ANTIJESUÍTISMO EUROPEU: RELAÇÕES POLÍTICO ...
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V. RESUMO E PERSPECTIVAS<br />
No sec. XVIII, a rede de relações político-diplomáticas assim<br />
como no plano cultural e das ideias, entre Lisboa e Munique, foi<br />
essencialmente cunhada pela questão jesuíta. Portugal impôs à questão<br />
a sua dimensão europeia. Enquanto saliente característica estrutural<br />
distintiva do antijesuítismo europeu, numa constelação de vários<br />
campos de força, observa-se um positivo efeito de repercussão entre<br />
Portugal e a Baviera. O reforçar de uma única acção conduziu, a partir<br />
de 1759, ao incremento de todas as funções visíveis do sistema na<br />
cultura, na política e na sociedade.<br />
A expulsão dos jesuítas de Portugal anunciou à Companhia de<br />
Jesus a irresistibilidade da grande viragem. O vento contrário vindo<br />
de Portugal causou na Igreja e na Companhia de Jesus, na Europa<br />
central, uma primeira insegurança geral. Em aberto fica a questão<br />
de saber se as medidas tomadas no âmbito da acção portuguesa<br />
antijesuíta, se tornam auxílio interpretativo à hermenêutica dos fundamentos<br />
da supressão de 1773.<br />
Para além do objectivo da investigação, refira-se uma presumível<br />
correlação entre o antijesuítismo relativo à Europa, e a génese extra-<br />
-europeia das tendências antijesuítas. Não se pode apenas entender,<br />
aqui, o antijesuítismo sob recurso à história missionária portuguesa e<br />
espanhola do sec. XVIII. 4 1 5 Formulado em tese, também no que respeita<br />
à questão jesuíta, a história extra-europeia constitui-se «em face<br />
da Europa». 4 1 6Por conseguinte, objectivo desejável da investigação<br />
constitui o alargamento da problemática à Espanha e América Latina,<br />
em relação directa com a Baviera, o que exige, evidentemente,<br />
fazer vasta investigação nos arquivos de fora da Europa.<br />
Após a decisão fundamental de Lisboa contra os jesuítas, os<br />
círculos concêntricos do continente foram traçados de forma cada vez<br />
mais estreita. Transformações no conjunto da política de alianças,<br />
durante a inversão de alianças de 1756, elevou, após o final da Guerra<br />
4 1 5 Deve ser considerada válida a frase de Iggers 230, reclamando: «Enlightenment<br />
historiography seldom transcends its Europecentric preoccupation.»<br />
4I* Cf. König, Indiobild 99. Sobretudo é válido para a América Latina que ela,<br />
a partir da expansão dos poderes ibéricos para o Novo Mundo, se torna parte da<br />
história europeia. Cf. ibid. 118. Reproduziu o Iluminismo, também na questão<br />
jesuíta, os problemas da expansão europeia, de modo cultural? Cf. Bitterli 2l3s.