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ANTIJESUÍTISMO EUROPEU: RELAÇÕES POLÍTICO ...

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governo. 1 7 3 As informações chegadas de Munique em relatórios semanais,<br />

seguiam depois, sem demora, para Lisboa. Juntamente com o<br />

relato do caso do padre confessor demitido, Andrade e Castro comentava,<br />

ainda, a política nacional da Baviera acerca da questão dos<br />

jesuítas; não se fala em nenhuma medida acentuadamente antijesuíta.<br />

Que circunstâncias tinham levado a esse despedimento do jesuíta<br />

confessor da Corte ao serviço do príncipe eleitor? Quem era o confessor<br />

expulso?<br />

Em 1742, o imperador Carlos VII, da Casa de Wittelsbach, tinha<br />

então destinado para seu filho de 15 anos, Maximiliano José, o jesuíta<br />

Daniel Stadler 1 7 4como professor e confessor. '"Maximiliano III José,<br />

após a morte de seu pai, manteve o professor e educador jesuíta como<br />

conselheiro pessoal e confessor na Corte de Munique. Nos tempos<br />

que se seguiram, a influência de Stadler nas decisões políticas 176 foi<br />

considerada muito forte, sobretudo pelo embaixador austríaco, o qual<br />

o procurava ganhar para a política por si representada. 177 Mas o jesuíta<br />

passava por partidário da França; por isso, já em 1754, reclamou<br />

o lado austríaco a demissão de Stadler, culminando, em 1758, no<br />

empenhamento reforçado para afastar o obstáculo que era o confessor,<br />

para impor os interesses austríacos na Corte de Munique. 178Fazendo<br />

um desvio por Roma, a Corte de Viena pediu ao Geral dos Jesuítas<br />

que proibisse Stadler de abusar da sua posição. 179 A queda do acusado<br />

confessor da Corte que recebera de facto, quer do lado francês<br />

quer do austríaco, donativos regulares em forma de café, vinho e<br />

1 7 3 ANTT MNE Cx. 115, Andrade e Castro para Cunha, 18.X1I.1762: «De<br />

Munieh se escreveu haver o Sereníssimo Eleitor despedido, e defendido a entrada na<br />

Corte, ao seu confessor Jezuítta; e que se prezumia ser o motivo, o intrometerse nos<br />

negócios políticos e civis.»<br />

1 7 4 Nasceu em 1705, em Amberg/Alto Palatinado. e entrou para a Companhia<br />

de Jesus em 1722; após estudos de Teologia e Filosofia exerceu funções de ensino<br />

em vários colégios jesuítas; morreu em 1764, em Pruntrut. Geri 420; Duhr, Stadler<br />

236s. 1 7 5 Ibid. 237. Sobre as publicações de Stadler: Sommervogel VII 1467-1469.<br />

1 , 6 É discutível se ele era, de facto, a «Schlüsselfigur im Kräftespiel am<br />

Nymphenburger Hofe» (Hammermayer, Geschichte I, 245) .<br />

1 7 7 Cf. Schmid, Außenpolitik 367s; Duhr, Stadler 246ss.<br />

1711 Schmid. Außenpolitik 312 e 426s, também para o seguinte.<br />

1 7 9 Maria Teresa, em 1758, queixava-se junto do cardeal Rodt que Stadler teria<br />

actuado, antes, em favor da França, mas mais, há algum tempo, para a Prússia;<br />

sempre, contudo, contra a Aústria: cf. Duhr, Stadler 250. Burkhardt 205 nota 85,<br />

diverge na data da carta.

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