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ANTIJESUÍTISMO EUROPEU: RELAÇÕES POLÍTICO ...

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e tinha consciência da sua precária posição. 130 Após dois anos de<br />

prisão, em 17 de Janeiro de 1761, foi apresentado à Inquisição. 131 O<br />

tribunal reuniu sob a presidência de um irmão de Pombal, Paulo de<br />

Carvalho e Mendonça, 1 3 2 nomeado, em 1760, Inquisidor Geral. 1 3 3<br />

Duas obras, atribuídas a Malagrida, contribuíram, pelo seu conteúdo,<br />

para instauração do processo. 134 Os pareceres teológicos concluíram<br />

por heresia e blasfémia. 135 Uma comprovada doença mental<br />

do idoso Malagrida agravou-se progressivamente durante o interrogatório.<br />

136 Após o pronunciamento da sentença pelo tribunal da Inquisição,<br />

1 3 7 teve lugar a execução pública do Pe. Gabriel Malagrida<br />

1 3 0 A 30 de Julho de 1757, Malagrida escreveu, de Setúbal, onde estava<br />

desterrado, ao antigo confessor da rainha portuguesa, Maria Anna, P. Joseph Ritter:<br />

«Je suis menacé plus que quiconque... Il n'y a rien de plus odieux que mon nom,<br />

pour certains personnages haut placés à la Cour»: cit. segundo Frèches, Malagrida<br />

327; a carta é assinalada por Sommervogel V 394; cf., também. Kratz, Malagrida 8<br />

nota 42.<br />

1 3 1 Kratz, Malagrida. também para o que segue. Kratz baseia-se na sua investigação,<br />

pela primeira vez, das actas da Inquisição, no Arquivo Nacional da Torre<br />

do Tombo (Inquisição de Lisboa, Processos, Maço 8064; «Processo do P. Gabriel<br />

Malagrida, religiozo da Companhia, natural da villa de Menajo, bispado de Como no<br />

Estado de Milão e assistente nesta Corte. Prezo em 17 de Janeiro de 1761»).<br />

1 3 2 Paulo de Carvalho e Mendonça (1702-1770), padre secular, foi Inquisidor<br />

Geral entre 1760 e 1769; cm 1770. pouco antes da sua morte, foi elevado ao<br />

cardinalato por Clemente XIV. Cf. Serrão, História VI 130-133; A Inquisição em<br />

Portugal, passim.<br />

1 3 3 A nomeação do irmão de Pombal visa um enfraquecimento da instituição,<br />

desenvolvendo-se a orientação, sob o rei D. José, para «hum dos tribunaes mais<br />

conjuntos e immediatos à Minha Real Pessoa» (Portaria de 20.V. 1769), cit. em<br />

Serrão, História VI 131 nota 158. Para a progressiva tomada da Inquisição ao serviço<br />

da coroa portuguesa entre 1750 e 1777, cf. Serrão, História VI 130-133.<br />

134 A obra hagiográfica apócrifa «Heróica e admirável vida da gloriosa S.<br />

Anna, Mãe de Maria Santíssima» e o profético «Tractatus de vita et império<br />

Antichrist» estão por comprovar. Que tenha sido Malagrida o autor dos dois escritos<br />

é hoje posto em dúvida. É uma hipótese provável que o ex-capuchinho Platel seja o<br />

autor do tratado profético: Pereira 369. Cf., para a interessante biografia de Platel,<br />

autor de escritos antijesuítas: Lexicon Capuccinum 1221s; Michaud; Santos, Platel<br />

280-305.<br />

1 3 5 Nos pareceres trabalharam os padres carmelitas Luís de Monte Carmelo e<br />

Ignácio de São Caetano: Kratz, Malagrida 17s.<br />

1 3 6 A investigação mais recente admite, para Malagrida. o diagnóstico de um<br />

tipo de esquizofrenia com momentos de alucinação: cf. Kratz, Malagrida 38; Serrão,<br />

História VI 54.<br />

131 Contra o processo não são apresentadas quaisquer objeccções jurídicas<br />

formais; não é aceite a condenação de Malagrida como homem mentalmente res-

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