ANTIJESUÍTISMO EUROPEU: RELAÇÕES POLÍTICO ...

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17.04.2013 Views

orientados regionalmente. 11 O tipo de reflexão regional coloca, com isso, à disposição valiosos resultados quanto aos pressupostos específicos e às formas do antijesuítismo. A sua visão de conjunto e tratamento comparativo mostram, a bem dizer, diversos pontos de partida metodológicos que não levam a qualquer caminho viável, quando o campo de trabalho se reduz às fronteiras territoriais. O seu limitado valor afirmativo para a posição da temática escolhida não precisa, por isso, de ser particularmente sublinhado, isto é válido para a, muito restrita no espaço, análise de van Dülmen, 12 a qual provocou uma legítima crítica. 13 Neste contexto, lamentou-se que «as influências extra-alemãs e as recíprocas actividades internacionais relacionadas com o Iluminismo católico alemão tenham, até agora, sido tão pouco investigadas». 14 Impulsos orientadores para uma investigação feita com base em arquivos, partiram até agora, sobretudo, dos inúmeros trabalhos do importante historiador dos jesuítas, Bernhard Duhr. 15 I. 3. Estado das fontes A análise baseia-se, nas suas partes essenciais, em fontes inéditas. Mediante a limitação do tema foi tida em conta a transmissão dispersa por vários arquivos do material utilizado. Fundos completos só estavam disponíveis, em parte, em arquivos estrangeiros. A concepção do trabalho excluiu, em grande medida, a avaliação de descrições de viagens 16e da bibliografia antijesuíta "da época quando fontes impressas. " Para Portugal: Ferrão; Santana; para o sul da Áustria e Viena: Kröll, Beilrüge; Id., Auswirkungen; Duhr, Maria Theresia; para a Baviera: Müller, Aufhebung; para Passau: Diendorfcr. Cf., ainda, Schneider, Aufhebung: Duhr, Relationen über die Aufhebung. 12 Van Dülmen, Antijesuitismus, abrange, na verdade, o fenómeno como um todo complexo, mas restringe o olhar aos príncipes eleitores religiosos, aos bispos eleitores da Alemanha do sul assim como à Baviera e à Áustria. " Müller, Aufhebung 288, censura a van Dülmen o ter isolado, temporal e espacialmente, o antijesuítismo do seu contexto originário. M Schindling 222. 15 Cf., sobretudo, Duhr, Etappen; Id., Pombal; Id.. Mordversuch. 16 Do sec. XVIII estão à disposição múltiplas descrições de viagens como fontes da história cultural. O seu valor para a nossa problemática é. contudo, limitado. Foi referido, diversas vezes, o seu contributo para a formação de imagens e estereótipos: Röbel 23; Osterhammel 13ss. Cf., ainda, pelo seu valor como fonte, Mörner, Europäische Reiseberichte 281s. Prescindiu-se da sua análise. 17 A produção bibliográfica antijesuíta na Europa, a partir do sec. XVI, é dificilmente resumívei. Da do sec. XVIII, registe-se: Gabrielli: Naumann 476-505;

Na Biblioteca Nacional de Lisboa está conservado um volumoso fundo para a história de Portugal, de 1750 a 1777/82, a «colecção Pombalina». 18 A colecção, criada no final do sec. XIX, recolheu uma imensidão de documentos acerca da pessoa, da política e da influência do primeiro ministro português, Carvalho e Melo, mais tarde Marquês de Pombal. Para o tratamento da questão dos jesuítas, ela põe, graças a um catálogo específico, ricos materiais à disposição. A correspondência diplomática do embaixador português na Corte de Viena para Lisboa "foi avaliada exaustivamente sob os aspectos referidos, para além dos restritos domínios político-diplomáticos. Para a investigação histórica especificamente cultural e das ideias, os relatórios da legação representam de facto «um ainda enorme reservatório de informações não esgotado». 20 A sua exploração e avaliação pressupõe, sem dúvida, familiaridade com a problemática das fontes da correspondência da legação. Abstraindo da necessária perspectividade e da tendência subjectiva pessoal, a importância das relações diplomáticas reside sobretudo na «continuidade e minuciosidade da informação» 21 acerca dos acontecimentos na Corte. Nem todos os pormenores do relatório resistem ao exame crítico 22; linhas gerais de evolução e análises rigorosas da situação são, contudo, justamente de prever de um embaixador com longa actividade na Corte. Do ponto de vista quantitativo, o fluxo informativo de Viena para Lisboa dife- Pastor XVI/1, 935s; Die Jesuiten in Bayern 280-283 (n°s 244-246). Cf., acerca da divulgação dos escritos antijesuítas em bibliotecas privadas: Bräuning-Oktavio 151 ; Fiehtl, Bücherzensurkollegium, 25; Schnelle 122. 18 BNL Col. Pomb. Na sua maior parte, a colecção está ã disposição dos utentes, em microfilme. " ANTT MNE: as Cxs. 513-516 contêm os relatórios dos embaixadores portugueses na Corte de Viena, enviados para Lisboa no período entre 1735-1769. No Arquivo do Ministério dos Negócios Estrangeiros português, dos poucos fundos existentes valeu a pena a verificação para dois casos: AHDMNECx. 1 maço lAeCx. 1 maço 4. 2 U Kleinmann, Praxis XXXIII, chama a atenção para a possibilidade de análise, muito pouco utilizada, para a problemática da história da cultura e das ideias. O contributo de Kuder introduz a edição dos relatórios dos embaixadores de Madrid para Viena, publicada por Hans Juretschke. Seria desejável continuar esta edição com os relatórios de Lisboa para Viena. 2 1 Schmid, Außenpolitik 11 nota 78; cf., também, Aretin 12s nota 12. 2 2 Muitas vezes trata-se de rumores, não comprovados, postos a circular. Cf., também, Duhr, Etappen 447.

orientados regionalmente. 11 O tipo de reflexão regional coloca, com<br />

isso, à disposição valiosos resultados quanto aos pressupostos específicos<br />

e às formas do antijesuítismo. A sua visão de conjunto e tratamento<br />

comparativo mostram, a bem dizer, diversos pontos de partida<br />

metodológicos que não levam a qualquer caminho viável, quando o<br />

campo de trabalho se reduz às fronteiras territoriais. O seu limitado<br />

valor afirmativo para a posição da temática escolhida não precisa, por<br />

isso, de ser particularmente sublinhado, isto é válido para a, muito<br />

restrita no espaço, análise de van Dülmen, 12 a qual provocou uma<br />

legítima crítica. 13 Neste contexto, lamentou-se que «as influências<br />

extra-alemãs e as recíprocas actividades internacionais relacionadas<br />

com o Iluminismo católico alemão tenham, até agora, sido tão pouco<br />

investigadas». 14 Impulsos orientadores para uma investigação feita<br />

com base em arquivos, partiram até agora, sobretudo, dos inúmeros<br />

trabalhos do importante historiador dos jesuítas, Bernhard Duhr. 15<br />

I. 3. Estado das fontes<br />

A análise baseia-se, nas suas partes essenciais, em fontes inéditas.<br />

Mediante a limitação do tema foi tida em conta a transmissão dispersa<br />

por vários arquivos do material utilizado. Fundos completos só estavam<br />

disponíveis, em parte, em arquivos estrangeiros. A concepção<br />

do trabalho excluiu, em grande medida, a avaliação de descrições de<br />

viagens 16e da bibliografia antijesuíta "da época quando fontes impressas.<br />

" Para Portugal: Ferrão; Santana; para o sul da Áustria e Viena: Kröll,<br />

Beilrüge; Id., Auswirkungen; Duhr, Maria Theresia; para a Baviera: Müller,<br />

Aufhebung; para Passau: Diendorfcr. Cf., ainda, Schneider, Aufhebung: Duhr,<br />

Relationen über die Aufhebung.<br />

12 Van Dülmen, Antijesuitismus, abrange, na verdade, o fenómeno como um<br />

todo complexo, mas restringe o olhar aos príncipes eleitores religiosos, aos bispos<br />

eleitores da Alemanha do sul assim como à Baviera e à Áustria.<br />

" Müller, Aufhebung 288, censura a van Dülmen o ter isolado, temporal e<br />

espacialmente, o antijesuítismo do seu contexto originário.<br />

M Schindling 222.<br />

15 Cf., sobretudo, Duhr, Etappen; Id., Pombal; Id.. Mordversuch.<br />

16 Do sec. XVIII estão à disposição múltiplas descrições de viagens como<br />

fontes da história cultural. O seu valor para a nossa problemática é. contudo,<br />

limitado. Foi referido, diversas vezes, o seu contributo para a formação de imagens<br />

e estereótipos: Röbel 23; Osterhammel 13ss. Cf., ainda, pelo seu valor como fonte,<br />

Mörner, Europäische Reiseberichte 281s. Prescindiu-se da sua análise.<br />

17 A produção bibliográfica antijesuíta na Europa, a partir do sec. XVI, é<br />

dificilmente resumívei. Da do sec. XVIII, registe-se: Gabrielli: Naumann 476-505;

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