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Revista Animais - Mundo dos Animais

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Editoral<br />

Por Carlos Gandra<br />

E chegamos ao fim. Do ano claro.<br />

Tal como tem sido costume, a época natalícia revela acções solidárias<br />

que se multiplicam um pouco por todo o lado. As empresas e muitos<br />

particulares descobrem no Natal que há pessoas com fome, que há<br />

pessoas desalojadas, que há pessoas que realmente precisam de<br />

ajuda.<br />

De um modo semelhante, também descobrem no Natal que há<br />

animais abandona<strong>dos</strong>, animais com fome, animais doentes e que as<br />

associações não têm fun<strong>dos</strong> para subsistirem.<br />

No Natal, fica-se a saber que o Estado não ajuda estas associações e<br />

que isso é inacreditável. Fazem-se campanhas, movimentos e petições<br />

para acabar com todas estas injustiças de uma vez só.<br />

Durante as 4 semanas de Dezembro, o mundo é um pouco melhor.<br />

Depois vem Janeiro e o mundo é um pouco pior. O mesmo acontece<br />

com Fevereiro, com Março, com to<strong>dos</strong> os meses até chegar um novo<br />

Dezembro, com um novo Natal e uma nova onda de solidariedade.<br />

Toda a ajuda é bem-vinda e nenhum donativo pode ser criticável,<br />

independentemente do género, valor ou data. Apenas penso ser<br />

necessário lembrar que se come to<strong>dos</strong> os dias, se precisa de um tecto<br />

to<strong>dos</strong> os dias e, porque não dizê-lo, se precisa de afecto to<strong>dos</strong> os dias.<br />

Ajudar 365 dias por ano, pode ser utópico. Ajudar só na quadra<br />

natalícia, é certamente enganador.<br />

Feliz Natal!<br />

Edição produzida por Susana Pereira<br />

Contacto: ezine@mundo<strong>dos</strong>animais.com<br />

Capa: Susana Pereira<br />

© 2005-2010 <strong>Mundo</strong> <strong>dos</strong> <strong>Animais</strong>®<br />

www.mundo<strong>dos</strong>animais.com<br />

www.mundo<strong>dos</strong>animais.com


Lendas<br />

de <strong>Animais</strong> e o<br />

Natal<br />

Por Carlos Gandra<br />

O Natal é uma celebração carregada de simbolismo religioso,<br />

mas também de lendas várias um pouco por todo o mundo.<br />

Nessas lendas, alguns animais tiveram um papel importante<br />

no nascimento de Cristo, uma curiosidade a partilhar nesta<br />

quadra natalícia:<br />

O GATO TIGRADO<br />

www.mundo<strong>dos</strong>animais.com<br />

Quando Maria deu à luz Jesus, uma gatinha tigrada também<br />

deu à luz uma ninhada de gatinhos. Como o bebé estava<br />

agitado sem conseguir dormir, Maria pediu ajuda aos<br />

animais para o tentar acalmar, o que eles tentaram, embora<br />

sem sucesso.<br />

Então, um <strong>dos</strong> gatinhos arrastou-se até à manjedoura,<br />

aconchegou-se ao lado do bebé e ronronou até que Jesus<br />

acalmasse e adormecesse.<br />

Maria, em forma de agradecimento, abençoou a mamã gata,<br />

colocando na sua testa a letra M, que em memória do gesto<br />

e da proeza do gatinho, doravante to<strong>dos</strong> os gatos tigra<strong>dos</strong><br />

portariam um M, de Maria, na testa.<br />

O BURRO SELVAGEM DA NÚBIA<br />

O burro carregou Maria em direcção a Belém e também<br />

na fuga para o Egipto. O burro selvagem da Núbia possui<br />

uma cruz nas suas costas, pois levou Jesus, em triunfo a<br />

Jerusalém, no Domingo de Ramos.


O PISCO DE PEITO RUIVO<br />

Numa noite fria, Maria estava deitada na palha ao lado da<br />

manjedoura onde estava Jesus. Cansada e fraca, ficou sem<br />

forças para manter a fogueira acesa. Pediu ajuda aos bois<br />

do estábulo, mas estes não responderam. Reclamou com o<br />

burro por respirar sobre as chamas a extinguir-se, mas estava<br />

a dormir tão profundamente que não a ouviu.<br />

Então, uma fêmea Pisco, ouvindo o desespero de Maria, voou<br />

em direcção ao estábulo e bateu as suas asas para aumentar<br />

o fogo. Algumas faíscas bateram no peito da ave mas esta<br />

não desistiu até que a fogueira crescesse novamente para<br />

poder aquecer o bebé.<br />

Maria abençoou a ave pela sua coragem e compaixão e, para<br />

que nunca fosse esquecido o feito heróico, to<strong>dos</strong> os Piscos<br />

nasceriam com o peito vermelho.<br />

A CEGONHA<br />

O bebé Jesus, deitado na manjedoura em Belém, foi<br />

cumprimentado por to<strong>dos</strong> os animais do mundo, que se<br />

deslocaram até si e se ajoelharam para o adorar. O boi, o<br />

burro e outros animais entraram no estábulo, enquanto<br />

que os animais selvagens permaneceram do lado de fora,<br />

tentando espreitar para ver o bebé.<br />

A Cegonha branca veio visitar Jesus, sentindo empatia<br />

quando o viu deitado na palha sem uma almofada. Então<br />

a Cegonha colocou as suas penas macias à disposição do<br />

menino, puxando as suas penas mais suaves uma a uma,<br />

para fazer um travesseiro. Assim que Jesus repousou a sua<br />

cabeça sobre ele, sorriu.<br />

Por esse motivo, a cegonha é considerada a portadora <strong>dos</strong><br />

bebés. Uma cegonha a voar perto de uma casa é considerado<br />

um presságio de sorte.<br />

A ARANHA<br />

www.mundo<strong>dos</strong>animais.com<br />

Uma viuva pobre estava determinada a ter um Natal<br />

maravilhoso junto com a sua familia, mas só tinha uma<br />

árvore e não tinha decorações para ela. Adormeceu, triste<br />

por não conseguir enfeitar a árvore.<br />

Após adormecer, aranhas começaram a tecer teias em to<strong>dos</strong><br />

os ramos da árvore. Quando terminaram, Jesus fez com<br />

que to<strong>dos</strong> os fios das teias se transformassem em prata e<br />

brilhassem na árvore de Natal.


Entrevista<br />

Ana Bacalhau - Deolinda<br />

Por Renata Silva<br />

É vocalista <strong>dos</strong> Deolinda e tem uma paixão por animais.<br />

Ana Bacalhau foi uma das figuras públicas a dar a cara<br />

pelo Partido Pelos <strong>Animais</strong> e pela Natureza, fundado<br />

em 2009. Porque a sociedade precisa de se mobilizar<br />

em torno <strong>dos</strong> direitos <strong>dos</strong> animais decidiu apoiar este<br />

projecto. Em entrevista ao <strong>Mundo</strong> <strong>dos</strong> <strong>Animais</strong>, a artista<br />

fala do amor que tem a estes seres vivos, em especial<br />

aos gatos que a acompanharam na sua vida.<br />

“Não faças aos animais aquilo que não gostarias<br />

que te fizessem. Afinal de contas, também és<br />

animal...”<br />

Quando surgiu o seu gosto por animais?<br />

O respeito e amor pelos animais foi-me incutido desde pequena pelos meus<br />

pais, principalmente, pela minha mãe, que sempre se preocupou em me<br />

mostrar que os animais são nossos companheiros e colegas neste mundo<br />

e que os devemos respeitar da mesma forma como respeitamos os seres<br />

humanos.<br />

Quantos animais de estimação tem em sua casa? Adoptou<br />

algum <strong>dos</strong> seus animais em alguma associação?<br />

Sempre tive animais em casa. Quando era pequena, tive o gato Bolinhas,<br />

depois, veio o Jeremias, que fugiu e nunca mais voltou e o Viriato, que ficou<br />

com os meus pais, quando eu saí de casa. Hoje, partilho a minha casa com o<br />

Sebastião, um gato com imensa personalidade e que adora colo e mimos. A<br />

to<strong>dos</strong> os recolhemos da rua.<br />

Como descreve a sua relação com eles?<br />

www.mundo<strong>dos</strong>animais.com<br />

To<strong>dos</strong> os gatos que tive contribuíram para a minha formação, enquanto<br />

pessoa e lembro-me com muita saudade <strong>dos</strong> que já partiram. Tive com to<strong>dos</strong><br />

uma relação de grande cumplicidade e respeito.


É sócia ou tem por hábito ajudar alguma associação de animais<br />

em Portugal?<br />

Procuro ajudar, sempre que posso, a União Zoófila.<br />

Como descreve a situação <strong>dos</strong> animais em Portugal?<br />

A nossa sociedade ainda não está sensibilizada e mobilizada na defesa <strong>dos</strong> direitos<br />

<strong>dos</strong> animais e tende a vê-los como propriedade e não como indivíduos sencientes.<br />

É necessário fazer um trabalho de informação e sensibilização, não só junto da<br />

sociedade em geral, como, principalmente, junto das nossas crianças, educando-<br />

-as nesse sentido. Só assim, poderemos garantir que, no futuro, os animais sejam<br />

trata<strong>dos</strong> com o respeito e a dignidade que merecem.<br />

O que a levou a apoiar o Partido Pelos <strong>Animais</strong> e pela Natureza?<br />

Precisamente, por sentir que a nossa sociedade necessita de se mobilizar e que,<br />

havendo um conjunto de cidadãos que procuram exercer junto do poder político e<br />

legislativo uma pressão no sentido da defesa <strong>dos</strong> direitos <strong>dos</strong> animais e Natureza,<br />

deveria expressar o meu apoio nesse sentido.<br />

Que apelo deixa aos portugueses em relação aos animais?<br />

"Não faças aos animais aquilo que não gostarias que te fizessem. Afinal de contas,<br />

também és animal..."<br />

O que acha que é preciso mudar em Portugal para uma melhor<br />

defesa <strong>dos</strong> animais?<br />

Devemos mudar, em primeiro lugar, a legislação e, depois, certificarmo-nos que a<br />

mesma é aplicada e cumprida. Depois, temos de fazer um esforço de formação e<br />

educação <strong>dos</strong> mais novos, para acabar com comportamentos e crenças erra<strong>dos</strong>.<br />

“A nossa sociedade ainda não está<br />

sensibilizada e mobilizada na defesa <strong>dos</strong><br />

direitos <strong>dos</strong> animais e tende a vê-los<br />

como propriedade e não como indivíduos<br />

sencientes.”<br />

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Doninha<br />

como animal de<br />

estimação<br />

Por Conceição André<br />

Classe: Mammalia<br />

Ordem: Carnivora<br />

Familia: Mustelidae<br />

Género: Mephitis<br />

Espécie: Mephitis<br />

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Originárias da América, as doninhas são famosas pelo seu repelente odorífero.<br />

A doninha pode ter vários tipos de coloração, sendo a mais conhecida a preta<br />

com uma risca branca que começa com uma forma triangular no topo da<br />

cabeça e se divide em duas riscas ao longo do dorso, voltando-se a juntar na<br />

base da causa. Esta coloração forte serve no ambiente natural, como aviso<br />

para que não sejam incomodadas. Entretanto e devido a cruzamentos entre<br />

espécies é possível encontrar estas colorações:


Tem cerca de 52,2-80cm de comprimento e pesam entre 4 a 5,5Kg. Tem<br />

pernas pequenas e de<strong>dos</strong> com garras longas e possuem 34 dentes.<br />

As doninhas geralmente entram em cio no fim do inverno (Fevereiro-Março).<br />

A gestação dura entre 59 a 77 dias. Normalmente nascem cerca 4 a 6 crias,<br />

cegas e com pouco pêlo. Deixam as progenitoras por volta <strong>dos</strong> 4 meses,<br />

passando a juvenis até aos 8 meses. Atingem a maturidade por volta <strong>dos</strong> 12<br />

meses. Os machos normalmente são maiores que as fêmeas.<br />

São omnívoras e a sua dieta varia entre carne de aves, peixe ou ração de cão,<br />

legumes, fruta, ovos e leite. Necessitam também de alguns suplementos<br />

que a dieta por si só não colmata, como taurina e cálcio.<br />

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Necessitam de desparasitação e vacinas e nem to<strong>dos</strong> os veterinários estão habilita<strong>dos</strong><br />

a dá-las nas <strong>dos</strong>es certas, pelo que a escolha do veterinário assistente deverá ser alvo<br />

de algum cuidado.<br />

Como animal de estimação não são fáceis. Não são animais de manter numa gaiola,<br />

precisam de exercício e actividades que cativem a sua curiosidade. São animais por<br />

norma solitários e geralmente toleram-se pouco, mesmo entre casais, sendo frequente,<br />

quando há várias doninhas juntas, haver lutas e ferimentos.<br />

São de hábitos nocturnos e acordam durante a noite para explorar e comer. É um<br />

animal que requer alguma paciência e dedicação, no entanto são fáceis de educar,<br />

apesar de teimosos. Habituam-se bem a uma litter box e com 1 pouco de paciência<br />

passarão a usá-la sempre que precisem.<br />

Devido à sua curiosidade são alvo de acidentes constantes. Conseguem abrir portas,<br />

puxadores de armários e frigoríficos, pelo que nunca deverão ficar sozinhos à solta<br />

sem vigilância. Deverá ter em conta que o local onde ele poderá ser solto poderá ser<br />

vítima da sua curiosidade. Vasos com plantas, gaiolas de outros animais, almofadas,<br />

sofás, tapetes... Tudo ao seu alcance pode servir para brincar ou simplesmente fazer<br />

um colchão para dormir.<br />

De personalidades distintas, poderão não aceitar estranhos, assim como assustaremse<br />

e tornarem-se agressivos. O seu sinal de agressividade mais notório é o famoso<br />

stomping (bater com as patas da frente de forma sonora e ficarem com o pêlo tufadito<br />

bem como a cauda em pé). Também usam esta técnica para brincar. As brincadeiras<br />

deles poderão não ser bem aceites, uma vez que geralmente tendem a morder, pelo<br />

que se sugere evitar brincadeiras bruscas para tornar a doninha mais dócil.


Conto de<br />

Natal<br />

Por Ana Clara Stockler<br />

Cãezinhos de Natal<br />

Era uma vez… era uma vez uma menina de seis anos chamada Clara que adorava<br />

cães. O seu enorme sonho era ter um cão.<br />

Um dia ao subir a rua para casa, uma vizinha chamou-a. A menina entrou a medo na<br />

casa, porque até tinha um certo receio da senhora. A senhora levou-a pela mão até<br />

uma mesa com uma camilha e devagarinho, muito devagarinho levantou a camilha…<br />

Perante os olhos da menina estava uma cadela que tinha tido cachorrinhos. E menina<br />

ficou muda e queda. Nunca tinha visto nada tão bonito. Qual não foi o seu espanto<br />

quando a senhora lhe disse para escolher um… Devagarinho, muito a medo, não<br />

fosse o cachorrinho partir-se ou a senhora mudar de ideias, escolheu um rafeirinho<br />

dourado com uma pinta branca na testa, como usam as indianas. A senhora disse<br />

que o cãozinho se chamava Plock. Radiante de alegria, agradeceu à senhora de quem<br />

se tornou uma amiga para a vida. Ao sair dessa casa, e porque era um dia feio de<br />

inverno, reparou que tinha começado a chuviscar. Muito responsável do seu novo<br />

papel de dona do cachorrinho, sabia que tinha de o proteger. Por isso, e apesar do frio<br />

que fazia, tirou o casaco de fazenda, embrulhou o seu tesouro com todo o carinho e<br />

correu para casa.<br />

Já em casa, a Clara sabia que ia ter um grande problema. Os pais e os irmãos, sim,<br />

porque ela era a mais novinha, iam dizer que o cão não podia ficar. Corajosamente,<br />

abriu o portão de casa e foi ter com a mãe. Sabia que se a mãe estivesse do seu<br />

lado, grande parte do problema estaria resolvido. A mãe estava atarefada na cozinha.<br />

Ouviu a porta abrir-se e virou-se. Quando viu a menina toda molhada e com o casaco<br />

na mão perguntou o que se passava. A menina sem uma palavra… abriu o casaco e<br />

de lá apareceu um focinho pequenino e muito querido. A mãe comoveu-se, porque<br />

sabia que este era o sonho da menina há muito tempo, sentou-se e disse-lhe que até<br />

compreendia, mas que era impossível ficarem com o cãozinho. A razão principal era<br />

que ao fim de semana iam para casa <strong>dos</strong> avós e eles não iriam querer ter lá um cão<br />

a sujar e a roer tudo.<br />

…. Com os olhos rasos de água, a menina disse à mãe:<br />

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- Mãezinha, mas eu mereço este cãozinho … hoje passei para a letra pequenina…<br />

Para os mais novos, se tiverem a pachorra de ler esta história, provavelmente esta<br />

treta da letra pequenina não faz muito sentido. Os mais velhos devem-se lembrar que<br />

o livro de leitura estava dividido em dois. Uma parte para se aprender as letras e a<br />

juntá-las … e outra já de leitura corrida com letra muito mais miudinha.<br />

A mãe, professora primária de profissão, comoveu-se. Sabia que a menina tinha feito<br />

um grande esforço e ia na dianteira <strong>dos</strong> colegas. Assim, tornou-se sua cúmplice e<br />

apesar <strong>dos</strong> ventos e marés, o Plock fez parte da família até ser velhinho.<br />

Entretanto os anos passaram e a menina fez-se mulher. Continuou sempre a amar<br />

cães e eles sempre a fazerem parte da sua vida. Até que um dia… a sua história se<br />

repetiu.


Desta vez a protagonista era uma sua priminha. Desde pequenita que brincava<br />

com os cães da Clara. To<strong>dos</strong> os anos pedia aos pais um cãozinho no Natal ou<br />

no Aniversário. To<strong>dos</strong> os anos recebia um não aborrecido. O apartamento onde<br />

viviam era pequeno, um cão fazia necessidades, cheirava mal e mais uma vez<br />

a história que roía as coisas.<br />

Ano após ano. Após ano. A miúda, de seu nome Rita, perdeu a esperança. Um<br />

dia desabafou com a prima Clara que a entendia como ninguém.<br />

A Clara nunca foi uma mulher convencional, sempre se considerou uma<br />

“Peterpoa” que apesar de não morar na Terra do Nunca e ir envelhecendo por<br />

fora, continuava uma miúda por dentro.<br />

Vai daí … (e aqui é que a história começa a aquecer. Um dia que a Rita foi<br />

passar uns dias de férias de Natal a casa da Clara, foram as duas fazer compras<br />

a um Centro Comercial. Nem de propósito, passaram numa loja de animais. A<br />

Clara quis entrar. A Rita nem por isso. Doía-lhe ver os cãezitos nas jaulas, doíalhe<br />

ver os brinque<strong>dos</strong> para cães, as coleiras, as caminhas…<br />

A Clara puxou-a para dentro da loja. Lá dentro foram espreitar as jaulas <strong>dos</strong><br />

cachorrinhos. A Rita fazia uma cara desinteressada, mas por dentro estava<br />

desolada. De repente, Clara sobressaltou-se. Qual milagre de Natal, estava<br />

numa jaula um Pincher bebé todo pretinho, só com as patas e as sobrolhos<br />

cor de fogo. Era vivaço e era o único que estrava entretido a brincar enquanto<br />

to<strong>dos</strong> os outros cachorros estavam a fazer uma sestinha...<br />

A Clara fez contas de cabeça. Realmente o apartamento onde a Rita vivia era<br />

minúsculo… mas o cãozito também…<br />

Chamou a menina da loja e pediu para pegar no cãozito. Simpaticamente a<br />

menina foi buscá-lo. Clara pegou nele, deu-lhe mimos, mas não ficou sem<br />

resposta. O pequenote pregou-lhe “grandes” lambedelas no nariz. Clara ficou<br />

rendida. Pediu à Rita para pegar no miúdo… ela fez-se desinteressada. Para<br />

quê pegar nele, se não o podia ter? Como já devem ter percebido a Clara é<br />

muito determinada e apesar <strong>dos</strong> protestos da prima, pôs-lhe o cachorrinho nos<br />

braços. Imediatamente o “pirralito” trepou pela camisola da Rita e encheu-a<br />

de beijos… outro rendida aos encantos do cachorrito. Clara olhou muito séria<br />

para a Rita e perguntou-lhe se gostava do cão. Advertiu-a, apesar de saber que<br />

a prima era uma miúda às direitas, para o trabalho que um cão dava. Tornou a<br />

perguntar se a Rita queria o cão. A Rita que nessa altura já não largava o cão,<br />

disse que o adorava, o problema eram os pais.<br />

A Clara sorriu para dentro. Sabia que em ocasiões em que sentia que estava<br />

certa, era capaz de convencer até as pedras da calçada. Pediu à menina da loja<br />

para não vender o cão nos 30 minutos seguintes. Saiu da loja, respirou fundo<br />

e ligou à mãe da Rita. Se quiserem saber o que ela disse… nem ela sabe. Sabe<br />

que teve uma inspiração mais ou menos divina, mentiu com quantos dentes<br />

tinha na boca, disse verdades com o coração, degladiou-se até à exaustão …<br />

da mãe da Rita.<br />

Entretanto a bateria do telemóvel rendeu-se. A Clara correu à loja, respirou<br />

fundo porque estava desempregada e aquela compra era para ela uma grande<br />

estravagância, puxou dum cheque e para lá do cachorro, comprou-lhe o enxoval<br />

completo. Fazia-o pela Ritinha. Há muito tempo que não a via tão feliz. E a<br />

felicidade dela fazia a sua própria felicidade e para a Clara isso é que era Natal.<br />

Fazer pessoas felizes.<br />

O menino foi baptizado de Gaspar… e milagre <strong>dos</strong> milagres, tornou-se a alegria<br />

da casa da Rita. Passava férias com a Rita em casa da Clara e quando a família ia<br />

toda de férias, ficava deliciado com a Clara e a Clarinha a Labrador da primeira.<br />

Mas a maior recompensa que teve foi no ano seguinte. Quando a Marina, mãe<br />

da Rita, lhe ligou em mea<strong>dos</strong> de Dezembro… A Marina agradeceu à Clara o facto<br />

de lhes ter mudado a vida… para melhor. Que se lembrava dela quase to<strong>dos</strong><br />

os dias. O Gasparzinho uniu mais a família e era um doce de cão para to<strong>dos</strong>. A<br />

Marina nunca tinha tido um cão em miúda. Não sabia da ternura que um cão<br />

dá aos seus donos e a verdadeira alegria com que era recebida quando chegava<br />

a casa. E o mais interessante é que o Gaspar tratava cada um <strong>dos</strong> membros<br />

da família de forma diferente, adaptando-se à sua forma de ser, de forma a ser<br />

amado por to<strong>dos</strong>.<br />

Não há dúvida que ainda hoje, dois anos passa<strong>dos</strong>, o Gaspar é o menino lá de<br />

casa… Mas a história não acaba aqui.<br />

A Clara anda sempre à procura “de sarna para se coçar”… Desta vez, tem<br />

uma amiga mais velha a quem mataram os cães cobardemente com veneno,<br />

quando estavam presos no quintal. Ela também adora cães e gostava de ter<br />

um cãozinho para estar dentro de casa. A Clara meteu na cabeça dar outro<br />

cachorrinho no Natal… O problema é que a Clara continua mal de finanças… o<br />

que é um entrave.<br />

Por isso, procurou na Net em tudo quanto era associação de animais ou donos<br />

isola<strong>dos</strong> que tivessem um cachorrinho para adopção. Mandou dezenas de mails.<br />

Ficou desiludida. Uns tinham cães mas não confiavam nas pessoas, outros<br />

queriam que ela perdesse um dia de trabalho para ir ao canil municipal buscar<br />

um cão.<br />

Até que mais uma vez o Espírito de Natal tornou a aparecer… e do nada, uma<br />

espanhola moradora em Londres, ofereceu-lhe, depois de alguma troca de mails<br />

um cãozito Yorkshire bébé com as vacinas, o chip obrigatório e tudo o mais.<br />

Neste momento, Clara, ou seja, eu, espero mais um milagre de Natal. A felicidade<br />

de uma família e de um cãozito que desta vez, não vem de cegonha, mas sim<br />

de avião…<br />

Feliz Natal a to<strong>dos</strong>! E vivam os animais!<br />

www.mundo<strong>dos</strong>animais.com


Fotonovela<br />

Agora é que ele<br />

vai ver...<br />

Quem é<br />

aquele gordo<br />

que está ali?<br />

Passa para cá<br />

os meus presentes!<br />

www.mundo<strong>dos</strong>animais.com<br />

Ah!<br />

É o Pai<br />

Natal!<br />

Aqui<br />

vou<br />

eeeeeuuuuuuuu!!!!


MDA 478<br />

Dossier + 3 <strong>Revista</strong>s “Segre<strong>dos</strong> de<br />

Cozinha”.<br />

Gastronomia de Cabo Verde e<br />

Itália, ideias de salgadinhos para<br />

festas.<br />

Valor base de licitação: 4,50€<br />

(portes incluí<strong>dos</strong>)<br />

Leilão<br />

http://www.mundo<strong>dos</strong>animais.com/foruns/leilao/<br />

Por Gabriela Oliveira<br />

MDA 337 – Pulseira feita com<br />

alfinetes de dama preenchi<strong>dos</strong><br />

com missangas cor de rosa.<br />

Super moderno!<br />

Valor base de licitação: 4,50€<br />

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MDA 449<br />

Mala PUCCA<br />

Mala da Pucca como NOVA!<br />

Muita arrumação !<br />

30cm X 33cm<br />

Valor base de licitação: 6,00€<br />

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MDA 38 – Peitoral em<br />

couro para gato, n.º2,<br />

castanho<br />

Valor base de licitação:<br />

1€<br />

(portes incluí<strong>dos</strong>)<br />

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MDA 423<br />

158 – Moldura em porcelana<br />

com motivos marinhos.<br />

Leva foto de 7,5 cm X 5cm<br />

Valor base de licitação: 2,50€<br />

(portes incluí<strong>dos</strong>)<br />

MDA 425 – Fio roxo em<br />

algodão encerado, contas<br />

acrílicas e aplicação em<br />

feltro.<br />

37 cm de comprimento<br />

Valor base de licitação:<br />

3,00<br />

(portes incluí<strong>dos</strong>)


O <strong>Mundo</strong> <strong>dos</strong> <strong>Animais</strong> deseja a<br />

to<strong>dos</strong> os seus leitores:<br />

Um Feliz Natal e<br />

um<br />

Próspero Ano<br />

Novo!<br />

www.mundo<strong>dos</strong>animais.com

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