strong> Marechal<br />

Deo<strong>do</strong>ro da Fonseca a dissolução <strong>do</strong> Congresso em 1891, culminan<strong>do</strong> com a revolta da armada<br />

em 23.11.1891 li<strong>de</strong>rada pelo almirante Custódio <strong>de</strong> Mello. Assim consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>, o Parti<strong>do</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ralista apelou para o recurso da extrema violência, preparan<strong>do</strong> um golpe arma<strong>do</strong>. Mostra<br />

a história que movimentos <strong>de</strong>sta natureza são prepara<strong>do</strong>s no extrangeiro. Os revoluvionários<br />

santanenses, não fugin<strong>do</strong> a essa regra, imediatamente tranferiram-se para Rivera, ali<br />

montan<strong>do</strong> suas estratégias conspiratórias sob a chefia <strong>do</strong> coronel Rafael Cabeda e <strong>de</strong>mais<br />

segui<strong>do</strong>res: os Srs. Francisco Cabeda, Paulino Vares, David M.da Silva e outros.<br />

O 12º regimento, aquartela<strong>do</strong> no Cerro <strong>do</strong> Depósito, tinha como comandante o coronel<br />

Benjamim Pereira Monteiro, que tomara parte da campanha <strong>do</strong> Paraguai. Ali existia um<br />

numeroso grupo, chefia<strong>do</strong>s pelo alferes Aristi<strong>de</strong>s Arminio <strong>de</strong> Almeida Rego, que segun<strong>do</strong> os<br />

fe<strong>de</strong>ralistas, preparavam a rebelião <strong>do</strong> 12º Regimento. Certo dia, quan<strong>do</strong> tomavam as últimas<br />

providências para uma ação, foram <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s pelo sargento Francisco Torres – filho <strong>de</strong> um<br />

tetraneto <strong>de</strong> Calabar, segun<strong>do</strong> se firmara na época – e imediatamente foram presos. Entretanto,<br />

tornan<strong>do</strong>-se conhecida as prisões, gran<strong>de</strong> parte da guarnição foi levar a sua solidarieda<strong>de</strong> aos<br />

acusa<strong>do</strong>s. Foi tão intenso o movimento que chegou a alarmar o prórpio coman<strong>do</strong>. Em 10 <strong>de</strong><br />

novembro <strong>de</strong> 1891 o Regimento estava com os revolucionários. Pouco antes das 11 horas, um<br />

conselho <strong>de</strong> oficiais resolveu que os <strong>de</strong>nuncia<strong>do</strong>s, por falta <strong>de</strong> provas, fossem julga<strong>do</strong>s<br />

inocentes e restituí<strong>do</strong>s à liberda<strong>de</strong>.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, aproveitan<strong>do</strong>-se da saída <strong>do</strong> comandante e <strong>de</strong> alguns oficiais, o alferes Aristi<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Almeida Rego, reuniu os sargentos e alguns oficiais, comunicou que e comandante Benjamim e<br />

o ajudante <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns foram <strong>de</strong>postos <strong>de</strong> suas funções. Assumiu o coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> regimento, com<br />

o qual marchou em direção à cida<strong>de</strong>. Ao ter conhecimento <strong>do</strong> movimento revolucinário, o<br />

marechal Isi<strong>do</strong>ro Fernan<strong>de</strong>s tentou conter a marcha exigin<strong>do</strong> obediência <strong>do</strong> alferes Aristi<strong>de</strong>s.<br />

Diante <strong>de</strong> um incêndio <strong>de</strong> vibração <strong>do</strong>s comanda<strong>do</strong>s <strong>do</strong> alferes, nada restava a fazer ao<br />

marechal, retirou-se. No centro da cida<strong>de</strong>, o sargento Ilirio Nunes Pereira e o alferes Antonio<br />

Augusto <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong>, <strong>de</strong>pois da ocupação <strong>do</strong> Telégrafo Nacional, marcharam para Rivera, <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> trouxeram na “garupa <strong>do</strong>s cavalos” os chefes políticos maragatos Rafael Cabeda e Paulino<br />

Vares, sen<strong>do</strong> recebi<strong>do</strong>s com gran<strong>de</strong> entusiasmo pelos revoltosos e a população que seguia o<br />

Regimento. Depois <strong>de</strong> percorrer as ruas da cida<strong>de</strong>, o regimento retornou ao quartel e o ca<strong>de</strong>te<br />

Antonio Augusto <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> teve a seu cargo o patrulhamento da cida<strong>de</strong> até a renuncia <strong>do</strong><br />

marechal Deo<strong>do</strong>ro da Fonseca. Como <strong>de</strong>corrência, a sublevação <strong>do</strong> 12º Regimento <strong>de</strong> Cavalaria<br />

foi transforma<strong>do</strong> em uma simples passeata militar pela a ausência <strong>de</strong> resistência e os oficiais<br />

foram chama<strong>do</strong>s em virtu<strong>de</strong> da revolução. Com isso, os Maragatos santanenses que estavam<br />

em Rivera retornaram ao pago e Cabeda foi prefeito transitóriamente.<br />

<strong>1823</strong> - Carlos Alberto Potoko - 108 -

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