ANTIJESUÍTISMO EUROPEU: RELAÇÕES POLÍTICO ...
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econhecimento perante o Papa, à luz do direito eclesiástico, das suas<br />
actividades. 75<br />
II. 2. Antecedentes históricos e efectivação da expulsão<br />
Após a infrutífera visita continuava a não haver para os jesuítas<br />
portugueses qualquer motivo para um triunfo antecipado. A repressão<br />
da sua actividade comercial e acção pastoral prosseguiu quase sem<br />
interrupção. A sucessão de acontecimentos levou, no ano anterior à<br />
expulsão, ao atentado contra a vida do rei D. José I.<br />
E de perguntar até que ponto se pode provar que alguns jesuítas<br />
exerceram colaboração passiva enquanto conhecedores, ou colaboração<br />
activa enquanto instigadores e autores. Para a investigação<br />
histórica dos antecedentes coloca-se, em primeiro lugar, a questão de<br />
saber que relação pode ser determinada entre o atentado, em Setembro<br />
de 1758, e a expulsão dos jesuítas, em Setembro de 1759. Qual foi a<br />
sucessão dos acontecimentos que levou, passo a passo, até à expulsão<br />
definitiva será de seguida brevemente apresentada.<br />
II.2.a. O atentado contra o rei D. José I (3/09/1758)<br />
Em 3 de Setembro de 1758 deu-se um atentado contra a vida do<br />
rei D. José, que regressava de um encontro nocturno, no Palácio da<br />
Ajuda, com uma nobre casada, a jovem Marquesa de Távora. 76 Os ligeiros<br />
ferimentos do rei foram atribuídos pela gazeta oficiosa a uma<br />
queda no patamar das escadas do Palácio, o que não pôde evitar os<br />
inúmeros boatos sobre o verdadeiro desenrolar do acontecimento. 77<br />
Almada e Mendonça para Carvalho e Melo, em 4.1.1759 (Anexo): «Non<br />
puotendo il Cardinale Riformatore nulla provare contro i Gesuiti ha fatto il Provinciale<br />
d'essi, e li ha suggerilo di dare un memoriale al Re assicurandolo, che ogni cosa<br />
sarebbe finita (...) In somma vanno eccellentemente per li Gesuiti le cose in<br />
Portugallo, sono essi contentissimi dei Papa, e si ridono dei loro nemici»: cit. por<br />
Ferrão 134s.<br />
*• O atentado foi, logo em seguida, visto como um acto de vingança da irritada<br />
família dos Távoras: há muito que a relação era notória: cf. a carta cifrada do núncio<br />
Acciaiuoli para o cardeal Secretário de Estado (12.IX. 1758), com excertos em<br />
Brazão, Pombal 350. Os primeiros rumores não deixavam excluir uma cumplicidade<br />
dos jesuítas: Serrão, História VI, 39s.<br />
7 7 A «Gazeta de Lisboa» confirmava os ferimentos a 7.IX.; a 7.XII., o restabelecimento<br />
da saúde do Rei: «inteiramente restabelecido da queixa que padeceu»:<br />
cit. por Serrão, História VI, 39.