17.04.2013 Views

ANTIJESUÍTISMO EUROPEU: RELAÇÕES POLÍTICO ...

ANTIJESUÍTISMO EUROPEU: RELAÇÕES POLÍTICO ...

ANTIJESUÍTISMO EUROPEU: RELAÇÕES POLÍTICO ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

por uma forte dependência perante a Inglaterra. 54 Constatava-se uma<br />

«rapacious English connection», 55 especialmente na exportação de<br />

vinho português para Inglaterra. Para fiscalização da rigorosamente<br />

limitada área de cultivo relativamente à produção e comercialização<br />

do vinho do Porto assim como para fortíssimo controlo da quantidade<br />

e qualidade do produto, 56um decreto real, de 10 de Setembro de 1756,<br />

instituiu, para isso, a Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do<br />

Alto Douro. 57<br />

A progressiva oposição a este monopólio do Estado manifestou-se nas<br />

semanas e meses seguintes, por inúmeras razões que, em inter-acção, foram<br />

avaliadas como um movimento de protesto às medidas de protecção. 58<br />

O ponto culminante do crescente descontentamento com a difícil<br />

situação económica, no qual a dita instituição acabou por inflamar um<br />

conflito latente, foi um motim popular na cidade e arredores do Porto,<br />

em 4 a feira de cinzas de 1757. 5 9 O evento, para importante sector<br />

portuguesas não era estimulada; ao contrário, um mercantilismo consequente respondeu<br />

claramente ao Tratado. Virou-se. sobretudo, contra o escoamento de metais<br />

preciosos de Portugal para Inglaterra. Acerca das consequências do Tratado de<br />

Metween nas relações económicas entre Portugal e Inglaterra, resumo em Hanson<br />

288-302. Cf., também, Moreira 14ss.<br />

54 No ensaio «Relation historique du tremblement de terre survenu à Lisbonne<br />

le premier novembre 1744, ... et précédée d'un Discours Politique sur les avantages<br />

que le Portugal pourroit retirer de son malheur dans lequel l'auteur développe les<br />

moyens que l'Angleterre avoit mis jusques-lá en usage pour ruiner cette monarchie,<br />

La Haye 1756» o autor (Ange Goudar) convida a que se tome conhecimento das<br />

oportunidades que Portugal obteve para a economia, após o terramoto, libertando-<br />

-se da dependência inglesa (acerca da edição do escrito, cf. Catálogo bibliográfico.<br />

n°s. 634 e 635). Este ensaio foi atribuído a Pombal — em 1848, por John Smith, nas<br />

«Memoirs of the Marquis of Pombal» — o que, contudo, Schorer, em 1902, pôde<br />

refutar de forma concludente e incontestada.<br />

55 Maxwell, Pombal and lhe Nationalization 612.<br />

5 6 Devia ser reprimido o excessivo aumento do contrabando e do vinho<br />

adulterado.<br />

57 Macedo, Situação económica 68-78, reproduz, aí. parte dos estatutos.<br />

5 8 A par de uma exagerada contribuição fiscal, a sociedade reduzira de tal<br />

modo os locais de venda de vinho a retalho que centenas de proprietários de tabernas<br />

se viram privados da sua base de subsistência (em média havia uma taberna por cada<br />

50 habitantes!). Para o contexto geral, no Porto, assim como para o longo fermentar<br />

das causas do conflito nas camadas inferiores urbanas em relação à conduta municipal,<br />

cf. Silva, Motins do Porto 252-260.<br />

5 9 Em 23.11.1757 uma irada multidão de cerca de 5000 pessoas reclamava, em<br />

frente à sede da «Companhia» a sua imediata dissolução, com a palavra de ordem:<br />

«Viva el-Rei! Viva o Povo! Morra a Companhia!»: Silva, Motins do Porto 250s.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!