ANTIJESUÍTISMO EUROPEU: RELAÇÕES POLÍTICO ...
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A discussão sobre o probabilismo, ainda durante o tempo em que<br />
Edlweck foi Superior em Viena, não é, para um dado contexto,<br />
afirmação suficientemente enérgica, visto que em 1760 o sermão de<br />
Neumayr em Augsburgo, ali circulava impresso. Por último, a pobreza<br />
das condições da documentação deve, por assim dizer, deixar<br />
em aberto em que medida os juízos seguintes do embaixador<br />
Andrade e Castro se aproximaram da realidade histórica da área<br />
dominada pelo príncipe eleitor: em Setembro de 1761, escrevia ele, de<br />
forma lapidar, para Lisboa: «A Baviera hé paíz de Jesuíttas.» 208<br />
III. l.c. Os Jesuítas como confessores<br />
da Corte — pastoral ou política?<br />
Na Alemanha, os jesuítas apoderaram-se dos confessionários e,<br />
desse modo, imiscuíram-se nos negócios políticos do Estado: esta a<br />
má notícia transmitida para Lisboa pelo embaixador português<br />
Andrade e Castro, em Junho de 1765. 209 Aos olhos do diplomata —<br />
após a expulsão do núncio Acciaiuoli de Portugal, em Junho de 1765<br />
— tinham sido os confessores e pregadores da Corte, na Corte de<br />
Viena, que haviam viciado as notícias chegadas de Lisboa e Roma, e<br />
tinham feito agitação em favor da sua Ordem. 2 1 0<br />
Partindo de duas apreciações, escolhidas, do embaixador português<br />
sobre os jesuítas enquanto confessores da Corte, coloca-se a<br />
questão da dimensão política dessa posição-chave. 2 , 1 Como se<br />
chega à atribuição de um papel definido dos confessores como<br />
força determinante no conjunto das estruturas de poder da Corte?<br />
Existe, fundamentalmente, uma visível influência nas decisões<br />
políticas por intermédio do conselho na confissão ou por outros<br />
meios?<br />
A investigação histórica permanece vedado o diálogo da confissão;<br />
no entanto, a orientação geral da influência dos confessores<br />
208 A N X X MNE CX. 515, Andrade e Castro para Cunha. 6.IX.1761.<br />
lo? aNTT MNE Cx. 516. Andrade e Castro para Cunha, 2.VI. 1765: «Os Jezuíttas<br />
se apoderarão dos confessionários, e se intrometerão nos negócios do regime do<br />
estado.»<br />
2 1 0 ANTT MNE Cx. 514, Andrade e Castro para Cunha, 25.VII. 1760: «Os<br />
confessores, e pregadores da Corte agitam como podem.»<br />
2 1 1 Scott 161. Na monarquia dos Habsburg, os Jesuítas ocupavam os «key posts<br />
of confessors to the ruling dinasty», em forma de monopólio.