Marcos Abalde Covelo - Desvelando as mentiras de Feijoo
Marcos Abalde Covelo - Desvelando as mentiras de Feijoo
Marcos Abalde Covelo - Desvelando as mentiras de Feijoo
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
62<br />
Canibalismo<br />
A: Partidos os espelhos, havemos <strong>de</strong> vomitar serpes, cuspir o<br />
seu veneno n<strong>as</strong> montanh<strong>as</strong> <strong>de</strong> c<strong>as</strong>calhos que nos ro<strong>de</strong>iam<br />
e será tar<strong>de</strong> em <strong>de</strong>m<strong>as</strong>ia. eu nom som como eles.<br />
B: quando os meninhos cheiram cola, alguém rompe a chorar<br />
num recanto perdido da cida<strong>de</strong>. nom é <strong>de</strong> cristal, é o<br />
embriom do ruído, a queixa, a negaçom do osso, carne que<br />
bota língua, <strong>de</strong>ntes, palavra.<br />
A: todos ficaremos vencidos após o p<strong>as</strong>so da memória.<br />
B: umha e outra vez m<strong>as</strong>tigará os nossos corpos até nos<br />
afundir <strong>as</strong> pálpebr<strong>as</strong> no esquecimento.<br />
A: A aceleraçom da tecnocracia: a comida rápida, a carícia<br />
express, a cagada espontánea. <strong>de</strong>sterrado, domesticado,<br />
pré-fabricado. Como vou curar se já nom lembro como<br />
se abraçava?<br />
4<br />
C: os meninhos mortos nom voltam a nacer. nom é boni–<br />
to?<br />
D: essa é a minha cor preferida. o fulgor do sangue ao <strong>de</strong>sbordar<br />
os lábios.<br />
C: e se voltarem a n<strong>as</strong>cer, roubariam-nos o trabalho?<br />
D: di alguém por aí que é possível…<br />
C: Melhor estar prevenidos.<br />
D: Pois eu acho que nos roubariam a vida.<br />
C: Como quando lhes cortávamos <strong>as</strong> <strong>as</strong><strong>as</strong> às mosc<strong>as</strong>.<br />
D: <strong>de</strong> que é preciso renegar?<br />
C: fazemo-lo <strong>de</strong> propósito. Absolutamente racionais. frios.<br />
Com a precisom dos taxi<strong>de</strong>rmist<strong>as</strong>.<br />
D: os porcos tenhem que se <strong>de</strong>ssangrar. <strong>de</strong>ixa que logo<br />
morre. Grita <strong>as</strong>sustado o homem que nom acertara com<br />
o disparo. nom há arrepio.<br />
C: os buracos nos muros dos campos <strong>de</strong> refugiados <strong>de</strong> sérvia<br />
guardam silêncio. É verda<strong>de</strong> que ali nom aninham <strong>as</strong><br />
andorinh<strong>as</strong>.