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ANTIJESUÍTISMO EUROPEU: RELAÇÕES POLÍTICO ...

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apresenta-se consideravelmente perceptível. 212 Foram trazidas à luz<br />

várias zonas de influência na formação das consciências dos «filhos<br />

espirituais», 213 no que respeita quer à fundamentação teórica de directivas<br />

morais quer à prática educativa na base do ideal do príncipe,<br />

elaborado pelos confessores. 214<br />

O primeiro jesuíta em missão de confessor foi Gonçalves da<br />

Câmara que, em 1552, tinha sido requisitado à Ordem pelo rei português<br />

D. João III. 2 1 5 Se se pode falar, generalizando, de uma específica<br />

«diplomacia do confessor do Antigo Regime», 2 1 6 é lícito pô-la em<br />

dúvida devido à inexistência de uma visão geral dos estudos particulares<br />

das diferentes figuras de confessores. 2 1 7 O principal dilema<br />

no desempenho da missão de confessor da Corte deve ser procurado<br />

na permanente terrível exigência do procedimento profissional<br />

como pastor, secretário privado, conselheiro político e director espiritual.<br />

2 1 8 Para a avaliação da missão de confessor confiada aos<br />

2 1 2 Cf. Haaß 373. Haaß examinou esta questão com o auxílio de exemplos<br />

concretos (ou seja, os confessores dos príncipes eleitores de Colónia, José Clemente<br />

e Clemente Augusto).<br />

2 1 5 A competência dos confessores estendia-se até à selecção dos planos de leituras;<br />

da troca de correspondência entre Maria Teresa e Maria Antonieta dcpreende-<br />

-se que a inquieta mãe evocava sua filha, «ohne Zustimmungs Ihres Beichvaters kein<br />

Buch und auch keine Broschüre zu lesen»: cit. segundo Christoph 16. O padrinho de<br />

Maria Antonieta era o antigo embaixador de Portugal na Corte de Viena, Sebastião<br />

José de Carvalho e Melo: cf. carta de felicitações e agradecimento, de Pombal, pelo<br />

nascimento de Maria Antonieta e sua escolha como padrinho (datada de 30.XII. 1755,<br />

de Lisboa), em língua portuguesa e francesa, em: Tarouca, Correspondência 355s.<br />

2 1 4 Cf. Kovács. Beichtväter 86. Kovács procurava, sobretudo, as influências do<br />

clero da Corte sobre o auto-entendimento dos Habsburger e da sua concepção de<br />

poder e legitimação do soberano.<br />

2 1 5 Bireley 386s. Ao passo que o Provincial português, Diego Mirón, indeferia<br />

o pedido real, Inácio de Loyola, numa carta de I.II. 1553, apoiava a solicitação.<br />

2 1 6 Burkhardt 128. Se Burkhardt, com a expressão, persegue um objectivo de<br />

conhecimento, permanece em aberto. Mas a conceptualidade escolhida não pressupõe<br />

um determinado grau de organização e um comum interesse orientador dos confessores?<br />

2 1 7 Uma visão tipológica dos confessores da Corte, suficientemente documentados<br />

nos registos, na Europa dos Tempos Modernos, seria, por isso, um urgente<br />

desiderato da investigação. Para poder situar fenómenos análogos no mapa a traçar<br />

de possíveis influências, a problemática a formular deveria, sem dúvida, ser compreendida,<br />

de forma suficientemente ampla.<br />

2 1 8 Cf. o artigo Hofbeichtväter, in: Koch (especialmente 814ss); além disso,<br />

Duhr, Jesuitenfabeln, 665-693, sobre «Berüchtigte Hofbeichtväter aus dem Jesuitenorden».<br />

Para os jesuítas enquanto confessores, educadores e conselheiros: Die<br />

Jesuiten in Bayern 266-272.

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