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ANTIJESUÍTISMO EUROPEU: RELAÇÕES POLÍTICO ...

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partida, a extinção canónica da Companhia de Jesus ordenada pelo<br />

Papa. 1 2 1<br />

A orientação dos outros Estados europeus pelo modo de proceder<br />

antijesuítico de Portugal toma expressão numa carta de Abril<br />

de 1760, do representante português junto da Cúria, Francisco de<br />

Almada e Mendonça, para Carvalho e Melo. Aí, Almada e Mendonça<br />

refere-se ao exemplo da Corte de Viena, digno de ser seguido; na<br />

Aústria, a firmeza no consequente afastamento dos jesuítas da Universidade<br />

e da Comissão de Censura deveria, no futuro, ser exemplar<br />

para uma idêntica atitude de decidida rejeição por parte de Portugal<br />

em relação à Companhia de Jesus. 122 Em Outubro de 1760, Almada<br />

e Mendonça transmite para Lisboa a notícia, não confirmada, de que<br />

em Viena se pensa numa mediação entre Lisboa e Roma. 1 2 3 Por iniciativa<br />

do secretário de Estado cardeal Torrigiani, 124 devia o núncio<br />

em Viena intervir, com propostas concretas, nas negociações para a<br />

mediação. 125 Residia ainda no interesse da França mediar com o<br />

objectivo de uma aproximação entre Lisboa e Roma. 1 2 6<br />

121 Macedo, História Diplomática 285. Macedo vê na internacionalização da<br />

questão jesuíta com vista à visada supressão da Ordem, o principal objectivo da<br />

diplomacia portuguesa nos dez anos que se seguiram à expulsão.<br />

1 2 2 Almada e Mendonça para Carvalho e Melo, 3.IV.1760. Excertos da carta,<br />

em tradução inglesa, em: Miller 104.<br />

1 2 5 Almada e Mendonça para Carvalho e Melo, 6.X.1760: «Primeiramente se<br />

diz publicamente: que a Corte de Vienna tenha tomado com efficaz empenho a<br />

mediação para reunir as duas Cortes»: cit. segundo Ferrão 263.<br />

1 2 4 Luigi Maria Torrigiani (1697-1777), Cardeal Secretário de Estado desde<br />

1758, no pontificado de Clemente XIII, em 1760, era suspeito — num livro supostamente<br />

da autoria de Almada — .juntamente com os irmãos do rei D. José e o núncio<br />

Acciaiuoli, de ter tramado uma conjura contra a vida do Rei de Portugal: cf. Pastor<br />

XVI/1, 592s, Baum 67s. O agente austríaco cm Roma, Francesco Brunati, descreve<br />

Torrigiani como «Gesuita più dei padre generale, di cui è penitente, e parente,<br />

coll'aver fatto causa delia chiesa quella delia compagnia»: cit. segundo Baum 55<br />

nota 64.<br />

1 2 5 Almada e Mendonça para Carvalho c Melo, 6.X. 1760: «... que se fizera hum<br />

congresso nas istâncias do Cardeal Torriggiani, e que nelle se lera hum proggetto<br />

para mandar ao Núncio de Vienna rellativo aos pontos sobre os quaes aquella Corte<br />

deve fundar a sua mediação»: cit. segundo Ferrão 263.<br />

1 2 6 Na Instrução de 1763 ao representante diplomático francês na Corte portuguesa,<br />

Saint-Priest, diz-se: «... M. de Saint-Priest n'avait plus à s'occuper que d'un<br />

projet de médiation entre le pape et Joseph I e', brouillés à la suite de l'expulsion des<br />

jésuites»: Recueil des instructions 342.

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