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ANTIJESUÍTISMO EUROPEU: RELAÇÕES POLÍTICO ...

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II.2.c. A expulsão dos jesuítas de Portugal (3/09/1759)<br />

O ponto final no processo gradual de repressão e de destituição de<br />

poder dos jesuítas nos referidos domínios, foi colocado pela esperada<br />

expulsão a 3 de Setembro de 1759. 98 Datada precisamente de um ano<br />

após o atentado contra a vida do rei, a medida devia associar visivelmente,<br />

de maneira causal, os eventos. 99 874 jesuítas, a maioria dos<br />

quais tinham trabalhado em Portugal, foram embarcados, entre 1759/<br />

1760, para os Estados da Igreja, onde lhes foram atribuídos diversos<br />

sítios para se fixarem. 1 0 0 O transporte dos que seguiam para Civitavecchia<br />

eram engrossados com aqueles que chegavam do ultramar,<br />

para os quais Lisboa era em geral o porto de distribuição, sendo para<br />

muitos, no entanto, o porto de destino. 101<br />

Os jesuítas portugueses obtiveram sustento, também, da caixa<br />

da Província jesuíta do Baixo-Reno. 102 A execução do decreto de 3<br />

de Setembro de 1759 significou para Portugal a rápida liquidação<br />

do velho fardo jesuítico. 103 Uma vez considerada incompatível com<br />

os objectivos da política de reformas do regalismo, a eliminação<br />

9 8 «Ley porque Vosssa Magestade hé servido exterminar, proscrever, e mandar<br />

expulsar dos seus Reinos, e Domínios os Regulares da Companhia denominada<br />

de JESU, e prohibir que com elles se tenha qualquer communicação verbal ou por<br />

escrito; pelos justíssimos, e urgentíssimos motivos, assima declarados, e debaixo<br />

das penas nella establecidas»: BACL Legislação Portuguesa 16 (1759/60) n° 50.<br />

w Conforme estabelecido nos seus pormenores, a moderna investigação<br />

histórica em Portugal demonstra, por falta de provas da participação dos jesuítas no<br />

atentado, que outros motivos estariam na base da expulsão. Na evolução esboçada,<br />

a decisão de expulsar os jesuítas foi um marco.<br />

1 0 0 Pormenorizada exposição e enumeração no breve ensaio de Santana, incluindo<br />

análise do «Compendio historico dell'espulsione dei Gesuiti dai regni di<br />

Portogallo». Para sua execução: Serrão, História VI, 53s. Importante Ferrão 274-<br />

-322, com reprodução do valioso relatório oficial da efectivação, com lista de nomes<br />

e inventário das casas da Companhia em Portugal.<br />

"" Para execução da expulsão, pormenorizando o caso dos jesuítas de língua<br />

alemã, ver cap. IV. I.<br />

" 12 Em 1802 um jesuíta notava, acerca da situação financeira da Província do<br />

Baixo-Reno, no ano anterior à supressão dos colégios jesuítas de Colónia: «Eben<br />

damals mußte die Provinz zum Unterhalte der portugiesischen Jesuiten, welche in<br />

dem Kirchenstaate ohne alle Pension saßen, jährlich merckliche Summen auf Rom<br />

schicken»: Schrörs 88.<br />

10:1 Com isso devia ser estabelecido um exemplo, «porque Carvalho e Melo<br />

queria fazer deles o caso exemplar da sua táctica e da sua estratégia quando estava<br />

em jogo o aniquilamento dos seus inimigos»: Antunes 133.

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