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ANTIJESUÍTISMO EUROPEU: RELAÇÕES POLÍTICO ...

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Na Corte de Munique, no sec. XVIII, não estava acreditado<br />

nenhum embaixador português em particular; por isso, o representante<br />

de Portugal na Corte de Viena tinha também de se ocupar do Eleitorado<br />

da Baviera. O horizonte dos diplomatas portugueses compreendia<br />

para além disso também os grandes territórios alemães do centro.<br />

Aqui, põe-se de novo o já discutido problema, no que respeita à crítica<br />

das fontes, dos relatórios das legações: com o aumento da distância<br />

geográfica pode dar-se um acesso arbitrário à informação, sendo<br />

filtradas sistematicamente as notícias chegadas.<br />

No entanto, o limitado ponto de vista do observador situado em<br />

Viena, no que respeita à Baviera, apenas indirectamente impede — se<br />

é que o faz — a ligação a entender entre a Baviera e Portugal sob o<br />

aspecto apresentado. Supõe-se mesmo que apenas casos significativos<br />

ocorridos na área bávaro-alemã meridional, na qual a corrente anti-<br />

-jesuíta se conseguiu fixar, foram considerados dignos de informação<br />

na capital portuguesa.<br />

Nesta medida, o conjunto de informações chegadas a Viena a<br />

partir da Baviera prova a sua relevância supra-regional, por um lado;<br />

por outro, a condensação, por parte do embaixador português, da<br />

linha informativa tende a um alto grau de abstracção também condicionada<br />

pelo grande distanciamento em relação aos acontecimentos.<br />

Importa tornar consciente este resultado da crítica das fontes, antes<br />

de, em seguida, serem investigadas as relações entre o espaço bávaro-<br />

-alemão meridional e Portugal a partir dos relatórios do embaixador<br />

português Andrade e Castro. A primeira cena passa-se na cidade livre<br />

do Império, Augsburgo.<br />

III.1.a. O sermão probabilístico do Pe. FranzNeumayrSJ (1759)<br />

Em 8 de Setembro de 1759, o embaixador português na Corte<br />

de Viena, Ambrósio Freire de Andrade e Castro, informa para Lisboa<br />

que, em Augsburgo, um jesuíta pronunciou um escandaloso<br />

sermão. 147 No mesmo dia, escrevia o cónego agostinho de Polling,<br />

Eusebius Amort, com teor semelhante, ao secretário do Bispo de<br />

Augsburgo, cónego Giovanni Bassi. Tinha lido o sermão do padre<br />

1 4 7 ANTT MNE Cx. 514, Andrade e Castro para Cunha, 8.IX. 1759: «... a<br />

notícia de haver em Augsbourg pregado hum Jesuíta hum sermão não somente<br />

atrevido, mas escandaloso sobre a mesma mathéria que motiva a estampa.» Como<br />

prova fazia-se acompanhar de um recorte de jornal.

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