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ANTIJESUÍTISMO EUROPEU: RELAÇÕES POLÍTICO ...

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Presumiam-se criminosos e instigadores, na sua maior parte na alta<br />

nobreza, nomeadamente entre os parentes próximos da Marquesa de<br />

Távora. 78 O jesuíta Pe. Gabriel Malagrida — afastado de Lisboa, em<br />

degredo —, enquanto confessor da velha Marquesa de Távora atraiu<br />

algumas suspeitas sobre si. Regressou, em Dezembro ao colégio<br />

jesuíta de St. Antão em Lisboa, 7 9onde, na noite para 12 de Janeiro de<br />

1759, juntamente com nove irmãos de religião (entre os quais, o<br />

Provincial e os antigos confessores da Corte) dados como possíveis<br />

cúmplices, foi detido. 80 A sentença foi pronunciada a 12 de Janeiro<br />

de 1759 e abrangia, a par de exílios e prisões, dez condenações à<br />

morte, as quais atingiram, sobretudo, nobres do círculo dos Távoras.<br />

81 Uma participação dos jesuítas, afirmada ainda pela bibliografia<br />

mais antiga, 82 é rejeitada pelas actuais investigações, acentu-<br />

, s Membros das famílias Távora, Aveiro e Atouguia eram considerados como<br />

principais suspeitos. A inquirição das testemunhas demorou de 15.X1I.1758 até<br />

8.1.1759 e terminou com a acusação de «rebelião, traição e ingratidão, nunca athé<br />

agora vistas nem esperadas»: cit. por Serrão, História VI, 43.<br />

A partir de Novembro, os jesuítas em Portugal ficaram sob prisão domiciliária;<br />

em 13.XII.1759, as tropas do Rei cercaram todos os Colégios e Casas de<br />

professos: cf. Ferrão 86.<br />

8,1 Os dez jesuítas são nomeados em: Ferrão 132; o Provincial era o Pe. José<br />

Henriques; os Pes. Moreira, Oliveira e da Costa, enquanto ex-confessores tinham já<br />

sido colocados sob vigilância especial, desde Outubro de 1757. No decorrer do<br />

processo pôde ser confirmada uma forte aversão aos jesuítas enquanto prováveis<br />

maquinadores do atentado, embora nenhum jesuíta tenha sido oficialmente acusado.<br />

Além disso, um encontro de Malagrida com a velha Marquesa de Távora, na Páscoa<br />

de 1758, foi considerado conspirativo: Serrão, História VI, 41s. Os considerandos<br />

atingiram a Ordem no seu conjunto, mas especialmente os confessores da Corte, e<br />

presumia-se uma gradual conspiração dos jesuítas e da alta aristocracia, após o seu<br />

afastamento do Palácio: «...jactando-se publicamente de que quanto mais o Paço os<br />

desviava, mais a nobreza se lhes unia; ameaçando com a mesma publicidade castigos<br />

de Deos contra o mesmo Paço»: cit. segundo Ferrão 88.<br />

8 1 A questão dos possíveis motivos do não inteiramente esclarecido atentado<br />

assim como das consequências das sentenças é resumida, de modo significativo, na<br />

investigação como «questão dos Távoras». Acerca da revisão do processo dos<br />

Távoras 1777/78, cf. Duhr, Pombal 82-93.<br />

8 2 Está ultrapassada a interpretação global da mais antiga bibliografia: Krebs, Portugal<br />

582: «Die Untersuchung erwies als Urheber einige Mitglieder des Hochadels und<br />

die Jesuiten.» Interessante, do ponto de vista historiográfico, Ranke 690: «In Portugal<br />

wurden die Jesuiten — man kann noch nicht deutlich sehen, ob schuldig oder nicht — in<br />

die Untersuchung wegen eines Attentats gegen das Leben des Königs verwickelt.» Ao<br />

contrário, Duhr, Mordversuch 401ss, refere as contradições dos considerandos dos relatórios<br />

dos embaixadores inglês e imperial, após a expulsão (ibid. 415s).

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