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Adventure Racing em Portugal: 500 km a doer - Mundo Universitário

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Directora: Raquel Louçã Silva | Segunda-feira, 3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007 | Nº 88 | S<strong>em</strong>anal | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt<br />

FEIRA VIRTUAL DO EMPREGO<br />

A partir de hoje no site da Universia P. 4<br />

ESTÓRIAS DE INFECTADOS COM VIH<br />

No rescaldo do Dia Mundial de Luta Contra a Sida P. 10 e 11<br />

<strong>Adventure</strong> <strong>Racing</strong> <strong>em</strong><br />

<strong>Portugal</strong>: <strong>500</strong> <strong>km</strong> a <strong>doer</strong><br />

P. 15<br />

DR


PUB


Dito<br />

&<br />

Feito<br />

EDITORIAL<br />

Raquel Louçã Silva [Directora]<br />

rsilva@mundouniversatio.pt<br />

In<br />

Universidade de Coimbra a<br />

Património da Humanidade.<br />

Ao que parece, o trabalho técnico<br />

de candidatura está a correr<br />

pelo melhor e prevê-se<br />

que esteja concluído <strong>em</strong> finais<br />

de 2008. Em declarações à<br />

Lusa, o pró-reitor, Raimundo<br />

Mendes da Silva, que acompanha<br />

a componente física da<br />

candidatura à classificação<br />

mundial pela UNESCO,<br />

chamou a atenção para a<br />

necessidade da cidade se<br />

envolver no processo, até<br />

porque um grande objectivo<br />

passa por «garantir segurança,<br />

conforto e competitividade<br />

a esta cidade antiga»,<br />

disse.<br />

«Numa entrevista que dei caracterizei o Governo<br />

como autista, que talvez seja fruto de uma maioria<br />

absoluta que neste momento existe e que não se<br />

está a traduzir <strong>em</strong> políticas socialistas»<br />

André Oliveira, o novo presidente da Associação Académica de Coimbra,<br />

Os números da SIDA <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>.<br />

No sábado com<strong>em</strong>orou-se<br />

mais um Dia Mundial<br />

de Luta contra a Sida, numa<br />

altura <strong>em</strong> que o nosso país<br />

regista 6,5 novos infectados<br />

por dia. Obrigatório ler os textos<br />

de “Vinte Valores” das<br />

páginas 10 e 11, hoje dedicados<br />

a esta t<strong>em</strong>ática.<br />

Out<br />

no rescaldo das eleições (que decorreram nos dias 27 e 28) in Lusa.<br />

<br />

Robô utilizado como simulador para terapias dentárias. A estudante universitária<br />

japonesa exibe o seu “brinquedo” na Exposição Internacional de Robótica 2007, que aconteceu<br />

<strong>em</strong> Tóquio, a 29 de Nov<strong>em</strong>bro. Desenvolvido por uma <strong>em</strong>presa de robôs japonesa, a Kokoro, e<br />

pela Nippon Dental University, o simulador reage aos tratamentos mal feitos que os estudantes<br />

faz<strong>em</strong> durante os seus estágios.<br />

Sumário<br />

[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

De que fibra são feit@s @s universitári@s?<br />

Esta s<strong>em</strong>ana as notícias desviaram-me a atenção para uma pessoa<br />

que faço questão de vos apresentar. Chama-se Ricardo<br />

Jorge Pimentel Soares dos Reis, t<strong>em</strong> 18 anos, ingressou este<br />

ano na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e<br />

acaba de ser distinguido com o prémio nacional José Pinto Peixoto.<br />

O que quer isto tudo dizer? Que este futuro Sr. Dr. concluiu<br />

o 12.º ano com, nada mais, nada menos do que uma<br />

média de 20 valores e, não contente, concorreu à faculdade<br />

com um orgulhoso 19,8. Coisa pouca, coisa pouca. O prémio,<br />

instituído <strong>em</strong> 2002, t<strong>em</strong> como missão distinguir finalistas de<br />

excelência do ensino secundário. Porque também @s há, é verdade.<br />

Neste momento, decorre também uma pesquisa sociológica<br />

nacional sobre os estudantes do ensino superior e respectivos<br />

percursos académicos. Não sei se aqui vai haver alguém<br />

a abanar um diploma com uns valentes 20 valores a dourado,<br />

mas nada como esperar pelos resultados. Sim, porque isto<br />

Foto da S<strong>em</strong>ana<br />

CAPA 1<br />

SUMÁRIO 3<br />

FICHA TÉCNICA: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco<br />

Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Directora: Raquel Louçã Silva | Redacção: Edgar Amaral, Margarida Rolo Matos | Colaboradores: Geraldes Lino | Cronistas: Mariana Seruya Cabral, Marta Crawford, Paulo Anes | Estagiária: Raquel Ramos, Rute<br />

Lacerda | Fotografia: Mónica Moitas | Revisão: Piedade Góis | Projecto Gráfico: Joana Túlio | Paginação: Joana Túlio | Marketing: Rui Gonçalves e Vanda Filipe | Publicidade: Gisela Correia e Paula Reis (Account Director) | Sede Redacção: Estrada<br />

da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 416 92 10 | Fax: 21 416 92 27 | Tirag<strong>em</strong>: 35 000 | Periodicidade: s<strong>em</strong>anal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz<br />

de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646−1649.<br />

3<br />

de insinuar que o pessoal só pensa <strong>em</strong> copos e <strong>em</strong> jogar cartadas<br />

na esplanada é má-língua, minhas senhoras e meus senhores,<br />

é má-língua.<br />

O estudo que vai tirar tudo a limpo chama-se “Os Estudantes e<br />

os seus Trajectos no Ensino Superior: sucesso, insucesso, factores<br />

e processos, promoção de boas práticas” e acontece no<br />

âmbito de um programa com um pomposo nome: “Promoção do<br />

Sucesso Escolar e Combate ao Abandono e ao Insucesso no Ensino<br />

Superior”.<br />

Nada melhor do que partilhar com a restante comunidade académica<br />

a mudança de curso que fizeste, a transferência que pediste, as<br />

tuas desistências, as interrupções que foste obrigado a fazer ou aquela<br />

altura crítica <strong>em</strong> que ultrapassaste o t<strong>em</strong>po de duração oficial do<br />

curso. É simples, fazes o download <strong>em</strong> www.fap.pt e depois envias<br />

para projectoestes@gmail.com. Está <strong>em</strong> jogo saber de que fibra é<br />

feita @s universitári@s deste País.<br />

FRANCK ROBICHON/EPA<br />

Index<br />

CAMPUS 4 A 7<br />

UNI(SEXUS) 8<br />

P. PALAVRA 9<br />

20 VALORES 10 & 11<br />

BELAS ARTES 12<br />

JUKEBOX 13<br />

LANÇAMENTOS 14<br />

LIFESTYLE 15<br />

SALA. RUSSA 16<br />

5ª DIMENSÃO 17<br />

BAR ABERTO 18<br />

BD 19


Campus<br />

4<br />

Breves<br />

Gestores entre os mais<br />

des<strong>em</strong>pregados<br />

De acordo com o estudo<br />

“encomendado pelo Ministério<br />

do Ensino Superior<br />

são os professores do ensino<br />

básico e os gestores<br />

que sofr<strong>em</strong> mais de casos<br />

de des<strong>em</strong>prego. Assim, <strong>em</strong><br />

Junho de 2007, estavam<br />

inscritos nos centros de<br />

<strong>em</strong>prego 2737 professores<br />

do ensino básico e 2475<br />

licenciados <strong>em</strong> Gestão e<br />

Administração de Empresas.<br />

Portalegre vive «grave<br />

situação financeira»<br />

O presidente do Instituto Politécnico<br />

de Portalegre, Nuno<br />

Oliveira, alertou para a<br />

«grave situação financeira»<br />

da instituição, avisando que<br />

o orçamento «não chega<br />

para pagar» as despesas<br />

com os funcionários. Este<br />

reconheceu que a instituição,<br />

para fazer frente à crise<br />

t<strong>em</strong> «recorrido às propinas,<br />

com o conhecimento dos<br />

alunos, e a várias candidaturas<br />

a programas comunitários”.<br />

Estudante ferido<br />

<strong>em</strong> praxe<br />

Um estudante de Engenharia<br />

do Ambiente, da Escola<br />

Superior Agrária de Coimbra<br />

ficou magoado com gravidade<br />

na coluna vertebral,<br />

durante uma praxe académica,<br />

na passada quinta-feira,<br />

dia 29 de Nov<strong>em</strong>bro. O<br />

aluno, de 20 anos, estava<br />

actualmente a frequentar o<br />

terceiro ano.<br />

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[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

Margarida Rolo de Matos<br />

mmatos l@munouniversitario.pt<br />

«Há muito des<strong>em</strong>prego<br />

dos jovens universitários<br />

<strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> e este é um<br />

contributo sério» para resolver<br />

o probl<strong>em</strong>a, defendeu o<br />

director-geral da Universia<br />

<strong>Portugal</strong>, Pedro Monteiro,<br />

na conferência de apresentação<br />

da feira, no dia 26 de<br />

Nov<strong>em</strong>bro. Garantindo ainda<br />

que a iniciativa reúne todas<br />

as condições de êxito,<br />

visto «que decorre num ambiente<br />

virtual a que os jovens<br />

estão habituados».<br />

A feira copia o modelo<br />

desenvolvido pela Universia<br />

espanhola, que já vai na<br />

quarta edição. E, para já,<br />

23 entidades <strong>em</strong>presariais<br />

participam no certame e<br />

estão disponíveis cerca de<br />

200 ofertas de <strong>em</strong>prego,<br />

entre estágios e primeiro<br />

<strong>em</strong>prego. A Bolsa Virtual<br />

Universia dirige-se maioritariamente<br />

a estudantes universitários<br />

que estão a terminar<br />

a sua formação,<br />

recém-licenciados, e jovens<br />

profissionais que tenham<br />

ingressado recent<strong>em</strong>ente<br />

no mercado de trabalho.<br />

PARA TIRAR DÚVIDAS<br />

Dividida por sectores de<br />

actividade económica que<br />

vão estar <strong>em</strong> destaque <strong>em</strong><br />

cada um dos pisos do ‘edifício’<br />

da feira, os candidatos<br />

que visitam os stands<br />

virtuais, pod<strong>em</strong> candidatarse<br />

a ofertas específicas ou<br />

deixar apenas o currículo.<br />

Além disso, os candidatos<br />

que tenham dúvidas sobre<br />

as saídas profissionais<br />

da sua área pod<strong>em</strong> realizar<br />

um teste de orientação profissional<br />

interactivo que<br />

apresenta as <strong>em</strong>presas<br />

mais adequadas ao seu<br />

perfil profissional e aos<br />

seus objectivos. Há ainda a<br />

possibilidade de os candidatos<br />

enviar<strong>em</strong>, mensagens<br />

de correio electrónico<br />

a pedir esclarecimentos ou<br />

contactar directamente as<br />

<strong>em</strong>presas via Skype (telefone<br />

sobre internet), nos horários<br />

estipulados pelas<br />

mesmas.<br />

Prémio para jov<strong>em</strong> lusodescendente<br />

A jov<strong>em</strong> lusodescendente Letícia Maria Figueira de<br />

Freitas foi a vencedora da primeira edição do Prémio<br />

Jov<strong>em</strong> Estudante Santander Universidades, que teve<br />

dez finalistas. A iniciativa, que se realiza pela primeira<br />

vez, procura “reconhecer e estimular os méritos aca-<br />

Por sua vez, as <strong>em</strong>presas<br />

pod<strong>em</strong> colocar no seu espaço<br />

as apresentações institucionais<br />

virtuais (como vídeos),<br />

onde explicam o seu<br />

funcionamento, apresentar<br />

cartazes promocionais e<br />

documentos para download<br />

com os requisitos pretendidos<br />

dos candidatos e<br />

conselhos antes de estes<br />

efectuar<strong>em</strong> a candidatura.<br />

Pedro Monteiro referiu<br />

ainda que a iniciativa «é positiva»<br />

para as <strong>em</strong>presas,<br />

uma vez que com esta feira<br />

virtual não têm custos logísticos,<br />

tendo acesso a todos<br />

os currículos apresentados<br />

pelos jovens.<br />

démicos a nível de licenciatura de candidatos lusodescendentes<br />

residentes na Venezuela”. A jov<strong>em</strong> é licenciada<br />

<strong>em</strong> Bioanálise pela Universidade de Carabobo<br />

e está a doutorar-se <strong>em</strong> ciências farmacológicas na<br />

Universidade Central da Venezuela.<br />

FEIRA VIRTUAL DO EMPREGO ARRANCA HOJE<br />

Oportunidades<br />

de <strong>em</strong>prego à distância de um clique<br />

COMEÇA HOJE, SEGUNDA-FEIRA, DIA 3, A FEIRA DE EMPREGO<br />

VIRTUAL DO UNIVERSIA, QUE SE PROLONGA ATÉ DIA 14. COLO-<br />

CAR QUESTÕES DIRECTAMENTE ÀS ENTIDADES EMPREGADO-<br />

RAS, VIA E-MAIL OU SKYPE OU EXECUTAR UM TESTE DE ORI-<br />

ENTAÇÃO SÃO ALGUMAS DAS APOSTAS DA INICIATIVA QUE<br />

REALIZA PELA PRIMEIRA VEZ EM SOLO PORTUGUÊS.<br />

A REDE UNIVERISA<br />

A universia é uma rede de universidades de países de língua<br />

portuguesa e espanhola, ao todo 11, que resulta da iniciativa<br />

do Banco Santander, de Espanha, que dedica 2,5 por cento<br />

dos seus lucros ao mecenato, sendo três quartos para educação.<br />

O portal Universia <strong>Portugal</strong>, de acesso gratuito, inclui<br />

vários conteúdos, desde informação especializada, a dados<br />

sobre programas de bolsas de investigação, passando também<br />

pelos anúncios classificados, onde se pod<strong>em</strong> encontrar<br />

quartos ou casas para arrendar ou vender até livros e computadores.<br />

A nível global, os portais da rede Universia tiveram<br />

5,1 milhões de utilizadores no primeiro s<strong>em</strong>estre de<br />

2007. Em <strong>Portugal</strong>, 20 universidades são sócias da Universia,<br />

incluindo todas as universidades públicas com excepção da<br />

do Minho e cinco privadas, contabilizando 140 mil utilizadores<br />

por mês e 14 381 registados entre Janeiro e Outubro, indicou<br />

o director comercial da Universia <strong>Portugal</strong>, Nuno Campos.


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Campus [ciência]<br />

6<br />

Breves<br />

Estudos alimentares<br />

<strong>em</strong> rede<br />

Internacionalizar e qualificar<br />

o ensino superior europeu<br />

no campo dos estudos<br />

alimentares, promovendo a<br />

partilha de informação<br />

entre países da União Europeia<br />

e o resto do mundo é o<br />

objectivo da rede t<strong>em</strong>ática<br />

ISEKI_Mundus, coordenada<br />

por Cristina Silva, professora<br />

na Escola Superior de<br />

Biotecnologia da Universidade<br />

Católica Portuguesa.<br />

Esperam-se obter plataformas<br />

Web, bases de dados,<br />

uma comunidade virtual de<br />

especialistas e um congresso<br />

final de conclusão do trabalho<br />

desenvolvido.<br />

Aluna da UA<br />

distinguida<br />

Natália Oliveira, licenciada<br />

<strong>em</strong> Engenharia de Materiais<br />

pela Universidade de Aveiro,<br />

foi galardoada pelo Colégio<br />

de Engenharia Metalúrgica e<br />

de Materiais, com o Prémio<br />

Melhor Estágio 2006/2007,<br />

no âmbito da Ord<strong>em</strong> dos<br />

Engenheiros. O objectivo do<br />

estágio, que decorreu entre<br />

Julho de 2005 e Julho de<br />

2007, foi a impl<strong>em</strong>entação<br />

de um sist<strong>em</strong>a de gestão da<br />

manutenção e da produção<br />

na <strong>em</strong>presa Extruverde,<br />

Extrusão de Alumínio. Esse<br />

sist<strong>em</strong>a contribuiu para a<br />

diminuição da sucata e o<br />

aumento de produtividade.<br />

Mestranda vence<br />

prémio<br />

Maria Beatriz Santos, mestre<br />

<strong>em</strong> Supervisão do Ensino<br />

das Ciências, pelo Instituto<br />

de Educação e Psicologia da<br />

Universidade do Minho e professora<br />

na Escola Secundária<br />

de Vila Verde, foi a vencedora<br />

do prémio Gonçalves<br />

Ferreira, atribuído pelo Instituto<br />

Nacional de Saúde Dr.<br />

Ricardo Jorge, com o trabalho<br />

Educação Alimentar<br />

na escola: Avaliação A aliação de<br />

uma inter intervenção<br />

enção pedagó-<br />

gica dirigida a alunos do<br />

8.º ano de escolaridade”.<br />

[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

PROJECTO DEVE ESTAR PRONTO EM JULHO<br />

Margarida Rolo de Matos<br />

mmatos@munouniversitario.pt<br />

«O Veículo Eléctrico<br />

Puro (VEP) consiste na<br />

conversão de um veículo<br />

tradicional para um veículo<br />

de tracção eléctrica<br />

total», explica o coordenador<br />

do projecto e docente<br />

da Escola Superior de Tecnologia<br />

do Instituto Politécnico<br />

de Viseu (ESTV),<br />

Joaquim Delgado. Assim,<br />

as mais-valias deste automóvel<br />

que vai estar pronto<br />

<strong>em</strong> Julho, período <strong>em</strong><br />

que vai estar apto para circular<br />

exclusivamente <strong>em</strong><br />

circuito fechado, «assentam<br />

no sist<strong>em</strong>a de mobilidade<br />

alternativa, <strong>em</strong> que<br />

a fonte energética não é<br />

baseada <strong>em</strong> hidrocarbonetos,<br />

mas sim na utilização<br />

da electricidade como<br />

portadora de energia»,<br />

defende o docente. Além<br />

UE aprova investimentos <strong>em</strong> ciência e tecnologia para 10 anos<br />

Reunida <strong>em</strong> Bruxelas, sob a presidência do ministro português<br />

da Ciência, a UE aprovou investimentos <strong>em</strong> Ciência<br />

e Tecnologia para os próximos dez anos, <strong>em</strong> parcerias<br />

público-privado, entre os Estados, a Comissão Europeia e<br />

a Indústria, no valor de 5340 milhões de euros, metade<br />

Alunos desenvolv<strong>em</strong><br />

veículo eléctrico puro<br />

QUATRO ESTUDANTES DO CURSO DE ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA DA ESCOLA SUPE-<br />

RIOR DE TECNOLOGIA DO INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU DEITARAM MÃOS À OBRA<br />

E ESTÃO A CRIAR UM PROTÓTIPO DE UM VEÍCULO ELÉCTRICO PURO, NO ÂMBITO DA<br />

DISCIPLINA DE PROJECTO. ESTE MODELO, AMIGO DO AMBIENTE, QUE PRETENDE SER<br />

UMA ALTERNATIVA AO CARRO CONVENCIONAL VAI ESTAR CONCLUÍDO EM JULHO.<br />

disso, «exibe uma performance<br />

interessante com<br />

um nível de <strong>em</strong>issão zero<br />

no local de utilização e<br />

uma taxa de <strong>em</strong>issão<br />

efectiva da ord<strong>em</strong> dos 40<br />

gramas de dióxido de carbono<br />

(CO2) por quilómetro<br />

percorrido, quando os<br />

níveis máximos estipulados<br />

recent<strong>em</strong>ente pela<br />

União Europeia para a tecnologia<br />

convencional são<br />

de 140 gramas de CO2 por<br />

quilometro», destaca Joaquim<br />

Delgado. E acrescenta:<br />

«O VEP terá autonomia<br />

para 80 a 100 quilómetros,<br />

aproximadamente, e<br />

um consumo, por 100 <strong>km</strong>,<br />

na ord<strong>em</strong> dos 20 por cento<br />

do custo de um carro a<br />

gasolina, o que é uma<br />

grande vantag<strong>em</strong>».<br />

ENERGIAS ALTERNATIVAS<br />

De momento, os alunos<br />

estão a estudar a capaci-<br />

dade e o sist<strong>em</strong>a de armazenamento<br />

de energia, o<br />

modo de condicionamento<br />

de potência e o sist<strong>em</strong>a<br />

de propulsão. A escolha<br />

da carroçaria, design e<br />

estrutura do veículo fica<br />

reservada para a fase<br />

seguinte. A ESTV t<strong>em</strong> dado<br />

destaque ao desenvolvimento<br />

de investigação nos<br />

domínios das energias<br />

alternativas e dos veículos<br />

eléctricos, da qual já resultou<br />

a participação <strong>em</strong> conferências,<br />

a publicação de<br />

artigos científicos <strong>em</strong><br />

revistas e a colaboração<br />

na edição de um livro. Os<br />

automóveis são um das<br />

principais responsáveis<br />

pelo consumo de cerca de<br />

60 por cento dos combustíveis<br />

fósseis existentes,<br />

b<strong>em</strong> como pela destruição<br />

dos ecossist<strong>em</strong>as, devido<br />

à <strong>em</strong>issão de dióxido de<br />

carbono (CO2).<br />

dos quais fundos comunitários. Estas iniciativas estratégicas<br />

de investigação apostam no desenvolvimento da<br />

nanoelectrónica de sist<strong>em</strong>as informáticos noutros produtos,<br />

medicamentos inovadores e de aeronáutica respeitadora<br />

do ambiente.<br />

Aveiro participa no maior<br />

concurso automóvel<br />

Um grupo de 10 alunos<br />

da Universidade de Aveiro<br />

(UA), das áreas de Engenharia<br />

Mecânica, Design e<br />

Engenharia Electrónica e<br />

Telecomunicações, está a<br />

desenvolver um veículo monolugar<br />

de competição para<br />

participar na Fórmula<br />

Student, a maior competição<br />

automóvel internacional.<br />

Realizada desde 1998,<br />

na Europa, por iniciativa da<br />

Society of Automotive Engineers<br />

e do Institution of<br />

Mechanical Engineers, a<br />

Fórmula Student é uma<br />

competição internacional<br />

que pretende avaliar as capacidades<br />

de estudantes<br />

ao nível da concepção, projecção<br />

e construção de um<br />

veículo, através de um desafio<br />

que testa os seus conhecimentos<br />

de design, fabrico<br />

e gestão <strong>em</strong>presarial<br />

no ramo da engenharia automóvel.<br />

No concurso, é<br />

exigido aos participantes<br />

que cri<strong>em</strong> uma <strong>em</strong>presa<br />

fictícia, cuja missão é produzir<br />

um veículo monolugar<br />

que apresente um bom des<strong>em</strong>penho<br />

<strong>em</strong> termos da<br />

sua aceleração, travag<strong>em</strong>,<br />

qualidade, manutenção e<br />

segurança ao mais baixo<br />

custo possível. São ainda tidos<br />

<strong>em</strong> conta na avaliação<br />

factores relacionados com<br />

a estética, conforto e uso<br />

de partes comuns. A UA<br />

participa pela primeira vez<br />

neste concurso internacional.<br />

Nova distinguida pela IBM<br />

A <strong>em</strong>presa de tecnologias<br />

de informação IBM vai galardoar<br />

hoje, segunda-feira,<br />

dia 3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007,<br />

a Faculdade de Ciências e<br />

Tecnologia da Universidade<br />

Nova de Lisboa com dois<br />

prémios, que pretend<strong>em</strong><br />

distinguir o contributo de<br />

trabalhos de investigadores<br />

desta instituição, para o<br />

desenvolvimento das Ciências<br />

da Computação e Tecnologias<br />

de Informação. A<br />

cerimónia terá lugar no Anfiteatro<br />

da biblioteca daquela<br />

faculdade, no Monte de<br />

Caparica. A Integração de<br />

Informação Estrutural de<br />

Proteínas é o projecto vencedor<br />

da 17.ª edição do Prémio<br />

Científico IBM. A distinção,<br />

no valor de 15 000<br />

euros, vai ser entregue ao<br />

autor da investigação, o pro-<br />

fessor Ludwig Krippahl.<br />

Já o Prémio IBM SUR (Shared<br />

University Research)<br />

pr<strong>em</strong>eia, a nível internacional,<br />

a Investigação & Desenvolvimento<br />

(I&D) no ensino<br />

superior, através da atribuição<br />

de tecnologia IBM às<br />

instituições universitárias<br />

distinguidas. O SUR 2006,<br />

materializado <strong>em</strong> tecnologia<br />

de ponta no valor de 40<br />

000 euros, foi atribuído a<br />

<strong>Portugal</strong> ao projecto Modelos<br />

computacionais distribuídos<br />

e paralelos, para<br />

aplicações científicas <strong>em</strong><br />

clusters de processadores<br />

Cell, que irá incidir <strong>em</strong> áreas<br />

de pesquisa como a ciência<br />

computacional e a bioinformática,<br />

e possibilitar simulações<br />

nas ciências espaciais,<br />

marítimas e terrestres.


Telecomunicações junta universidades<br />

Teve início na passada quarta-feira, dia 28 de Nov<strong>em</strong>bro,<br />

as aulas do MAP-tele, o Programa Doutoral<br />

Conjunto das Universidades do Minho, Aveiro e Porto<br />

<strong>em</strong> Telecomunicações. Definindo-se como um<br />

projecto de excelência ao nível do terceiro ciclo de<br />

Breves<br />

Sist<strong>em</strong>as de Informação <strong>em</strong> Setúbal<br />

A Escola Superior de Tecnologia de Setúbal do<br />

Instituto Politécnico de Setúbal vai leccionar a primeira<br />

edição da Pós-Graduação <strong>em</strong> Segurança<br />

de Sist<strong>em</strong>as de Informação, a decorrer entre os<br />

dias 15 de Janeiro e 31 de Julho 2008, <strong>em</strong> horário<br />

pós-laboral. O período de candidaturas termina<br />

a 16 de Dez<strong>em</strong>bro 2007. É dirigida a licenciados<br />

<strong>em</strong> Engenharia Informática, Gestão, visando<br />

fornecer competências para funções na área da<br />

gestão e da manutenção de Sist<strong>em</strong>as Informáticos<br />

Organizacionais.<br />

Adesão à UE <strong>em</strong> debate<br />

Os mais conceituados economistas portugueses<br />

vão debater os probl<strong>em</strong>as da nossa economia<br />

desde a adesão de <strong>Portugal</strong> à União Europeia<br />

num encontro promovido pelo Instituto de Ciências<br />

Sociais da Universidade de Lisboa. Na conferência<br />

Economia Portuguesa e Integração Europeia,<br />

a realizar-se hoje, dia 3 de Dez<strong>em</strong>bro,<br />

segunda-feira, vão estar presentes João Ferreira<br />

do Amaral, Luís Campos e Cunha, ex-ministro do<br />

Estado e das Finanças do Executivo de José<br />

Sócrates, entre outros<br />

formação, fort<strong>em</strong>ente orientado para a investigação,<br />

o programa pretende atrair um elevado número de<br />

estudantes, nacionais e estrangeiros. Um objectivo<br />

atingido logo na sua primeira edição, com a frequência<br />

de 21 alunos de 10 países diferentes.<br />

TERCEIRA EDIÇÃO DO CONCURSO<br />

Campus [inovação]<br />

[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

Jovens simulam gestão de <strong>em</strong>presa<br />

SIMULAR A GESTÃO DE UMA UNIDADE DE NEGÓCIO DA EMPRESA DANONE, NUMA ADAPTAÇÃO ENTRE ACONTECIMENTOS REAIS<br />

VIVIDOS NO SEIO DO GRUPO E A IMAGINAÇÃO É O DESAFIO DA TERCEIRA EDIÇÃO DO TRUST, QUE ESTIMULA EQUIPAS DE CINCO ES-<br />

TUDANTES FINALISTAS OU PRÉ-FINALISTAS A ASSUMIREM A DIRECÇÃO DA EMPRESA.<br />

Margarida Rolo de Matos<br />

mmatos@mundouniversitario.pt<br />

O jogo de Gestão TRUST oferece<br />

a centenas de estudantes<br />

a oportunidade de aprender<br />

mais sobre o mundo da<br />

indústria alimentar e sobre o<br />

universo e a cultura do grupo<br />

Danone. Os estudantes têm<br />

como desafio apresentar<strong>em</strong> o<br />

seu plano estratégico a 3<br />

anos para atingir um crescimento<br />

rentável e construindo<br />

cenários de confiança para os<br />

accionistas, gerindo todas as<br />

vertentes de uma unidade de<br />

negócio, do marketing, ao<br />

financeiro, área industrial e<br />

recursos humanos. Para a<br />

companhia é a oportunidade<br />

para detectar novos talentos<br />

e fortalecer a sua imag<strong>em</strong><br />

junto das instituições de ensino<br />

superior ao mesmo t<strong>em</strong>po<br />

que visa detectar futuros quadros<br />

para a <strong>em</strong>presa, tendo,<br />

no ano passado, oferecido<br />

cinco estágios profissionais e<br />

recrutado para os seus quadros<br />

três novos colaboradores.<br />

Os 12 vencedores das<br />

edições nacionais irão apresentar<br />

os seus projectos <strong>em</strong><br />

Paris ao presidente da Danone,<br />

Franck Riboud, numa cerimónia<br />

a decorrer a 10 e 11<br />

Abril de 2007.<br />

COMO SE PROCESSA O JOGO?<br />

Até final de Nov<strong>em</strong>bro,<br />

decorreu o registo das 10<br />

equipas de cada instituição e<br />

a apresentação do jogo às<br />

universidades e institutos<br />

politécnicos. A fase de pré-<br />

-selecção das equipas finalistas<br />

terá lugar entre Dez<strong>em</strong>bro<br />

e Janeiro de 2008, decorrendo<br />

entre 18 e 29 de Fevereiro<br />

os “Trust Days” para eleger<br />

os cinco finalistas, dias <strong>em</strong><br />

que os estudantes das equipas<br />

apuradas se deslocam à<br />

sede da companhia para<br />

apresentar e defender as<br />

suas estratégias de gestão. A<br />

final nacional ocorre a 10 de<br />

7<br />

Março, altura para cada equipa<br />

apresentar ao comité de<br />

direcção da Danone <strong>Portugal</strong><br />

o seu plano estratégico. A edição<br />

2007 do TRUST deverá<br />

envolver mais de 7<strong>500</strong> estudantes<br />

de 100 universidades<br />

de 12 países. Em relação a<br />

<strong>Portugal</strong>, são esperados<br />

cerca de 450 participantes.<br />

A Danone é considerada<br />

pela revista Fortune uma das<br />

10 melhores <strong>em</strong>presas europeias<br />

para trabalhar, e uma<br />

companhia modelo no que<br />

diz respeito à política de<br />

recursos humanos e à sua<br />

interligação com o meio universitário.<br />

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Uni(sexus)<br />

8 [3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

Para além da pílula, que é o contraceptivo oral mais<br />

conhecido e utilizado, pela maior parte das mulheres<br />

portuguesas, exist<strong>em</strong> outros métodos hormonais que<br />

têm a mesma função: a contracepção hormonal injectável,<br />

o adesivo contraceptivo, o implante, o anel vaginal<br />

e ainda o DIU medicado. O anel vaginal é um método<br />

relativamente recente: é composto por um aro, flexível,<br />

com cerca de cinco centímetros de diâmetro,<br />

que é colocado, todos os meses, na vagina. O anel<br />

vaginal, durante o período de três s<strong>em</strong>anas, vai libertando<br />

de forma regular e controlada, uma dose hormonal,<br />

relativamente baixa, mas suficiente para prevenir<br />

a gravidez.<br />

Ao fim de 21 dias, a mulher retira o anel vaginal, no<br />

mesmo dia da s<strong>em</strong>ana <strong>em</strong> que foi colocado (ex:<br />

O meu anel<br />

Marta Crawford [Sexóloga]<br />

info@mundouniversatio.pt<br />

domingo), surgindo então o período menstrual.<br />

Depois de uma pausa de uma s<strong>em</strong>ana, a mulher insere<br />

um novo anel para que se mantenha a contracepção<br />

desejada.<br />

A colocação é simples: basta pressionar o anel com a<br />

ajuda do polegar e do indicador, colocá-lo suav<strong>em</strong>ente<br />

dentro da vagina e <strong>em</strong>purrá-lo com o dedo até ao<br />

final da vagina. Não existe uma posição correcta para<br />

o anel, por isso não t<strong>em</strong> que se recear que fique mal<br />

posto, pois os músculos da vagina permit<strong>em</strong> que o anel<br />

permaneça na posição adequada. Durante as relações<br />

sexuais, ou <strong>em</strong> actividades desportivas, o anel mantém-se<br />

numa posição confortável s<strong>em</strong> sair do lugar.<br />

A partir do momento <strong>em</strong> que é introduzido, o anel<br />

MÓNICA MOITAS<br />

começa a libertar hormonas (estrogénio e progestagénio),<br />

activado pela t<strong>em</strong>peratura corporal e, através<br />

das paredes da vagina, vão sendo absorvidas as hormonas<br />

que passam para a corrente sanguínea. Posteriormente,<br />

para retirar o anel, basta introduzir o<br />

dedo indicador dentro da vagina e puxar o aro do anel.<br />

O anel vaginal oferece o mesmo tipo de eficácia que<br />

outros contraceptivos, mas não protege das infecções<br />

sexualmente transmíssiveis. A sua vantag<strong>em</strong> principal<br />

é o de não obrigar a mulher a uma toma diária,<br />

ideal para as mulheres que se esquec<strong>em</strong> habitualmente<br />

de tomar a pílula. E, no caso de ser realmente<br />

esquecida, saiba que o laboratório que comercializa<br />

este produto criou um serviço sms, que permite<br />

às utilizadoras receber<strong>em</strong> l<strong>em</strong>bretes a avisar o dia de<br />

inserção e de r<strong>em</strong>oção do anel.


Ataca<br />

ou<br />

Contra-ataca<br />

Manda bala sobre o que te apetecer...<br />

nós publicamos! Envia o teu artigo de opinião até 1000<br />

caracteres, no máximo, com uma fotografia tipo passe e o<br />

nome da faculdade onde estudas. Ninguém te pode calar!<br />

Manda tudo para info@mundouniversitario.pt<br />

DISCURSO ERASMUS<br />

Mariana Seruya Cabral, Aluna Erasmus <strong>em</strong> Barcelona<br />

info@mundouniversitario.pt<br />

O <strong>Portugal</strong>inho dos nossos corações<br />

Tenho vindo a perceber que nós – os <strong>em</strong>igrantes<br />

– aqui <strong>em</strong> Barcelona t<strong>em</strong>os como uma espécie<br />

de “<strong>Portugal</strong>inho” só nosso, adaptado às nossas<br />

necessidades. É como se fosse uma comunidade<br />

abstracta cujos concidadãos não se conhec<strong>em</strong><br />

entre si, mas partilham um conjunto de<br />

rituais que lhes confere uma só identidade. E<br />

cumpr<strong>em</strong>-nos diligent<strong>em</strong>ente, para sentir<strong>em</strong><br />

que ainda mantêm um dedinho do pé que seja<br />

na pátria.<br />

Aqui, os habitantes do <strong>Portugal</strong>inho barcelonês<br />

têm a obrigação de se dirigir (pelo menos) uma<br />

vez por s<strong>em</strong>ana à Casa Portuguesa para comer<br />

um pastel de nata. É uma espécie de catedral<br />

a que todos têm de prestar vassalag<strong>em</strong>.<br />

Os jogos da Selecção, por ex<strong>em</strong>plo, são s<strong>em</strong>pre<br />

vistos com o dobro da <strong>em</strong>oção num café que se<br />

chama o “11+1”, ao pé do mar. No último <strong>Portugal</strong>-Finlândia<br />

já ninguém esperava muito da<br />

performance do clã português, mas era obrigatório<br />

ocupar uma cadeira do café, de cerveja<br />

na mão. Mesmo s<strong>em</strong> Scolaris a distribuír<strong>em</strong> chapadas<br />

pela equipa adversária n<strong>em</strong> Luíses Figos<br />

a deleitar<strong>em</strong>-nos a vista com fintas de cair o<br />

queixo (por falar nisso, devo dizer-vos que aqui<br />

na Catalunha ainda o odeiam, <strong>em</strong> m<strong>em</strong>ória dos<br />

t<strong>em</strong>pos de “pesetero”... l<strong>em</strong>bram-se?) lá estávamos<br />

nós, inderrubáveis, a vestir a camisola.<br />

E quando conhec<strong>em</strong>os algum português num<br />

sítio improvável gostamos s<strong>em</strong>pre de achar que<br />

“é uma grande coincidência...”, como se o nosso<br />

país fosse um penico assim tão estreito e longínquo.<br />

E fazer bacalhau com natas para o jantar?<br />

Um delírio.<br />

Agora sei que exist<strong>em</strong> muitos <strong>Portugal</strong>inhos<br />

espalhados por aí e que não são só as fantasias<br />

que nos mostram as reportagens da TVI. E o<br />

dedinho do pé, de facto, nunca chega a <strong>em</strong>igrar.<br />

Poder à Palavra<br />

INTERVALO<br />

Paulo Anes, escritor e publicitário<br />

info@mundouniversitario.pt<br />

O elogio da preguiça<br />

Este dia vai ser como o de ont<strong>em</strong>, s<strong>em</strong> eventos<br />

extraordinários mas com muita fantasia! O<br />

Natal está a chegar, a malta anda por aí a<br />

namorar montras e montes de prendas que não<br />

pode comprar, faz frio, dá um gozo do caraças<br />

manter as trombas encostadas a uma qualquer<br />

lareira imaginad a com enormes labaredas<br />

feitas de uma vontade incrível de fazer nada.<br />

Francamente, não me apetece fazer seja o que<br />

for. Ando por aqui a matutar nas possibilidades<br />

extraordinárias de fazer morrinha; fazer nadinha;<br />

não mexer uma palha! Só apetece sonhar.<br />

Nos sonhos não exist<strong>em</strong> restrições. Cada um<br />

serve-se à vontade até ficar saciado. Hoje<br />

sonho <strong>em</strong> fugir do trabalho. Com a idade aprendi<br />

a fugir de muitas coisas, como por ex<strong>em</strong>plo<br />

da mania de comer ovos com bifes a cavalo às<br />

três da manhã. S<strong>em</strong> pressas. Ninguém à minha<br />

[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

9<br />

espera! Agora já não tenho paciência para fugir.<br />

Descobri que podia fugir s<strong>em</strong> sair daqui. Sonho<br />

com amigos leais, aldeias, vilas e cidades<br />

felizes e relações perfeitas. Sonho <strong>em</strong> melhorar<br />

a minha relação com as mulheres. Para o<br />

sexo f<strong>em</strong>inino, <strong>em</strong> geral, sou medíocre. Não sou<br />

rico, juiz do supr<strong>em</strong>o, capitão de cavalaria ou<br />

ministro. Não tenho o talento triunfante de um<br />

canalizador ou electricista e sou incapaz de<br />

apertar um parafuso s<strong>em</strong> antes ter de lidar com<br />

um potente ataque de pânico. Mas como o<br />

sonho comanda a vida, enviei um requerimento<br />

ao ministro para ser importante s<strong>em</strong> ter de<br />

trabalhar, assim como os deputados. O malandro<br />

n<strong>em</strong> sequer me respondeu! Belisquei-me<br />

só para ver se estava a sonhar e… estava!<br />

Acordei, <strong>em</strong>brulhei o sonho e, que r<strong>em</strong>édio, lá<br />

tive de fingir que fui trabalhar!<br />

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20 Valores<br />

10<br />

Margarida Rolo de Matos<br />

mmatos@mundouniversitario.pt<br />

Não foi tarefa fácil conseguir<br />

contactos de pessoas<br />

portadoras de VIH (Vírus<br />

Imunodeficiência Humana).<br />

Mas mais do que os contactos<br />

não foi fácil conseguir<br />

que falass<strong>em</strong>. O recente<br />

caso do cozinheiro<br />

despedido por estar infectado<br />

com o vírus veio aumentar<br />

ainda mais o receio<br />

de estas pessoas ser<strong>em</strong> vítimas<br />

de descriminação.<br />

Por isso, muitos disseram<br />

que não, outros hesitaram<br />

e outros houve que falaram.<br />

Paulo, nome fictício, e José<br />

Manuel Osório foram<br />

dois ex<strong>em</strong>plos que colaboraram.<br />

Embora <strong>em</strong> fases di-<br />

[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

ferentes de evolução da<br />

doença – Paulo é seropositivo<br />

há oito anos e t<strong>em</strong> uma<br />

saúde estável, não precisando<br />

de tomar medicação,<br />

enquanto José Osório<br />

é o mais antigo seropositivo<br />

<strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, tendo contraído<br />

a doença há 23<br />

anos, toma uma grande dose<br />

diária de medicamentos,<br />

e já esqueceu o número de<br />

vezes que teve de estar internado<br />

–, une-os a mesma<br />

forma corajosa de estar perante<br />

a vida. Um dia de cada<br />

vez, minuto a minuto.<br />

De igual forma, defend<strong>em</strong><br />

que é preciso fazer<br />

mais nas campanhas de<br />

prevenção. A este propósito,<br />

Osório é per<strong>em</strong>ptório.<br />

«Deviam ser feitas à bruta,<br />

de uma forma violenta,<br />

<strong>Portugal</strong>: 6,5 casos registados por dia<br />

<strong>Portugal</strong> é o quarto país da Europa Ocidental que diagnosticou<br />

mais novos casos de infecções por VIH <strong>em</strong> 2006, tendo registado<br />

mais 2162 incidências, segundo o relatório anual do Programa<br />

das Nações Unidas sobre a doença, divulgado no final de<br />

Nov<strong>em</strong>bro. Do total dos 32 205 casos de HIV, 43,8 por cento<br />

ESTÓRIAS DE<br />

VIH<br />

NA PRIMEIRA PESSOA<br />

Assinalou-se no passado sábado, dia 1 de Dez<strong>em</strong>bro, o dia Mundial de Luta Contra<br />

a Sida. Para que esta data não seja apenas rel<strong>em</strong>brada uma vez por ano, aqui ficam<br />

test<strong>em</strong>unhos de pessoas portadores do vírus, que pode ‘apanhar’ qualquer<br />

um de surpresa. <strong>Portugal</strong> continua a ser um dos países da Europa que apresenta<br />

mais casos de infecção. Fica o alerta, na primeira pessoa.<br />

com grande dureza onde<br />

se mostre a realidade da<br />

doença».<br />

FRUTO DE UM COMPORTA-<br />

MENTO DE RISCO<br />

Paulo, de 43 anos, descobriu<br />

que era portador de<br />

HIV há oito anos, afirmando<br />

ter sido infectado devido a<br />

um comportamento de risco.<br />

«É claro que fiquei abalado<br />

com o resultado, pois<br />

ninguém consegue ficar indiferente».<br />

A partir daí, a<br />

sua filosofia de vida não<br />

mudou. «Continuei a viver<br />

da mesma forma, um dia<br />

das pessoas já apresentavam sida, o que representa um total<br />

acumulado de 14 110 casos da doença <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> até ao final<br />

de Set<strong>em</strong>bro deste ano. Assim, só nos primeiros nove meses de<br />

2007, foram notificados 1766 novos casos de VIH/sida, o que<br />

equivale a 6,5 casos registados por dia.<br />

de cada vez, minuto a minuto,<br />

como s<strong>em</strong>pre tinha<br />

feito». Contudo, houve algumas<br />

mudanças inevitáveis.<br />

«Tenho mais cuidado com a<br />

saúde, porque uma simples<br />

corrente de ar, ou uma<br />

simples constipação pode<br />

ser perigosa». Apesar disso,<br />

confessa que quase só se<br />

l<strong>em</strong>bra da doença, por causa<br />

das consultas médicas<br />

«mais frequentes».<br />

O apoio da família a estes<br />

doentes n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre é<br />

um dado adquirido. No seu<br />

caso, não sab<strong>em</strong> da doença<br />

até hoje, uma opção<br />

que tomou, «e espero que<br />

nunca venham a saber».<br />

Quanto aos números da<br />

realidade da sida no País,<br />

defende que, por um lado,<br />

as campanhas de preven-<br />

ção «não têm sido b<strong>em</strong> orquestradas»<br />

e que, por outro,<br />

os portugueses «são<br />

fervorosos a nível sexual, o<br />

que explica os descuidos<br />

no uso do preservativo». No<br />

caso da sensibilização,<br />

ex<strong>em</strong>plifica: a campanha<br />

que está a passar agora na<br />

televisão com figuras públicas,<br />

«falha, sinceramente<br />

não gostei, pelo que é preciso<br />

outro tipo de choque.<br />

O médico está a limpar as<br />

feridas do Bruno Nogueira<br />

como se de uma sanita se<br />

tratasse. Não faz sentido»,<br />

garante. Talvez por isso,<br />

deixe um conselho aos<br />

mais jovens: «sei que quando<br />

uma pessoa t<strong>em</strong> 17, 18<br />

anos se entusiasma facilmente<br />

e perde o controlo,<br />

mas us<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre preservativo.»


A maioria são mulheres heterossexuais<br />

Segundo Elizabeth Pádua, especialista do Instituto Nacional<br />

de Saúde Ricardo Jorge, o laboratório de referência da sida,<br />

<strong>em</strong> declarações à imprensa, «o número de casos nos heterossexuais<br />

está a subir, sobretudo entre as mulheres, tendo<br />

ultrapassado o grupo dos toxicodependentes <strong>em</strong> 2002 e<br />

ENTREVISTA A JOSÉ MANUEL OSÓRIO<br />

«SINTO MUITA VERGONHA DE SER<br />

PORTUGUÊS AO VER OS CASOS DE INFECÇÃO<br />

DE HIV A MULTIPLICAREM-SE»<br />

JOSÉ MANUEL OSÓRIO, 59 ANOS, É SEROPOSITIVO HÁ 23,<br />

SENDO O PORTUGUÊS MAIS ANTIGO INFECTADO COM O VÍ-<br />

RUS VIH. NO ENTANTO, NÃO SE SENTE UMA PESSOA ESPE-<br />

CIAL. FACE AOS NÚMEROS DE PESSOAS INFECTADAS COM<br />

VIH, DIZ TER «VERGONHA DE SER PORTUGUÊS», DEFEN-<br />

DENDO QUE É PRECISO FAZER CAMPANHAS DE PREVEN-<br />

ÇÃO DURAS, PARA QUE NÃO SE PENSE QUE É SÓ UM PRO-<br />

BLEMA DOS OUTROS.<br />

«APESAR DOS NOVOS MEDI-<br />

CAMENTOS A SIDA ERA E<br />

CONTINUA A SER MORTAL»<br />

Como soube que era portador do vírus VIH?<br />

Uns amigos começaram a chatear-me para ir ao médico<br />

ver se estava tudo b<strong>em</strong>, porque eram t<strong>em</strong>pos muito complicados,<br />

<strong>em</strong> que se começava a falar muito de sida e a<br />

aparecer muitos casos. E eles tanto me chatearam para ir<br />

fazer o teste que fui. Quando recebi o resultado fiquei surpreendido,<br />

mas ao mesmo t<strong>em</strong>po estava sereno, porque<br />

sabia b<strong>em</strong> o que tinha andado a fazer até àquela data. Fui<br />

infectado através de contacto sexual. O próprio médico ficou<br />

surpreso com a minha resposta e disse que nunca ninguém<br />

tinha reagido daquela forma.<br />

Mas era verdade.<br />

A partir desse dia, a forma de encarar<br />

a vida mudou?<br />

Sim, não podia ficar indiferente. Tive<br />

que me adaptar a viver com a doen-<br />

atingindo já 70 por cento dos casos notificados». Mesmo assim,<br />

um relatório elaborado pelo Observatório Europeu da<br />

Droga e da Toxicodependência revela que, na União Europeia,<br />

<strong>Portugal</strong> é o país com maior incidência de sida e VIH<br />

entre os consumidores de droga injectável.<br />

ça, com muitas restrições,<br />

que espero manter<br />

por muitos dias ou<br />

anos. Essas restrições<br />

são decorrentes de um<br />

vírus mortal, porque é<br />

preciso que se diga que,<br />

apesar dos novos medicamentos,<br />

a sida era e<br />

continua a ser mortal. É<br />

uma doença que não permite<br />

descanso ou distracções.<br />

Entretanto, os anos<br />

começaram a passar com dias bons, com dias maus, com<br />

dias muito maus, com muita dureza, mas de uma forma<br />

corajosa. A doença afectou muito a minha vida. São as idas<br />

regulares ao médico, as doses diárias de comprimidos...<br />

O seu caso é apresentado <strong>em</strong> colóquios sobre a doença como<br />

um caso de sucesso. Sente-se uma pessoa especial por<br />

ainda estar vivo?<br />

Não me sinto uma pessoa extraordinária. Vivo por etapas,<br />

cada dia de uma vez só. Mas tenho muito cuidado com a<br />

minha saúde, porque sei que sou mais frágil que os outros.<br />

Como vê os números da sida <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>. Os anos vão<br />

passando e nosso país<br />

continua no topo da lista<br />

dos países da Euro-<br />

«AS PESSOAS SÃO ESTÚPIDAS E É PRECI-<br />

SO ABRIR-LHES A CABEÇA. É TEMPO DE<br />

DIZER CHEGA. NÃO É TOMAR OS COM-<br />

PRIMIDOS E PRONTO, A DOENÇA PASSA»<br />

«PASSOU O TEMPO DAS FALINHAS MAN-<br />

SAS PORQUE DESTA FORMA NINGUÉM<br />

ACREDITA QUE A SIDA É UMA DOENÇA<br />

MORTAL. É PRECISO DIZER QUE É UMA<br />

DOENÇA DE MUITO, MUITO SOFRIMEN-<br />

TO, ONDE POR VEZES É PRECISO ESTAR 3<br />

OU 4 MESES INTERNADO SÓ PARA SE CU-<br />

RAR UM PEQUENO PROBLEMA»<br />

pa. O que falha?<br />

Os portugueses não<br />

quer<strong>em</strong> ter juízo e<br />

continuam a pensar<br />

que é um probl<strong>em</strong>a<br />

20 Valores<br />

[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

11<br />

que<br />

s ó<br />

afecta os outros. Sinto muita vergonha<br />

de ser português ao ver os<br />

casos de infecção de VIH a multiplicar<strong>em</strong>-se.<br />

Depois as campanhas<br />

de prevenção são muito mal<br />

feitas e acabam por não resultar.<br />

Passou o t<strong>em</strong>po das falinhas<br />

mansas porque desta forma ninguém acredita<br />

que a sida é uma doença mortal. É preciso dizer que é<br />

uma doença de muito, muito sofrimento, onde por vezes<br />

é preciso estar 3 ou 4 meses internado só para se curar um<br />

pequeno probl<strong>em</strong>a.<br />

Então como é que as campanhas de prevenção deviam ser<br />

feitas?<br />

Deviam ser feitas à bruta, de uma forma violenta, com<br />

grande dureza onde se mostre a realidade da doença. As<br />

pessoas são estúpidas e é preciso abrir-lhes a cabeça. É<br />

t<strong>em</strong>po de dizer chega. Não é tomar os comprimidos e<br />

pronto, a doença passa.<br />

Que conselho é que daria aos jovens?<br />

É difícil, depende muito das pessoas, porque conheço jovens<br />

muito conscientes e outros que só me apetece baterlhes<br />

à chapada. Mas posso deixar um recado. Tenham juízo.<br />

Não é preciso ter um comportamento monástico.<br />

Acima de tudo, é preciso comportar<strong>em</strong>-se com responsabilidade.<br />

MARGARIDA ROLO DE MATOS mmatos@mundouniversitario.pt<br />

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Belas Artes<br />

12<br />

Edgar Amaral<br />

eamaral@mundouniversitario.pt<br />

[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

A ideia inicial é seguir os «mesmos<br />

padrões de um festival de cin<strong>em</strong>a,<br />

mas só para estudantes de<br />

língua portuguesa, incluindo Macau,<br />

Brasil e todos os PALOP», explica<br />

Sara Gaspar da UAL e organizadora.<br />

Apesar de esta ser a sua<br />

primeira edição, o festival conta<br />

com o acompanhamento de nomes<br />

como o realizador Francisco<br />

Manso (director de alguns festivais<br />

<strong>em</strong> Cabo Verde, Cascais e<br />

Madeira), João Maria Mendes, director<br />

pedagógico na Escola Superior<br />

de Teatro e Cin<strong>em</strong>a e João<br />

Louro (argumentista de algumas<br />

séries televisivas). Coube aos três<br />

o processo de selecção dos vídeos<br />

(tudo curtas metragens) a ser<strong>em</strong><br />

expostos durante a s<strong>em</strong>ana.<br />

Ponto fulcral neste evento prende-se<br />

com a componente pedagógica:<br />

«o trabalho t<strong>em</strong> que ser feito<br />

<strong>em</strong> âmbito escolar, integrado na<br />

parte curricular do curso ou da escola»,<br />

sublinha Sara Gaspar. O<br />

som também terá um papel importante,<br />

já que haverá um prémio<br />

para melhor música original.<br />

Workshops e sessões especiais<br />

PUB<br />

Durante a s<strong>em</strong>ana, irão também<br />

realizar-se workshops de Storytelling<br />

Digital, Composição Musical<br />

e Escrita Criativa para<br />

Argumento. Relativamente às Sessões<br />

Especiais, irá ser estreado<br />

<strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> o documentário Prò<br />

dia nascer feliz, do realizador João<br />

Jardim, no qual se retrata «a realidade<br />

brasileira nas escolas, <strong>em</strong><br />

que alunos e professores falam<br />

sobre os seus probl<strong>em</strong>as, assim<br />

como os comportamentos<br />

escolares entre a escola<br />

privada e a pública». De seguida,<br />

é feito um debate<br />

tanto a nível cénico como<br />

do próprio conteúdo do<br />

documentário. Também<br />

será exibido o filme A Falha,<br />

do escritor Luís Carmelo,<br />

igualmente com<br />

posterior debate na área<br />

da escrita.<br />

E o futuro?<br />

Sara Gaspar confidencianos<br />

uma situação curiosa.<br />

«Quando recebi o telefon<strong>em</strong>a de<br />

um aluno da Universidade da Beira<br />

Interior a agradecer pelo facto<br />

de ter sido seleccionado, ele mesmo<br />

disse que o entusiasmo é tanto<br />

que os outros colegas dele já se<br />

Ganha<br />

DURANTE ESTA SEMANA, NA UNIVERSIDADE AUTÓNOMA DE LISBOA<br />

Festival<br />

de Vídeo Académico<br />

PIONEIRO A NÍVEL ACADÉMICO, O FESTIVAL TEM COMO OBJECTIVO PRINCIPAL O DESPERTAR DOS JOVENS DE TODAS AS UNI-<br />

VERSIDADES DO PAÍS, PARA A CULTURA DO SOM E DA IMAGEM E DIVULGAR AS DIFERENTES REALIDADES DOS PAÍSES DE LÍN-<br />

GUA PORTUGUESA, COM VISTA A UMA MAIOR APROXIMAÇÃO ENTRE POVOS E CULTURAS.<br />

estão a preparar para o festival do<br />

próximo ano. É engraçado, porque<br />

a ideia parte mais dos alunos do<br />

que dos próprios professores». Alguém<br />

acredita que não haverá<br />

Passat<strong>em</strong>po Companhia Teatral do<br />

Chiado O MU e a Companhia Teatral do Chiado têm 25<br />

convites duplos para assistires a uma das peças <strong>em</strong> Cena<br />

no Teatro Mário Viegas durante o mês de Dez<strong>em</strong>bro.<br />

Interessado? Não hesites, vai a www.mundouniversitario.pt<br />

e só tens que responder a uma simples pergunta.<br />

uma segunda edição? Pod<strong>em</strong>os<br />

não dar a resposta exacta, mas o<br />

MU apoia esta iniciativa. Em<br />

www.fx-festival.ual.pt encontras a<br />

programação de fio a pavio.<br />

Agenda<br />

Cultural<br />

EXPOSIÇÃO<br />

SOLIDARIEDADE EM EXPOSIÇÃO<br />

FOTOGRÁFICA<br />

Pretende dar a conhecer o trabalho<br />

dos voluntários da GAS’África e<br />

angariar fundos para a realização<br />

de projectos futuros. Constituído<br />

por estudantes de diferentes<br />

faculdades e cursos, todos os anos<br />

part<strong>em</strong> <strong>em</strong> missão, durante Agosto<br />

e Set<strong>em</strong>bro, trabalhando num<br />

contexto hospitalar.<br />

De 5 a 14 de Dez<strong>em</strong>bro, no<br />

Centro Regional do Porto da<br />

Universidade Católica<br />

“MORE DESIGNER” COLECTIVA DE<br />

JOALHARIA INTERNACIONAL<br />

Coordenado por Gabriel Ribeiro, é a<br />

última novidade <strong>em</strong> feiras de jóias<br />

de designers provenientes de<br />

diferentes países, oferecendo uma<br />

panorâmica alargada e<br />

internacional das últimas e mais<br />

originais colecções. Estão<br />

presentes obras de nove criadores<br />

internacionais.<br />

Até 25 de Janeiro 2008, no espaço<br />

cultural Serv’artes<br />

CINEMA<br />

INDIELISBOA 2007<br />

Segunda mostra de longas e<br />

curtas-metragens, integradas numa<br />

selecção de alguns dos melhores<br />

filmes apresentados na última<br />

edição do INDIELISBOA.<br />

De 3 a 7 de Dez<strong>em</strong>bro, às 18h, na<br />

Reitoria da Universidade de Lisboa<br />

NIPPON KOMA<br />

5.ª edição de mostra de cin<strong>em</strong>a<br />

japonês, que apresenta uma<br />

programação variada e heterogénea<br />

centrada no documentário e na<br />

animação. Amplamente reconhecido<br />

e apreciado, é uma oportunidade de<br />

ficar a conhecer a tradição do<br />

cin<strong>em</strong>a documental japonês,<br />

arreigado a um forte compromisso<br />

social.<br />

De 3 a 8 de Dez<strong>em</strong>bro, na<br />

Culturgest, Lisboa


Ganha<br />

Agenda<br />

Concertos<br />

3 DE DEZEMBRO<br />

Fingertips. Casino<br />

Lisboa [Lisboa]<br />

Leopoldina & Orquestra.<br />

Casa da Música [Porto]<br />

4 DE DEZEMBRO<br />

Scorpions. Pavilhão<br />

Atlântico [Lisboa]<br />

5 DE DEZEMBRO<br />

Blood Safari. Zé dos<br />

Bois [Lisboa]<br />

Au Revoir Simone.<br />

Santiago Alquimista<br />

[Lisboa]<br />

6 DE DEZEMBRO<br />

Scorpions. Pavilhão<br />

Multiusos [Guimarães]<br />

Nouvelle Vague. Teatro<br />

Sá da Bandeira [Porto]<br />

Fish. Europarque [Santa<br />

Maria da Feira]<br />

7 DE DEZEMBRO<br />

Ana Moura. Centro de<br />

Artes e Espectáculos<br />

[Guimarães (São<br />

Mamede)]<br />

Orquestra Nacional do<br />

Porto. Casa da Música<br />

[Porto]<br />

8 DE DEZEMBRO<br />

Haujobb + Spetsnaz +<br />

FabrikC +<br />

PsychotekTrauma +<br />

Mikroben Krieg. Club´s<br />

Rock [Gaia]<br />

Declan De Barra +<br />

Azevedo Silva. Centro de<br />

Artes do Espectáculo<br />

[Portalegre]<br />

9 DE DEZEMBRO<br />

Dead Singer + Too Titan<br />

To Fall + Mr. Miyagi +<br />

Afeganistan Yeye's. Casa<br />

Viva [Porto]<br />

Queres tornar-te um verdadeiro<br />

Monstro Mau? O MU e a banda bracarense vão dar-<br />

-te a oportunidade de também poderes soltar a tua<br />

monstruosidade. T<strong>em</strong>os para te oferecer cinco T-shirts, vai<br />

a www.mundouniversitario.pt e concorre!<br />

NUM MISTO DE FUNK, ROCK E SOUL, OS MONSTRO MAU CONFESSAM<br />

«Planeamos conquistar a galáxia»<br />

SE O MONSTRO DO LOCH NESS VEM DA ESCÓCIA, OS MONSTRO MAU É BEM PORTUGUÊS. ORIGI-<br />

NÁRIOS DE BRAGA. FOI NUMA ANIMADA CONVERSA EM LISBOA. QUE OS QUATRO ELEMENTOS DA<br />

BANDA (ALEX, BUDDA, TÓ E NICO) NOS DERAM A CONHECER AS SUAS EXPERIÊNCIAS EM LABO-<br />

RATÓRIO E DO QUAL SAIU MOSTRO O MEU MONSTRO MAU.<br />

Edgar Amaral<br />

eamaral@mundouniversitario.pt<br />

Como é que surgiu este Monstro Mau?<br />

Budda (guitarra) | Surgiu <strong>em</strong> 2004. Eu, o<br />

Nico e a Alex vínhamos dos Big Fat Mama<br />

e o Tó (ex-Feed) <strong>em</strong> 2003/2004 acabou<br />

por vir tocar connosco, substituindo t<strong>em</strong>porariamente<br />

o nosso baixista, que tinha<br />

tido uma fractura da clavícula.<br />

Tó (baixista) | Apesar de todos termos projectos<br />

paralelos, é nos Monstro Mau que<br />

planeamos todos os nossos ataques para<br />

conquistar, numa primeira fase, a galáxia<br />

(apesar de ser um objectivo arrojado!).<br />

A nível lírico, vocês abordam, na minha<br />

opinião, uma postura conselheira, com títulos<br />

de músicas muito longos. Concordam?<br />

Budda (G.) | Sou uma pessoa com uma<br />

experiência de vida brutal (risos) e tenho<br />

necessidade de partilhá-la. É, de certa<br />

forma, o meu lado altruísta. Depois não<br />

há uma intenção global nas letras, até<br />

porque há umas que são de 1994, outras<br />

de 2004 e outras de 2007. Não relato a<br />

minha experiência pessoal, costumo escrever<br />

mais como um guião, apesar de<br />

ser muito na primeira pessoa. Por ex<strong>em</strong>plo,<br />

“O manual da futilidade” é uma certa<br />

ironia na utilização da beleza, para agradar<br />

certa pessoa. E é isto que é o Mons-<br />

tro Mau, uma banda s<strong>em</strong> preconceitos<br />

s<strong>em</strong> querer agradar a ninguém a não ser<br />

a nós próprios. Em relação aos títulos,<br />

não gosto de títulos pequenos.<br />

E porquê o uso destas fardas?<br />

Budda (G.) | É para as pessoas não olhar<strong>em</strong><br />

para as fotos e dizer<strong>em</strong> “Porque é<br />

que eles têm estas T-shirts?” (risos)<br />

Uma palavra para caracterizar os Monstro<br />

Mau.<br />

Nico (Bateria) | Funk.<br />

Alex (Voz) | Persistência.<br />

Budda (G) | Despreconceito.<br />

Tó (Baixo) | Amigos<br />

Basicamente vocês tocam só pela reinação,<br />

certo?<br />

Budda (G) | O nosso conceito musical está<br />

muito ligado à década de 60/70, onde se<br />

fazia música pela própria música. Nessa<br />

época, as bandas faziam esse circuito de<br />

concertos <strong>em</strong> bares e a gravação de um<br />

disco era o culminar de uma carreira. Hoje<br />

<strong>em</strong> dia, gravar um disco é apenas o seu<br />

início. Antigamente, quando gravavas um<br />

disco era um acto de reconhecimento e<br />

hoje <strong>em</strong> dia grava-se um disco s<strong>em</strong> ter<strong>em</strong><br />

rodado suficient<strong>em</strong>ente ao vivo para ganhar<strong>em</strong><br />

vida própria. T<strong>em</strong>os tocado <strong>em</strong><br />

circuitos pequenos e isso dá-nos logo um<br />

feedback.<br />

Jukebox<br />

[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

NOVO LÍDER<br />

Grande Lisboa – 91,6 FM<br />

Grande Porto – 107,2 FM<br />

Alentejo – 97,2 FM<br />

Ribatejo – 99,3 FM<br />

13<br />

Tabela votada por ti<br />

<strong>em</strong> cidadefm.clix.pt e<br />

apresentada aos sábados<br />

entre as nove e a uma da tarde<br />

Pos. Artista Album MOVES.<br />

W.O.C.<br />

1 Yves Larock Rise Up 20<br />

2 Kat Deluna ft E.Man Whine Up 16<br />

3 Timbaland ft Keri Hilson The Way I Are 14<br />

4 50 Cent ft J. Timberlake Ayo Technology 6<br />

5 Sean Kingston Beautiful Girl 13<br />

6 B.Sinclar pres. Fireball What I Want <br />

9<br />

SUBIDA DA SEMANA<br />

7 V.Da Mata ft Ben Harper Boa Sorte / Good Luck 4<br />

8 Rihanna ft Ne-Yo Hate That I Love You 13<br />

9 Mr V Put Your Drink Down 4<br />

10 Akon Sorry Blame It On Me 10<br />

11 Fergie Big Girls Don't Cry 23<br />

12 Justin Timberlake Lovestoned 15<br />

13 N.Furtado ft Missy Elliot Do It 10<br />

14 Vanessa Hudgens Say OK<br />

MELHOR PORTUGUÊS<br />

14<br />

15 TT Dança Este Som 12<br />

16 Mika Relax (Take it Easy) 4<br />

17 Fabolous ft Ne-Yo Make Me Better 8<br />

18 Ex. Soul ft Bianca Eu Não Danço 11<br />

19 Will.I.Am One More Chance 5<br />

20 Jordin Sparks Tatoo 5<br />

21 Timbaland ft J.Timberlake Release 6<br />

22 Yung Berg ft Junior Sexy Lady 3<br />

23 Sean Kingston Me Love 9<br />

24 TT ft Nuno Guerreiro Não Olhes Para Trás 3<br />

25 Rihanna Shut Up and Drive 7<br />

26 Corbin Bleu Push It To The Limit 20<br />

27 Eve featuring Sean Paul Give It To You 3<br />

28 David Guetta Love Is Gone 24<br />

29 Keke Palmer ft Big Meech Keep It Movin 7<br />

30 G.Class Heroes ft P.Stump Clothes Off 4<br />

31 Timbaland ft One Republic Apologize 7<br />

32 Plies featuring Akon Hypnotized 4<br />

33 N.Bedingfield ft S.Kingston Love Like This 2<br />

34 P. Diddy ft K.Cole Last Night<br />

ENTRADA MAIS ALTA<br />

21<br />

35 Rihanna Don't Stop The Music 1<br />

36 Killagees Hey Girl<br />

NOVA<br />

28<br />

37 Akon Never Took The Time<br />

DESCIDA DA SEMANA<br />

1<br />

38 Che'Nelle ft Cham I Fell Inlove With The Dj 6<br />

39 Taio Cruz I Just Wanna Know<br />

NOVA<br />

32<br />

40 Killagees Cinderela 1<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

N<br />

<br />

N<br />

<br />

<br />

N<br />

N – Nova | R – Reentrada<br />

Algarve – 99,7 FM<br />

Braga – 104,4 FM<br />

Coimbra – 99,7FM


Lançamentos<br />

14<br />

Crítica CD DVD<br />

PUB<br />

[GORILLAZ]<br />

D – SIDES<br />

[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

Depois dos G –<br />

Sides (lados B do primeiro<br />

álbum), os<br />

Gorillaz editam<br />

agora os D – Sides<br />

do último D<strong>em</strong>on<br />

Days. Constituído<br />

por dois discos, traz consigo, para além das<br />

r<strong>em</strong>isturas, d<strong>em</strong>os e faixas inéditas. Entre<br />

as colaborações, o nome mais sonante v<strong>em</strong><br />

do actor Bill Murray, para além de Jamie T,<br />

Hot Chip e Soulwax. Mesmo depois de ter<strong>em</strong><br />

acabado, o projecto liderado por Damon<br />

Albarn teve o seu prato forte na imag<strong>em</strong> que<br />

transmitiam, e a rapidez com que passou<br />

pelo mercado discográfico foi o suficiente<br />

para marcaram de forma indelével uma<br />

época.<br />

[QWENTIN]<br />

PREMIÈRE<br />

Quando tudo parecia<br />

já feito e reinventado,<br />

chega do<br />

Cartaxo uma banda<br />

que decide dar as<br />

voltas, no verdadeiro<br />

sentido da palavra.<br />

A começar pela forma de cantar, que<br />

vai desde o francês, o inglês, holandês, castelhano,<br />

esperanto e, obviamente, o português.<br />

Com esta mescla linguística, o som<br />

traduz-se num estilo rock, com uns rasgos<br />

ora pop, ora metal, ora explorando novas<br />

sonoridades. E os m<strong>em</strong>bros da banda?<br />

Bárány Qwentinsson (bateria) Drepopoulos<br />

Qwentinsson (baixo), Morloch Qwentinsson<br />

(programações e teclados), Qweon Qwentinsson<br />

(guitarra e voz) e Gospodar Qwentinsson<br />

(guitarra e voz). Esquisito? Não, é só<br />

o Pr<strong>em</strong>ière.<br />

[KEITH URBAN]<br />

GREATEST HITS<br />

Depois do muito<br />

b<strong>em</strong> sucedido Love,<br />

Pain & the<br />

whole crazy World,<br />

<strong>em</strong> que o primeiro<br />

single Once In A<br />

Lifetime fez história<br />

ao entrar directo na 17.ª posição do<br />

Billboard Hot Country Song Chart, a melhor<br />

estreia nos 62 anos de história do<br />

ranking, Keith Urban reúne agora as<br />

suas melhores faixas com mais duas<br />

músicas inéditas: Romeo’s Tune e Got it<br />

right this time (The celebration). Distinguido<br />

no ano passado com o Grammy<br />

para melhor intérprete country com o<br />

t<strong>em</strong>a You’ll Think of Me, o senhor da<br />

country vai com certeza continuar a surpreender-nos.<br />

Livros<br />

Recitais de Piano IST<br />

Nos próximos dias 4 e 5 de Dez<strong>em</strong>bro,<br />

o Instituto Superior Técnico vai<br />

ser palco da 5.ª Edição dos Recitais<br />

de Piano. Um evento dedicado à<br />

música na sua vertente mais clássi-<br />

O STRESS NA VIDA DE TODOS<br />

OS DIAS, de Adriano Vaz Serra<br />

Livro abrangente, que aborda o stress,<br />

nas suas mais diversas variantes e que<br />

procura responder às dúvidas existentes<br />

<strong>em</strong> qualquer um de nós. Descrev<strong>em</strong>-se as<br />

características que levam um indivíduo a<br />

sentir-se <strong>em</strong> stress, e suas alterações <strong>em</strong><br />

vários níveis. Os últimos capítulos são dedicados<br />

ao seu tratamento. São igualmente<br />

apresentados quadros e figuras que<br />

ajudam a sintetizar a exposição de ex<strong>em</strong>plos<br />

que facilitam a clarificação do texto.<br />

[Ficha]<br />

Editora: edições Minerva Coimbra<br />

Preço: 50 euros<br />

[MATTAFIX]<br />

RYTHM & HYMNS<br />

ca, com actuações de piano, violino,<br />

e canto lírico. As actuações terão<br />

início às 21 horas, no Salão Nobre<br />

do IST. Para apreciar e relaxar.<br />

Depois do sucesso de<br />

Big City Life, os Mattafix<br />

estão de volta com<br />

Rythm & Hymns e o single<br />

de apresentação,<br />

Living Darfur, retrata<br />

os probl<strong>em</strong>as existentes<br />

<strong>em</strong> África. A sonoridade é da responsabilidade<br />

de Marlon Roudette e Preetesh Hirji, um<br />

duo curioso: um é da ilha de São Vicente, nas<br />

Caraíbas, e o outro é de Londres. Calmaria versus<br />

Confusão? Talvez, mas aqui o que conta é<br />

a diversidade de sonoridades que, aliada a<br />

boas letras, faz<strong>em</strong> deles uma das promessas<br />

para este milénio. “Tá-se b<strong>em</strong>!” (tradução de<br />

Mattafix para português).<br />

LIVRO AUDACIOSO PARA<br />

RAPARIGAS, de Andrea J.<br />

Buchanan e Miriam Peskowitz<br />

Para raparigas de espírito independente, o<br />

livro é um verdadeiro guia de aventuras e<br />

está interdito a rapazes. É feita uma comparação<br />

entre a infância nos idos anos 70<br />

e a geração actual dos ipods, correio electrónico<br />

e jogos de vídeo, e «não obstante,<br />

noutros aspectos, ser rapariga hoje <strong>em</strong><br />

dia é menos divertido. A adolescência tornou-se<br />

competitiva e é alvo de muitas<br />

pressões (...) são pré-adolescentes, adolescentes<br />

e mulheres antes do t<strong>em</strong>po.»<br />

Para ler com alguma audácia e... diversão.<br />

[Ficha]<br />

Editora: Guerra e Paz, Editores, S.A<br />

Número de páginas: 272<br />

Preço: 25 euros


<strong>Portugal</strong> na rota do mundial<br />

O Estoril <strong>Portugal</strong> XPD Race é a 4.ª<br />

prova a contar para o circuito de qualificação<br />

para o campeonato do mundo,<br />

depois de ter passado na Austrália,<br />

Brasil e Nova Zelândia. A decorrer<br />

oficialmente desde 2002, realizamse<br />

todos os anos entre oito a 12 provas,<br />

dependendo do tipo de apoios e<br />

toda a burocracia envolvente para a<br />

sua realização.<br />

DE 6 A 9 DE DEZEMBRO NA COSTA DO ESTORIL<br />

Estoril <strong>Portugal</strong><br />

PELA PRIMEIRA VEZ NO CALENDÁRIO DA ADVENTURE RA-<br />

CING WORLD SÉRIES (ARWS), A PROVA PORTUGUESA<br />

SERVIRÁ DE QUALIFICAÇÃO PARA O CAMPEONATO DO MUN-<br />

DO A DISPUTAR JÁ NO PRÓXIMO ANO NO BRASIL. MAS DE<br />

QUE SE TRATA REALMENTE ESTA CORRIDA DE AVENTURA?<br />

Edgar Amaral<br />

eamaral@mundouniversitario.pt<br />

Organizada pela Associação Portuguesa<br />

de Corridas de Aventura (APCA), a grande<br />

incentivadora de actividades outdoor no<br />

panorama nacional, são três os adjectivos<br />

que caracterizam, e b<strong>em</strong>, este tipo de provas:<br />

resistência, sacrifício e perseverança.<br />

São quatro dias de prova, cada um preenchido<br />

por um vasto conjunto de actividades.<br />

A expedição, com início <strong>em</strong> Cascais, terminará<br />

no Tamariz. BTT, canoag<strong>em</strong>, coastering<br />

(progressão costeira com transposição<br />

de obstáculos), escalada e outras actividades<br />

com cordas, espeleolismo (exploração<br />

de grutas com fins desportivos), mergulho<br />

<strong>em</strong> apneia, natação, orientação,<br />

patins <strong>em</strong> linha, trekking e trikke (um veículo<br />

de três rodas de balanço, impulsionado<br />

pelos movimentos de qu<strong>em</strong> o conduz)<br />

são as modalidades que as equipas irão<br />

ter de enfrentar. É expressamente proibido<br />

o uso de objectos electrónicos (GPS), o<br />

mapa militar será o único meio de orientação<br />

e obviamente que aqui é pedido aos<br />

atletas uma boa forma física e psicológica<br />

para enfrentar as adversidades.<br />

E O PERCURSO?<br />

Serão 35 as equipas presentes (cada<br />

uma com quatro m<strong>em</strong>bros, um dos quais<br />

t<strong>em</strong> que ser do sexo oposto), oriundas de<br />

países como a vizinha Espanha (com cinco<br />

equipas), EUA, Grã-Bretanha, África do Sul,<br />

Rússia (com uma equipa exclusivamente<br />

f<strong>em</strong>inina, sendo uma excepção), Finlândia,<br />

Dinamarca, Suécia, Irlanda, Polónia, Eslovénia,<br />

Croácia, República Checa e, obviamente,<br />

<strong>Portugal</strong>.<br />

A expedição terá cerca de <strong>500</strong> <strong>km</strong> e,<br />

segundo informa Alexandre Guedes da<br />

Silva, coordenador geral do Estoril <strong>Portugal</strong><br />

XPD Race, «ao todo serão 80 horas, <strong>em</strong><br />

terra e no mar. Isto significa que metade<br />

da prova será feita às escuras e as equipas<br />

poderão optar por n<strong>em</strong> dormir durante<br />

essas 80 horas. Até hoje, o máximo de<br />

horas s<strong>em</strong> descanso, que eu saiba, foi de<br />

60». Comparativamente com o que se realiza<br />

no estrangeiro, a prova portuguesa<br />

«implica mais um factor estratégico do que<br />

propriamente de esforço físico.» O percurso,<br />

esse, é segredo.<br />

DA UNIVERSIDADE AO MUNDIAL<br />

A competição de corridas de aventura iniciou-se<br />

<strong>em</strong> 1997, com a realização da Liga<br />

Universitária de Outdoor. Passados três<br />

anos, houve a necessidade de se expandir<br />

e criou-se a Liga Portuguesa de Corridas<br />

de Aventura (que acabou este ano), organizado<br />

pelo <strong>Portugal</strong> Eco Aventura. Em<br />

2006 foi realizada a primeira XPD Race,<br />

servindo de nota introdutória para a expedição<br />

deste ano. O ponto alto será <strong>em</strong> 2009<br />

com a realização do Campeonato do<br />

<strong>Mundo</strong>, que terá como participantes os<br />

Lifestyle<br />

[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

15<br />

XPD Race<br />

vencedores de cada uma das etapas do<br />

ARWS.<br />

TURISMO DESPORTIVO<br />

O facto de as corridas de aventura ainda<br />

ter<strong>em</strong> pouca visibilidade no nosso país<br />

prende-se pelo facto de <strong>Portugal</strong> ainda<br />

estar fora do circuito mundial. O factor histórico-cultural<br />

também estará presente, já<br />

que a prova irá passar por locais como o<br />

Convento de Mafra.<br />

Para Nobre Guedes, presidente da Junta<br />

de Turismo da Costa do Estoril, esta prova<br />

servirá de «promoção à Costa do Estoril e<br />

ao turismo de natureza», já que terá como<br />

pano de fundo o belo Parque Natural Sintra<br />

-Cascais. O público também pode interagir<br />

com a prova, já que terão a oportunidade<br />

de experimentar algumas das modalidades<br />

acima mencionadas. Vai ao nosso<br />

site ou <strong>em</strong> www.portugalxpdrace.com e<br />

confere.


PUB<br />

Salada Russa<br />

16<br />

Consumo<br />

[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

Atenção aos níveis! Porque hoje já não v<strong>em</strong>os<br />

a diabetes como um bicho-de-sete-<br />

-cabeças n<strong>em</strong> como impedimento para a<br />

prática de desporto, é importante que qu<strong>em</strong><br />

pertence a grupos de risco esteja atento aos<br />

níveis de açúcar no sangue antes e depois<br />

de se envolver numa actividade mais exigente.<br />

A avaliação que pode ser feita de forma fácil<br />

e rápida com o Ascencia Breeze2 da Bayer.<br />

PVP: sob consulta<br />

Queres as sobras? E por falar <strong>em</strong> níveis,<br />

se queres oferecer prendas de Natal com<br />

algum, não podes deixar de passar pelo<br />

Stoc<strong>km</strong>arket, no pavilhão 6 da Exponor<br />

(Matosinhos) nos dias 7, 8 e 9 e na Fundição<br />

de Oeiras a 14, 15 e 16 de Dez<strong>em</strong>bro.<br />

Para além de roupa de grandes marcas,<br />

o mercado de escoamento de stocks<br />

terá também livros, perfumes, cosméticos,<br />

gadgets, objectos de decoração…<br />

Insólito<br />

Sabiam que um inglês conseguiu envolver 50 estudantes numa<br />

bolha de sabão? Foi no Museu de Ciência de Londres que Sam<br />

Heath, já conhecido como o “hom<strong>em</strong>-bolha”, bateu o recorde<br />

mundial de “maior quantidade de pessoas dentro de uma bolha”,<br />

que anteriormente estava estabelecido <strong>em</strong> 42 indivíduos.<br />

Estilo e Inovação. São estas as características<br />

reclamadas para o HTC<br />

Touch Dual da TMN, um novo modelo<br />

do segmento PDAs que permite<br />

aceder à internet e Mobile TV, tudo<br />

alojado <strong>em</strong> centímetro e meio<br />

de espessura.<br />

PVP: 449,90 euros<br />

Para qu<strong>em</strong> não quer pagar. A<br />

Promoção Zero Euros da Clix<br />

oferece a mensalidade nos serviços<br />

de internet de banda larga<br />

e de telefone durante os primeiros<br />

3 meses de adesão,<br />

mais 2 anos de tráfego ilimitado.<br />

Pode não ser um “felizes<br />

para s<strong>em</strong>pre”, mas qu<strong>em</strong> é<br />

que diz que não?


Nua pela Xbox<br />

Chama-se Anya e é uma modelo polaca. Fez capa<br />

da revista CKM através de uma colaboração entre<br />

esta e a Microsoft, com vista a promover a Xbox<br />

360, e de que maneira!. Mais de meia dúzia de fotos<br />

da menina <strong>em</strong> posições marotas com a conso-<br />

Carla Berjano<br />

geral@ene3.com<br />

No último dia 20, a eNe3 e o <strong>Mundo</strong><br />

<strong>Universitário</strong> foram convidados para<br />

uma divertida noite no City Bar, no<br />

Campo Pequeno. O evento? Nada mais<br />

que o lançamento do novo Buzz! –<br />

Buzz! The Hollywood Quiz.<br />

A festa da Sony estava cheia de glamour<br />

e de boa disposição, contando<br />

com a presença de celebridades como<br />

Mafalda Pinto e Diogo Morgado.<br />

A apresentação do jogo foi feita com<br />

um torneio entre os convidados, com<br />

Jorge Gabriel – que <strong>em</strong>presta a voz ao<br />

animado apresentador do jogo – a<br />

la e acessórios.Não há m<strong>em</strong>ória de manobra publicitária<br />

mais picante no mercado dos videojogos<br />

e, convenhamos, se isto não fizer vender a Xbox,<br />

nada fará. Agora o que será que a Microsoft planeia<br />

para atrair clientes do sexo f<strong>em</strong>inino?<br />

apresentar e a comentar. Várias equipas<br />

foram formadas, cada uma com<br />

uma cor, e a equipa vencedora receberia<br />

uma PlayStation Portable para cada<br />

m<strong>em</strong>bro.<br />

Seguiu-se o torneio, <strong>em</strong> que cada<br />

equipa dava o seu melhor. Jorge Gabriel<br />

d<strong>em</strong>onstrou que, ao vivo, t<strong>em</strong> o<br />

carisma de um verdadeiro apresentador<br />

de quiz shows, mantendo s<strong>em</strong>pre<br />

o seu entusiasmo q.b.<br />

Para qu<strong>em</strong> desconhece a série<br />

Buzz!, eis uma curta explicação: trata-<br />

-se de um quiz show, <strong>em</strong> que os jogadores<br />

compet<strong>em</strong> entre si – também há<br />

a possibilidade de jogar a solo –, respondendo<br />

a várias questões. O jogo<br />

v<strong>em</strong> acompanhado por um comando<br />

especial, com o formato clássico que<br />

v<strong>em</strong>os <strong>em</strong> qualquer concurso – vários<br />

botões coloridos e um maior. Até hoje,<br />

já saiu um Buzz! sobre música, outro<br />

sobre cultura geral, outro sobre desporto,<br />

e agora – Buzz! The Hollywood Quiz<br />

– este sobre cin<strong>em</strong>a.<br />

À conversa com Sandra Páscoa, Product<br />

& PR Manager da Sony, ficámos a<br />

saber que continuarão a sair novos títulos<br />

Buzz!, e que poder<strong>em</strong>os contar<br />

com uma versão PlayStation3 para o<br />

próximo ano.<br />

Eis, portanto, uma excelente sugestão<br />

para este Natal, para te divertires<br />

com família e amigos.<br />

5.ª Dimensão<br />

[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

Os conteúdos desta secção são da responsabilidade do blogue português de videojogos ene3.<br />

Em www.ene3.com encontras informação mais alargada sobre tudo o que precisas de saber.<br />

Buzz! The Hollywood Quiz: Confias nos teus<br />

conhecimentos de cin<strong>em</strong>a?<br />

17<br />

SingStar LATINO: é<br />

para Cantar e Dançar<br />

Mesmo a poucos dias do lançamento da<br />

versão PS3 de SingStar, a série na PS2 não<br />

pára, continuando a afirmar-se como uma<br />

das melhores escolhas para os amantes do<br />

karaoke. E com as festas de final de ano à<br />

porta, nada como juntar família e amigos para<br />

umas sessões musicais – agora <strong>em</strong> português!<br />

SingStar LATINO junta o melhor da música<br />

latina internacional com grandes êxitos<br />

da música portuguesa, e pod<strong>em</strong> contar com<br />

uma enorme selecção, com músicas de, entre<br />

outros, Nelly Furtado, Anjos, 4 Taste, Paulo<br />

Gonzo, Entre Aspas, Mickael Carreira, Alejandro<br />

Sanz, Enrique Iglesias e Los<br />

Hermanos. Já disponível nas lojas, pod<strong>em</strong><br />

adquirir o jogo por 29,99 euros (Standalone)<br />

e 59,99 euros (com 2 microfones).<br />

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Bar Aberto<br />

18<br />

Organizado pela<br />

Associação<br />

Académica da<br />

Universidade do<br />

Minho, o University<br />

Fashion voltou ao<br />

Pavilhão Desportivo<br />

de Azurém, <strong>em</strong><br />

Guimarães, no<br />

passado dia 14, com<br />

abertura a cargo do<br />

grupo de percussão<br />

Bomboémia. Desde<br />

2002 que o desfile,<br />

com roupas de<br />

várias marcas e<br />

lojas da região,<br />

promove a moda<br />

entre os<br />

universitários e dá a<br />

alguns a<br />

possibilidade de<br />

pisar<strong>em</strong> o palco<br />

como manequins,<br />

depois de um<br />

esforçado período<br />

de castings e<br />

formação. A actriz<br />

Sónia Brazão<br />

apresentou o<br />

espectáculo <strong>em</strong> que<br />

se viram algumas<br />

fatiotas de fazer<br />

parar o trânsito! E<br />

n<strong>em</strong> o vestido de<br />

noiva foi<br />

dispensado…<br />

Raquel Ramos<br />

PUB<br />

rramos@mundouniversitario.pt<br />

[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

Arraial do Azeiteiro<br />

O Minho está na moda<br />

O mês de Nov<strong>em</strong>bro, que acabámos de deixar, não seria o mesmo s<strong>em</strong> o S. Martinho,<br />

e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) não quis deixar “passar <strong>em</strong><br />

branco” a data. O Arraial do Azeiteiro, que já é tradição, forrou os estômagos a caldo-<br />

-verde, apostou no bailarico, <strong>em</strong>balado por bebidas também “quentinhas”, e ainda<br />

distinguiu o melhor “traje azeiteiro”.<br />

Agenda noite<br />

BRAGA<br />

Sexta, 7 – DJ Jiggy, Miss Sheila e<br />

Nuno Clam @ Custo (Guimarães)<br />

PORTO<br />

Sexta, 7 – Mampi Swift, Friction<br />

& Noisia @ Teatro Sá da Bandeira<br />

Sexta, 7 – 1.º Aniversário @<br />

Plano B<br />

Sábado, 8 – DJ Vibe @ Buddha<br />

Club (Póvoa de Varzim)<br />

Sábado, 8 – Hallowfest 2007 @<br />

Rocks (Vila Nova de Gaia)<br />

AVEIRO<br />

Sábado, 8 – DJ Rush @ Big Cansil<br />

(Santa Maria da Feira)<br />

VISEU<br />

Sexta, 7 – Taito Tikaro @ NB<br />

LISBOA<br />

Sexta, 7 – Robbert Mendez &<br />

Magillian @ X-Lybrys (Loures)<br />

Sexta, 7 – Queen Nakadia @<br />

Buddha Lx<br />

Sábado, 8 – B.Leza itinerante @<br />

Cabaret Maxime<br />

SETÚBAL<br />

Sexta, 7 – 80’s Party @ Night<br />

Café<br />

BEJA<br />

Quinta, 6 – Jaba Live act @ Pandora<br />

FARO<br />

Sábado, 8 – DJ Luís Gilvaia @<br />

Capítulo V (Albufeira)


Espaço coordenado por Geraldes Lino, http://divulgandobd.blogspot.com<br />

Festival P/ARTES – ALGARVE 07<br />

Faro prepara-se para receber nos dias 7 e 8, na Direcção Regional do Algarve do IPJ,<br />

uma mostra colectiva de várias áreas artísticas. Workshops; Exposições; Tertúlias; Desenho<br />

e caricatura ao vivo; Feira de livros, fanzines e artesanato; Mostra de action figuras;<br />

Lançamento de livros e fanzines; Sessões de autógrafos; Vídeo, Música; e Artes<br />

perfomativas. Em www.drmakete.com encontras mais informação. Esta é uma iniciativa<br />

do IPJ e da Terminal Studios.<br />

[3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007]<br />

BD<br />

19


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SUPLEMENTO ESPECIAL MUNDO UNIVERSITÁRIO


Sumário<br />

Consultores<br />

& Banca<br />

FICHA TÉCNICA<br />

Directora<br />

Raquel Louçã Silva<br />

Conselho de Gerência:<br />

António Stilwell Zilhão; Francisco<br />

Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva<br />

Colaboradores:<br />

Joana Peres<br />

Raquel Ramos<br />

Rute Lacerda<br />

Fotografia:<br />

Mónica Moitas<br />

Projecto gráfico<br />

e Paginação:<br />

Joana Túlio<br />

Revisão:<br />

Piedade Góis<br />

Marketing:<br />

Rui Gonçalves e Vanda Filipe<br />

Publicidade:<br />

Gisela Correia<br />

Paula Reis (Account Director)<br />

Sede Redacção: Estrada da Outurela<br />

nº 118 Parque Holanda Edifício<br />

Holanda 2790-114 Carnaxide |<br />

Tel: 21 416 92 10 | Fax: 21 416 92 27<br />

| Tirag<strong>em</strong>: 15 000 | Periodicidade:<br />

s<strong>em</strong>anal | Distribuição: Gratuita |<br />

Impressão: Grafedisport; Morada:<br />

Casal Sta. Leopoldina – Queluz de<br />

Baixo 2745 Barcarena;<br />

ISSN 1646-1649.<br />

02 | Segunda, 3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007<br />

04<br />

08<br />

12<br />

RECURSOS HUMANOS<br />

BANCO BPI<br />

06<br />

10<br />

14<br />

RECURSOS HUMANOS<br />

ERNST & YOUNG<br />

RECURSOS HUMANOS<br />

PRICE WATERHOUSE COOPERS<br />

OS BASTIDORES<br />

BANCO BIG<br />

OS BASTIDORES<br />

CONSULTORA MCKINSEY<br />

MBA<br />

O CASO E A LISTAGEM<br />

ÍNDICE<br />

EDITORIAL<br />

Quando pensámos <strong>em</strong> incluir no s<strong>em</strong>anário<br />

MU (<strong>Mundo</strong> <strong>Universitário</strong>) um<br />

supl<strong>em</strong>ento especial sobre banca e<br />

consultoria perseguíamos um só objectivo:<br />

lançar uma plataforma onde os<br />

estudantes de economia, engenharia e gestão pudess<strong>em</strong><br />

encontrar informação sobre as possibilidades<br />

de futuro que as suas licenciaturas lhes reservam.<br />

Porque t<strong>em</strong>os noção de que a entrada no mundo<br />

do trabalho é um dos principais motivos de angústia<br />

para os finalistas (e não só), começámos<br />

por marcar encontro com alguns Directores de<br />

Recursos Humanos. À Banca fomos buscar o test<strong>em</strong>unho<br />

do Grupo BPI e à Consultoria e Auditoria<br />

os da Price Waterhouse and Coopers e Ernst<br />

& Young. Eles explicam tudo. Os processos de<br />

selecção e recrutamento das <strong>em</strong>presas que representam,<br />

as perspectivas de carreira e a filosofia<br />

de acolhimento de qu<strong>em</strong> ali acaba de chegar.<br />

Aliás, esta parte não estaria completa se não tivéss<strong>em</strong>os<br />

ido também à procura desses “novatos”,<br />

por isso, cont<strong>em</strong> com as histórias de recém-<br />

-licenciados que explicam como lá chegaram. Ao<br />

que parece responder a anúncios ainda faz efeito,<br />

não desanim<strong>em</strong>.<br />

Como único jornal destinado exclusivamente ao<br />

meio académico, t<strong>em</strong>os noção de que falar <strong>em</strong><br />

Banca, Consultoria e Auditoria envolve conceitos<br />

às vezes ainda pouco claros para qu<strong>em</strong>, apesar de<br />

estar no Superior, ainda não pisou o palco de actuação<br />

real. Assim, desm<strong>em</strong>bramos o funcionamento<br />

do Banco BIG e apresentamos o seu administrador<br />

e o mesmo se passa com a Consultora<br />

McKinsey.<br />

Não contentes <strong>em</strong> lançar só pontes para a realidade<br />

do mercado, terminamos com uma piscadela<br />

de olho à formação. Uma listag<strong>em</strong> da melhor<br />

oferta nacional e internacional de Master<br />

Business Administration (MBA) e o relato de<br />

qu<strong>em</strong> apostou nesta formação pós-licenciatura<br />

completam o supl<strong>em</strong>ento.<br />

Raquel Louçã Silva | Directora<br />

rsilva@mundouniversitario.pt


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RH<br />

Banco<br />

BPI<br />

04 | Segunda, 3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007<br />

«Apostamos numa política<br />

de parcerias com Universidades<br />

e Institutos de Formação<br />

Profissional»<br />

OPTAR POR TRABALHAR NUM BANCO, POR TRADIÇÃO, É SINÓNIMO DE ENTRAR PARA UM MUNDO COMPETITIVO<br />

E EXIGENTE, MAS ONDE AINDA SE FALA EM CONSTRUÇÃO DE UMA CARREIRA.<br />

Mónica Moitas/MU


«As candidaturas espontâneas também «são s<strong>em</strong>pre apreciadas<br />

e incluídas <strong>em</strong> processos de selecção adequados ao perfil<br />

curricular, académico e profissional, dos candidatos»<br />

Raquel Louça Silva | rsilva@mundouniversitario.pt<br />

Gestão, Economia, Contabilidade,<br />

Direito e Engenharia. Qu<strong>em</strong> quer<br />

integrar a equipa do Grupo BPI<br />

ou completar o seu estágio curricular<br />

t<strong>em</strong> obrigatoriamente que<br />

apresentar uma destas formações superiores<br />

no seu currículo. Depois, o perfil requerido<br />

acaba por ser diferente consoante os candidatos<br />

pretendam enveredar para as áreas de<br />

research económico e financeiro, gestão de<br />

activos, rede comercial de particulares ou<br />

<strong>em</strong>presas ou serviços de retaguarda. Mesmo<br />

assim, há características fundamentais que<br />

Tiago Ravara Marques, há sete anos director<br />

de Recursos Humanos das <strong>em</strong>presas do Grupo<br />

BPI, reconhece ser<strong>em</strong> fundamentais e por<br />

isso mesmo transversais a todas as áreas das<br />

<strong>em</strong>presas. E enumera: «Sólidos princípios<br />

éticos e de conduta; Grande motivação para<br />

a actividade comercial; vontade e capacidade<br />

de aprendizag<strong>em</strong>; persistência e capacidade<br />

para enfrentar dificuldades; sentido de responsabilidade<br />

e organização e facilidade na<br />

utilização de ferramentas informáticas.»<br />

RECRUTAMENTO E SELECÇÃO<br />

«O BPI aposta numa política de desenvolvimento<br />

de parcerias com Universidades e Institutos<br />

de Formação Profissional, como forma<br />

de identificação e conhecimento<br />

privilegiado de candidatos para o reforço do<br />

quadro de colaboradores», avança o director.<br />

Mas garante que as candidaturas espontâneas<br />

também «são s<strong>em</strong>pre apreciadas e incluídas<br />

<strong>em</strong> processos de selecção adequados<br />

ao perfil curricular, académico e profissional,<br />

dos candidatos».<br />

Luís Barros t<strong>em</strong> 24 anos, é licenciado <strong>em</strong><br />

Economia pela Universidade do Porto com<br />

média de 11 valores e, neste momento, ocupa<br />

o cargo de Gestor de Clientes e Negócios.<br />

Respondeu a um anúncio que pedia finalistas<br />

ou recém-licenciados na área e não podia<br />

estar mais satisfeito: «as expectativas foram<br />

todas concretizadas e algumas delas superadas.»<br />

Luís passou pelo processo habitual da<br />

<strong>em</strong>presa que se divide <strong>em</strong> duas fazes, como<br />

explica Ravara Marques. «Num primeiro<br />

momento, são efectuados a triag<strong>em</strong> curricular,<br />

testes de avaliação psicológica e entrevistas<br />

individuais e de grupo, <strong>em</strong> tarefa levada<br />

a cabo por <strong>em</strong>presas externas ao BPI; e<br />

num segundo momento, e relativamente aos<br />

candidatos que ultrapassaram a primeira fase,<br />

decorr<strong>em</strong> entrevistas individuais com os<br />

directores das diversas áreas onde irão ser<br />

colocados, cabendo a estes a decisão final<br />

sobre as propostas de contratação a apresentar».<br />

O jov<strong>em</strong> economista conta que depois<br />

de ter superado as provas a equipa lhe<br />

facilitou a integração, «tanto <strong>em</strong> formação<br />

como no trabalho diário» e que encontrou ali<br />

«boas oportunidades de evoluir na carreira».<br />

Sejam candidaturas a estágios ou a um lugar<br />

no BPI todos pod<strong>em</strong> esperar «um ambiente<br />

profissional competitivo, a fixação de objectivos<br />

ambiciosos, um programa de acolhimento<br />

e formação moderno e compatível com as<br />

elevadas exigências do mercado bancário e<br />

uma avaliação exigente que reconhece os<br />

melhores», seduz o d irector de Recursos<br />

Humanos.<br />

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RH<br />

Ernst &<br />

Young<br />

06 | Segunda, 3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007<br />

«Somos uma <strong>em</strong>presa<br />

de carreiras»<br />

NÃO HÁ ESTAGIÁRIOS NA GIGANTE DE AUDITORIA E CONSULTADORIA, ONDE COMUNICAÇÃO, APRENDIZAGEM E<br />

MOBILIDADE SÃO AS PALAVRAS DE ORDEM.<br />

Raquel Ramos | rramos@mundouniversitario.pt<br />

Vê-se à distância o logótipo da<br />

Ernst & Young (EY), no cimo de<br />

um edifício lisboeta, como se<br />

quisesse reproduzir a dimensão<br />

da multinacional presente <strong>em</strong><br />

mais de uma centena de países. «É uma das<br />

“big four” mundiais», é assim que Margarida<br />

Dias, directora de Recursos Humanos da<br />

EY há três anos, começa o retrato da <strong>em</strong>presa,<br />

referindo-se ao selecto grupo das<br />

quatro maiores na área da auditoria e consultadoria.<br />

A responsável pela selecção de<br />

candidatos a integrar a EY explica algumas<br />

das linhas guia da organização: «Não contratamos<br />

para ocupar vagas, somos uma<br />

<strong>em</strong>presa de carreiras e isso reflecte-se na<br />

forma como atraímos as pessoas.» É por isso<br />

que os novatos não são estagiários: são<br />

tratados «carinhosamente» por juniores, o<br />

que sugere de imediato que pod<strong>em</strong> vir a ser<br />

seniores. «Tenho de enriquecer a estrutura<br />

pelo início de carreira», reitera Margarida<br />

Dias.<br />

OS SELECCIONADOS<br />

Vasco Silveira, ex-Instituto Superior de<br />

Gestão, e Mariana Bernardino, ex-<br />

-Universidade Nova, chegaram à EY por<br />

duas vias diferentes: <strong>em</strong>bora ambos tenham<br />

estado nas apresentações que a <strong>em</strong>presa<br />

promoveu nas respectivas faculdades<br />

(um road show que decorre<br />

anualmente), ele preencheu o formulário<br />

preparado para o evento, ao passo que ela<br />

só enviou o currículo depois, via internet.<br />

«Tinha o meu currículo prontinho!», justifica<br />

Mariana, «mas claro que tive o cuidado<br />

de ver se a informação pedida no formulário<br />

era a mesma do currículo». Além<br />

destas duas hipóteses, Margarida Dias<br />

aponta ainda uma terceira via, que consiste<br />

no convite a recém-licenciados listados<br />

nas bases de dados enviadas pelas instituições<br />

de ensino superior.<br />

Contudo, a selecção curricular é só a primeira<br />

etapa de um longo processo de escolha,<br />

no qual n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre a comunicação flui<br />

com rapidez. Mariana teve sorte: «Nunca<br />

esperei mais de 2 ou 3 s<strong>em</strong>anas para saber<br />

se tinha passado à etapa seguinte.»<br />

Depois de passar por um conjunto de filtros<br />

como dinâmicas de grupo, case studies e<br />

entrevistas que avaliam capacidades de<br />

aprendizag<strong>em</strong>, comunicação e resolução de<br />

probl<strong>em</strong>as – assessment centers, resume<br />

Margarida Dias – o grupo fica reduzido a<br />

cerca de sessenta juniores. «Mas não acaba<br />

aqui», adverte a responsável pelos recursos<br />

humanos, «o Induction é um programa de<br />

integração para [os candidatos seleccionados]<br />

se conhecer<strong>em</strong>. Não é só estar<strong>em</strong> todos<br />

à mesma mesa, faz<strong>em</strong>os uma sessão<br />

outdoor e depois outra indoor». No caso de<br />

Vasco e da maioria dos juniores, este pro-<br />

Mónica Moitas/MU


grama foi especialmente útil porque «não<br />

conhecia ninguém». Não que a integração<br />

tivesse probabilidades de ser difícil, tendo<br />

<strong>em</strong> conta a equipa maioritariamente jov<strong>em</strong>.<br />

«O ambiente de trabalho é muito bom. Toda<br />

a gente percebe o que é ser júnior», garante<br />

Mariana.<br />

APRENDER DE SEGUNDA<br />

A SEXTA-FEIRA<br />

A organização e a desenvoltura na comunicação<br />

são duas qualidades essenciais para<br />

que Inês Tevs desenvolva o seu trabalho na<br />

área de auditoria de forma autónoma. «Desde<br />

muito cedo, desde juniores, t<strong>em</strong>os con-<br />

tacto com o cliente», explica a licenciada <strong>em</strong><br />

Gestão pelo ISCTE, que já foi conhecer a<br />

Madeira graças à EY. A mobilidade, nacional<br />

e internacional, é um dos requisitos chave<br />

para pertencer à <strong>em</strong>presa, tal como a<br />

aprendizag<strong>em</strong> contínua. «Todas as s<strong>em</strong>anas<br />

estive <strong>em</strong> projectos diferentes. Aprend<strong>em</strong>os<br />

de segunda à sexta, e então já faz<strong>em</strong>os a<br />

mesma coisa de uma forma diferente e melhor»,<br />

diz Mariana, para qu<strong>em</strong> a experiência<br />

na EY está a superar expectativas. «As pessoas<br />

têm de estar motivadas para aprender»,<br />

confirma Margarida Dias, «Uma pessoa<br />

que não quer estudar depois do curso<br />

não se integra na Ernest & Young.»<br />

«A selecção<br />

curricular é só<br />

a primeira etapa<br />

de um longo<br />

processo de escolha,<br />

no qual n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre<br />

a comunicação<br />

flui com rapidez»


RH<br />

Price<br />

Waterhous<br />

e Coopers<br />

08 | Segunda, 3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007<br />

«Não há uma receita<br />

para se chegar ao topo»<br />

O RANKING DO GREAT PLACE TO WORK INSTITUTE ATRIBUI-LHE O 17.º LUGAR ENTRE AS 25 MELHORES EMPRESAS<br />

PARA TRABALHAR. QUAL SERÁ O MÉTODO DE RECRUTAMENTO UTILIZADO?<br />

Rute Lacerda | rlacerda@mundouniversitario.pt<br />

APrice Waterhouse Coopers<br />

(PwC) é uma <strong>em</strong>presa de Auditoria<br />

e Consultoria que actua<br />

<strong>em</strong> 150 países, <strong>em</strong>pregando<br />

mais de 146 mil trabalhadores.<br />

Em <strong>Portugal</strong>, está presente há mais de 50<br />

anos, com escritórios <strong>em</strong> Lisboa e no Porto<br />

e ocupa o 17º lugar entre as 25 melhores<br />

<strong>em</strong>presas para trabalhar, de acordo com o<br />

ranking do Great Place to Work Institute.<br />

COMO PEDRO CHEGOU LÁ<br />

Pedro Guerner t<strong>em</strong> 22 anos, é recém-<br />

-licenciado <strong>em</strong> Gestão de Empresas pela Faculdade<br />

de Economia e Gestão da Universidade<br />

Católica (Porto) e ocupa o cargo de Assistant<br />

Associate na PwC. Conta que a sua<br />

escolha se deveu ao facto de esta ser «uma<br />

das <strong>em</strong>presas mais procuradas por recém-licenciados,<br />

porque é considerada uma grande<br />

escola, onde a aquisição de novos conhecimentos<br />

é uma constante». Quanto ao tipo<br />

de currículo, enviou o do modelo europeu<br />

«<strong>em</strong>bora tenha sofrido algumas adaptações,<br />

conforme as necessidades», até porque a<br />

PwC «procura candidatos com um determinado<br />

perfil». Para além do percurso académico<br />

na área da Economia ou Gestão, «dev<strong>em</strong><br />

possuir características pessoais de<br />

relacionamento interpessoal e de trabalho<br />

<strong>em</strong> equipa», sustenta. No que respeita ao recrutamento,<br />

o Pedro Guerner diz que passou<br />

José Pereira Alves, Director de Recursos Humanos<br />

por quatro fases: o envio da candidatura;<br />

uma prova de grupo; testes psicotécnicos e,<br />

por fim, uma entrevista com o manager da<br />

<strong>em</strong>presa, «tendo ainda a oportunidade de<br />

realizar uma entrevista final com um partner<br />

e um responsável dos Recursos Humanos».<br />

«A integração na família PwC foi simples<br />

e fácil e o ambiente de trabalho dentro<br />

da <strong>em</strong>presa é muito bom» até porque «sãonos<br />

proporcionadas todas as condições e ferramentas<br />

necessárias à nossa actividade, o<br />

que é um forte incentivo e uma razão para<br />

nos sentirmos b<strong>em</strong>», conclui.<br />

EXCELÊNCIA, TRABALHO EM EQUIPA<br />

E LIDERANÇA<br />

Já José Pereira Alves, partner de Auditoria<br />

e responsável pela Área de Recursos Humanos,<br />

revela que «não há uma receita para<br />

se chegar ao topo» da carreira. No entanto,<br />

«acredita que valores como os da<br />

PwC defende e divulga são fundamentais».<br />

Esses valores são para Pereira Alves «a excelência<br />

(inovação, aprendizag<strong>em</strong> e agilidade),<br />

o trabalho <strong>em</strong> equipa (respeito, partilha<br />

e relacionamento) e a liderança<br />

(corag<strong>em</strong>, visão e integridade). Quanto ao<br />

melhor conselho que lhe foi dado, diz não se<br />

l<strong>em</strong>brar «de nenhum <strong>em</strong> especial» sustentando<br />

que é «o conjunto desses conselhos<br />

que nos dá as condições, a capacidade, a<br />

motivação, a vontade e o prazer de, e para<br />

abraçarmos uma carreira profissional de<br />

sucesso».<br />

Pedro Guerner, recém-<br />

-licenciado, ocupa o cargo de<br />

Assistant Associate


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Perfil<br />

Banco<br />

BIG<br />

10 | Segunda, 3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007<br />

O administrador entusiasta<br />

DIOGO CUNHA, ADMINISTRADOR DO BANCO BIG, INICIOU A SUA CARREIRA NA ÁREA FINANCEIRA EM 1993 NO<br />

BANCO SANTANDER (NA ALTURA BCI). EM 1997 SALTOU PARA O BANCO CHEMICAL FINANCE. PASSADOS DOIS<br />

ANOS, ABRAÇA O DESAFIO DE ARRANCAR COM UM BANCO INOVADOR EM PORTUGAL.<br />

Joana Peres | info@mundouniversitario.pt<br />

Desde pequeno que é fascinado<br />

pela área financeira, «s<strong>em</strong>pre<br />

gostei da ideia da responsabilidade<br />

associada a zelar pelo património<br />

dos outros», rel<strong>em</strong>bra<br />

o administrador do Banco BIG – Banco de<br />

Investimento Global. E assim foi! Licenciou-se<br />

<strong>em</strong> Gestão pelo ISCTE e fez o MBA<br />

na Universidade Católica Portuguesa. Iniciou<br />

<strong>em</strong> 1993 a sua carreira no sector bancário<br />

na área comercial de um dos maiores<br />

bancos europeus, tendo posteriormente assumido<br />

responsabilidades diversas na área<br />

de mercado de acções e vendas. Chegou ao<br />

Banco Big através de um convite. «A equipa<br />

que fundou o Banco BiG era a equipa de<br />

gestão do Banco Ch<strong>em</strong>ical Finance, onde<br />

trabalhava na altura. Convidaram-me antes<br />

do arranque do Banco, fiquei entusiasmado<br />

com a ideia de poder contribuir para a criação<br />

de uma <strong>em</strong>presa de raiz e, felizmente,<br />

aceitei o desafio.»<br />

O banco conquistou a sua posição no mercado,<br />

porém os desafios são diários: «conquistar<br />

clientes através de um serviço que<br />

seja valorizado, porque apesar da experiência<br />

da equipa, uma start-up traz consigo<br />

s<strong>em</strong>pre alguma angústia e faz-nos perceber<br />

que s<strong>em</strong> clientes as <strong>em</strong>presas – literalmente<br />

– não são nada. Decisões cruciais têm sido<br />

muitas, mas termos apostado <strong>em</strong> inovação<br />

desde o início é s<strong>em</strong> dúvida das que<br />

maior retorno t<strong>em</strong> dado e que caracteriza o<br />

ADN do BiG», explica.<br />

UM SUCESSO COMPROVADO<br />

Apesar do êxito e prestígio que a banca de<br />

investimento conquistou <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>, Diogo<br />

Cunha deseja s<strong>em</strong>pre mais. «Primeiro<br />

não dev<strong>em</strong>os estar satisfeitos com o conquistado,<br />

mas é uma área que <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong><br />

está muito b<strong>em</strong> suportada a nível de recursos<br />

humanos, o principal activo da Banca<br />

de Investimento. Julgo que o facto de ser<br />

rotina a contratação de portugueses por<br />

bancos internacionais é um bom indicador<br />

para a qualidade da “matéria-prima” e,<br />

subsequent<strong>em</strong>ente, para a internacionalização<br />

a decorrer de alguns bancos nacionais<br />

nesta área». Aquilo que mais o fascina<br />

nesta área da banca é o facto de ser uma<br />

área aparent<strong>em</strong>ente técnica, mas que, com<br />

experiência, consegue-se transmitir aos<br />

clientes a sua simplicidade. «E o facto de<br />

ser absolutamente global», acrescenta. A<br />

sua ambição é alcançar cada vez mais<br />

clientes, «uma ambição que não deve ser<br />

territorial, e surpreendê-los com uma oferta<br />

que evolui de forma contínua e global.<br />

Os outros objectivos são uma consequência.»<br />

APAIXONADO POR<br />

INVESTIMENTOS E PELA VIDA<br />

Como gestor acha crucial o trabalho de<br />

equipa e respeito pelos clientes e accionistas,<br />

assim como a ética e o rigor como pilares<br />

de actuação. E para qu<strong>em</strong> deseja fazer<br />

desta área a sua vida profissional deixa um<br />

conselho: «Ter uma visão global do mundo,<br />

e no início da carreira privilegiar a aprendizag<strong>em</strong><br />

e formação <strong>em</strong> bancos competitivos.<br />

Aprender o sentido da responsabilidade e<br />

da concretização, e não ter medo de dar<br />

opinião, desde que fundamentada.»<br />

Para chegar onde se deseja, neste caso ao<br />

topo de uma organização, arriscar também<br />

faz parte. «Lutar para termos a sorte de<br />

poder escolher, trabalhar e dedicar uma<br />

parte significativa da nossa vida a uma profissão<br />

que nos possa realizar como pessoa.<br />

Encontrar e confiar nas pessoas certas e,<br />

mais tarde ou mais cedo, arriscar», explica.<br />

Optimista por natureza e com um gosto<br />

enorme pela vida, o administrador do Banco<br />

BIG acredita que pod<strong>em</strong>os s<strong>em</strong>pre fazer<br />

mais e melhor. Em média trabalha 11 horas<br />

por dia, «quando penso nisso parece-me<br />

claramente um excesso, mas já foi pior e felizmente<br />

d<strong>em</strong>oro 5 minutos a chegar a casa»,<br />

brinca. Durante a s<strong>em</strong>ana concentra-se<br />

no trabalho e na família. «No fim-de-s<strong>em</strong>ana,<br />

o que mais gosto é de estar com a família,<br />

fazer desporto (surf, golfe ou ténis) e<br />

estar com amigos a conversar “de tudo e de<br />

nada”.»


BANCO BIG<br />

CONHEÇA-O POR DENTRO<br />

ESTE ANO O BIG FOI ELEITO COMO O MELHOR BANCO NA CATEGORIA DE MÉDIO E PEQUENO<br />

BANCO, NA EDIÇÃO ESPECIAL DAS <strong>500</strong> MAIORES & MELHORES EMPRESAS A OPERAR EM PORTUGAL<br />

DA REVISTA EXAME. SAIBA QUAL O NEGÓCIO E COMO FUNCIONA.<br />

Joana Peres | info@mundouniversitario.pt<br />

O QUE É:<br />

O Banco de Investimento Global, S.A. (BIG) é um banco<br />

de investimento independente, sediado <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> e detido<br />

por investidores privados. Foi lançado <strong>em</strong> Março de<br />

1999, t<strong>em</strong> como mercado alvo diversos segmentos de<br />

clientes, incluindo <strong>em</strong>presas, institucionais e particulares,<br />

aos quais oferece um conjunto de serviços de aconselhamento<br />

e execução através de uma rede integrada de<br />

canais de distribuição.<br />

Foi, também, o pioneiro do investimento online <strong>em</strong> 1999<br />

com a sua presença <strong>em</strong> www.bigonline.pt, liderando o<br />

mercado pelos volumes transaccionados e pela contínua<br />

introdução de novas funcionalidades, serviços e produtos.<br />

BANCA DE INVESTIMENTO: Diogo Cunha, administrador<br />

define esta área da banca como «uma “indústria”<br />

muito relacional e global que faz aconselhamento e intermediação<br />

de fluxos de dinheiro, tanto para qu<strong>em</strong> t<strong>em</strong> excedentes<br />

como para qu<strong>em</strong> t<strong>em</strong> projectos e <strong>em</strong>presas para<br />

rentabilizar».<br />

SERVIÇOS: O banco presta serviços bancários globais de<br />

poupança, investimento, aconselhamento financeiro baseado<br />

<strong>em</strong> comissões, custódia de valores mobiliários e<br />

serviços de execução numa lógica de trading*, a uma base<br />

de clientes individuais, institucionais e <strong>em</strong>presariais.<br />

«Neste âmbito, criamos soluções financeiras, aconselhamos<br />

estratégias de investimento, disponibilizamos instrumentos<br />

de trading, facilitamos o acesso aos mercados globais,<br />

gerimos activos e desenvolv<strong>em</strong>os acções de<br />

angariação de capital para segmentos de clientes predefinidos.<br />

Do conjunto da oferta global do banco, destacamse<br />

como principais produtos e serviços o trading <strong>em</strong> mercados,<br />

a gestão do risco de mercado, a corretag<strong>em</strong>, a<br />

assessoria a <strong>em</strong>presas, a gestão de activos, e o aconselhamento<br />

a investidores privados, que se conjugam com os<br />

serviços bancários genéricos e as soluções de financiamento<br />

que oferec<strong>em</strong>.<br />

VANTAGENS:<br />

• INVESTIMENTO: com o BIGonline pode aceder a várias<br />

formas de investimento, adaptado à dimensão e experiência<br />

de diferentes investidores. Pode investir directamente<br />

nas principais bolsas internacionais, com as<br />

melhores ferramentas de bolsa, informação seleccionada,<br />

e baixo custo. Destacamos ainda a última versão da página<br />

de negociação MyBolsa.<br />

• ACONSELHAMENTO: apostam num serviço de acompanhamento<br />

permanente – esclarecimento de quaisquer<br />

dúvidas ou questões, via serviço de apoio ao cliente, compreensão<br />

online dos diferentes investimentos via aconselhamento<br />

directo, ou para os clientes que pretendam um<br />

acompanhamento mais personalizado um serviço de gestão<br />

de cliente.<br />

• CONVENIÊNCIA: ao abrir conta beneficia, além dos<br />

serviços de investimento e poupança, de um serviço de<br />

banca completo que inclui as operações bancárias normais<br />

(cheques, cartão de crédito, depósitos, transferências,<br />

extractos online, entre outras).<br />

• CONFIANÇA: a segurança é uma das principais preocupações<br />

do BIGonline, pelo que estabelec<strong>em</strong> e configuram<br />

procedimentos e equipamentos testados e comprovados<br />

a nível mundial.<br />

• PERFORMANCE: o BIGonline está assente numa plataforma<br />

global integrada que permite aos clientes beneficiar<strong>em</strong><br />

de maior rapidez e fiabilidade de execução, b<strong>em</strong><br />

como da selecção especializada dos produtos mais rentáveis<br />

a nível mundial.<br />

RENDIMENTO: o modo de funcionamento permite aos<br />

clientes centralizar os seus rendimentos na conta, com<br />

taxas de juro elevadas e escolhendo os prazos mais adequados<br />

às suas necessidades. As várias alternativas para<br />

aplicação das suas poupanças têm <strong>em</strong> conta benefícios<br />

fiscais, oportunidades com capital garantido e a<br />

escolha dos melhores fundos de investimento a nível<br />

mundial.


Perfil<br />

McKinsey<br />

12 | Segunda, 3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007<br />

O engenheiro que sonhava<br />

ser piloto de automóveis<br />

FORMOU-SE EM ENGENHARIA MECÂNICA NO INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO. NA ALTURA, TINHA UM NEGÓCIO<br />

FAMILIAR ONDE PASSAVA A MAIOR PARTE DO TEMPO, AINDA FEZ O MESTRADO EM SISTEMAS. INGRESSOU NA<br />

MCKINSEY EM 1990 E JÁ ALCANÇOU O LUGAR DE SÓCIO-DIRECTOR E OFFICE MANAGER DO ESCRITÓRIO DA<br />

IBÉRIA.<br />

Joana Peres | info@mundouniversitario.pt<br />

Raul Galamba de Oliveira, antes de<br />

chegar à mais conhecida “fábrica<br />

de líderes” do mundo, trilhou<br />

outros caminhos. Formou-se <strong>em</strong><br />

Engenharia Mecânica, tirou um<br />

mestrado <strong>em</strong> Sist<strong>em</strong>as e frequentou o MBA<br />

na Universidade Nova de Lisboa, <strong>em</strong> paralelo<br />

com aulas na Católica e muitas horas como<br />

investigador para se financiar.<br />

Foi <strong>em</strong> 1990 que chegou à consultora por um<br />

acaso. «A equipa de recrutamento da McKinsey<br />

contactou-me – mas quando fui entrevistado<br />

não sabia nada sobre a instituição. Acho<br />

que foi o nome, o perfil institucional, a noção<br />

de que os melhores estavam na McKinsey o<br />

que me entusiasmou. Depois de todos estes<br />

anos, o entusiasmo mantém-se…, tenho o privilégio<br />

de ter uma actividade profissional<br />

onde os desafios não acabam nunca», afirma.<br />

A partir desse momento, nunca mais foi<br />

engenheiro, apenas «ficou o jeito para arranjar<br />

coisas <strong>em</strong> casa».<br />

NOS “BASTIDORES”<br />

DE UMA CONSULTORA<br />

O dia-a-dia de uma consultora como a<br />

McKinsey passa por trabalhar <strong>em</strong> conjunto<br />

e <strong>em</strong> equipa com os clientes <strong>em</strong> procura de<br />

soluções para desafios complexos. «É intenso,<br />

porque as pessoas vê<strong>em</strong> o impacto do que<br />

estão a fazer, e sent<strong>em</strong> a contribuição que<br />

dão para o resultado. Damos obviamente<br />

também muita importância ao ambiente de<br />

trabalho, o que não é difícil, pois a nossa equipa<br />

é jov<strong>em</strong>, gosta do trabalho <strong>em</strong> conjunto, e<br />

t<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre inúmeras ideias e iniciativas<br />

para tirar partido do grupo e fazer coisas<br />

diferentes. Encorajamos muitíssimo este<br />

tipo de coisas», descreve.<br />

Para o engenheiro que sonhava ser piloto de<br />

automóveis e virou consultor, a verdadeira<br />

realização pessoal na McKinsey está nos<br />

desafios. «Costumo dizer que esta é provavelmente<br />

a melhor profissão do mundo.<br />

Divirto-me a resolver probl<strong>em</strong>as e a trabalhar<br />

com as equipas, sinto-me realizado no<br />

final de uma reunião que correu b<strong>em</strong>, quando<br />

se sente que o probl<strong>em</strong>a está agarrado, e<br />

quando o cliente toma as decisões difíceis e<br />

as coisas acontec<strong>em</strong>. Ou quando se trata de<br />

dar coaching e criar oportunidades e ajudar<br />

alguém a crescer e a desenvolver-se.» Qu<strong>em</strong><br />

trabalha ao seu lado sabe que há dois valores<br />

de que não prescinde: liderança, «todos<br />

somos responsáveis pelo nosso próprio<br />

desenvolvimento e pelo desenvolvimento de<br />

qu<strong>em</strong> trabalha connosco. O Values Day deste<br />

ano (dia que dedicamos à reflexão <strong>em</strong> conjunto<br />

sobre os valores da Firma) decorreu<br />

precisamente sob o mote “Everyone of us a<br />

leader” e o compromisso e <strong>em</strong>penhamento<br />

com que nos dedicamos na McKinsey a tudo<br />

o que faz<strong>em</strong>os é <strong>em</strong> grande medida o segredo<br />

dos nossos resultados».<br />

Para chegar onde chegou, Raul Galamba de<br />

Oliveira destaca que o mais importante é<br />

aproveitar as capacidades que se t<strong>em</strong>, e isso<br />

depende da vontade e do carácter. «Motivação<br />

e <strong>em</strong>penhamento, seriedade nos propósitos,<br />

generosidade s<strong>em</strong> reservas – mas também<br />

viver todos os dias os valores éticos e profissionais<br />

de uma profissão como a nossa.»<br />

O seu dia de trabalho começa às 7 horas e<br />

acaba por volta das 21 horas, mas não abdica<br />

de passar t<strong>em</strong>po com a mulher e com a<br />

filha. O segredo está na gestão do t<strong>em</strong>po:<br />

«evito perder t<strong>em</strong>po, escolho o que faço e o<br />

que delego, e depois é uma questão de ritmo<br />

e de concentração. Nos t<strong>em</strong>pos livres sou ao<br />

contrário, vivo ao sabor da lei do menor<br />

esforço e sou completamente flexível com o<br />

meu t<strong>em</strong>po», conclui.


CASO MCKINSEY<br />

COMO FUNCIONA A MELHOR “FÁBRICA DE LÍDERES”<br />

DO MUNDO<br />

Joana Peres |<br />

info@mundouniversitario.pt<br />

Como nos explica Raul Galamba de<br />

Oliveira, sócio-drector da McKinsey e<br />

Office Manager do escritório da Ibéria,<br />

a realidade da McKinsey é constituída<br />

por dois universos que se compl<strong>em</strong>entam:<br />

os consultores, e um<br />

conjunto de pessoas que des<strong>em</strong>penham<br />

funções de apoio.<br />

A nível dos consultores, exist<strong>em</strong> três<br />

fontes principais de recrutamento:<br />

• As universidades – recrutam os Fellows,<br />

tipicamente os melhores alunos<br />

de cada curso, independent<strong>em</strong>ente<br />

da área de formação. «A maioria<br />

dos nossos Fellows possui licenciaturas<br />

<strong>em</strong> Gestão, Economia e Engenharia,<br />

mas alguns têm formação<br />

<strong>em</strong> áreas menos habituais,<br />

como Direito, Informática, ou<br />

Ciências»;<br />

• Na transição para Associate<br />

(mais ou menos ao fim<br />

de 2-3 anos), a McKinsey<br />

suporta um leave of absence<br />

para fazer um<br />

MBA nas melhores escolas<br />

de Gestão a nível<br />

mundial;<br />

• Em paralelo, recrutam<br />

também consultores com<br />

experiência profissional<br />

prévia <strong>em</strong> diversas áreas.<br />

«Ao fim de cerca de seis<br />

anos, um associado pode ser<br />

eleito sócio – o processo de<br />

eleição é exigente, onde têm de<br />

provar aquilo que val<strong>em</strong>. É um<br />

processo conduzido a nível mundial»,<br />

explica.<br />

A nível das funções de apoio, e de<br />

forma a assegurar a excelência no<br />

trabalho que desenvolv<strong>em</strong>, as equipas<br />

de consultores contam com a colaboração<br />

de serviços altamente especializados:<br />

• Recruiting,<br />

• Professional Development,<br />

• Research,<br />

• Information Technology,<br />

• Report Production,<br />

• Comunicações<br />

• Secretariado.<br />

MISSÃO<br />

A mesma desde há 80 anos: ajudar os<br />

nossos clientes a conseguir melhorias<br />

substanciais e duradouras nos seus<br />

resultados, e construir uma grande<br />

firma, capaz de atrair, motivar, desenvolver<br />

e manter pessoas excepcionais.<br />

E fazê-lo no respeito por valores éti-<br />

cos e profissionais de rigor, com espírito<br />

de exigência, s<strong>em</strong> nunca comprometer<br />

os nossos princípios. Quer<strong>em</strong>os,<br />

<strong>em</strong> última análise, criar valor de forma<br />

sustentável para os nossos clientes,<br />

quer se trate de organizações do<br />

sector privado, do sector público, ou<br />

do sector social – s<strong>em</strong> esquecer a comunidade<br />

<strong>em</strong> que estamos inseridos.<br />

COMO É CONSTITUÍDA?<br />

Fundada <strong>em</strong> 1926 nos EUA, a McKinsey<br />

começou a fazer consultoria <strong>em</strong><br />

<strong>Portugal</strong> há mais de 30 anos e t<strong>em</strong><br />

mantido uma presença regular desde<br />

então. Em 1985, abriu um escritório<br />

permanente. Hoje t<strong>em</strong> cerca de 130<br />

consultores, sob o comando de uma<br />

equipa de treze sócios.<br />

Os projectos da McKinsey <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>,<br />

como noutros países, estão focalizados<br />

<strong>em</strong> três áreas principais da gestão<br />

– estratégia, organização e<br />

operações – permitindo à consultora<br />

resolver probl<strong>em</strong>as de grandes <strong>em</strong>presas,<br />

start-up, organizações s<strong>em</strong> fins<br />

lucrativos, e organizações governamentais<br />

e educativas.<br />

Entre os serviços prestados pela<br />

McKinsey <strong>em</strong> Lisboa encontram-se<br />

iniciativas especiais (Business Technology,<br />

Corporate Finance, Marketing,<br />

Operations e Organization) que<br />

permit<strong>em</strong> à consultora adaptar os<br />

seus serviços à comunidade <strong>em</strong>presarial<br />

local.<br />

Os desafios dos consultores do futuro:<br />

Hoje <strong>em</strong> dia, não se pode ser consultor<br />

s<strong>em</strong> ter uma visão global dos probl<strong>em</strong>as,<br />

e um conhecimento aprofundado<br />

dos sectores <strong>em</strong> que se trabalha. Há<br />

20 anos podia, agora já não. <strong>Portugal</strong><br />

nisto é igual a qualquer outro país<br />

avançado.<br />

Conselhos para fazer carreira nesta<br />

área: Os conselhos val<strong>em</strong> por qu<strong>em</strong> ouve,<br />

não por qu<strong>em</strong> os dá… mas se tivesse<br />

que os dar, l<strong>em</strong>braria que na base<br />

de um trabalho b<strong>em</strong> feito está s<strong>em</strong>pre<br />

um elevado nível de exigência, e muito,<br />

muito trabalho. Recomendaria que não<br />

poupasse esforço n<strong>em</strong> ambição sadia, e<br />

que paralelamente cultivasse os seus<br />

interesses e as suas opções. E advertiria<br />

para a necessidade de balancear a<br />

vida pessoal e a vida profissional, o desafio<br />

simultaneamente mais difícil e<br />

mais fácil – o mais difícil, porque o ritmo<br />

é intenso e as exigências enormes,<br />

mas também o mais fácil, uma vez que<br />

depende apenas de cada um. As pessoas<br />

têm de ter a noção de que uma<br />

carreira profissional é uma maratona,<br />

e não um sprint de 100 metros.


MBA<br />

A experiência<br />

de Francisco<br />

Cardoso<br />

Pinto<br />

14 | Segunda, 3 de Dez<strong>em</strong>bro de 2007<br />

O MBA vulgarizou-se?<br />

FOI EM 2004 QUE FRANCISCO CARDOSO PINTO DECIDIU VOLTAR AO MUNDO ACADÉMICO PARA REALIZAR O<br />

MBA DO INSTITUTO DE EMPRESA BUSINESS SCHOOL, EM MADRID. HOJE É O DIRECTOR ADJUNTO DA DIRECÇÃO<br />

DE PROJECT FINANCE DO BES INVESTIMENTO.<br />

Raquel Ramos | rramos@mundouniversitario.pt<br />

Em que momento da sua vida académica surgiu<br />

o MBA?<br />

O MBA para mim surgiu num contexto pós-<br />

-licenciatura.<br />

Já tinha alguma experiência profissional<br />

antes de se candidatar ao MBA? Isso fazia<br />

parte dos requisitos ou das condições preferenciais?<br />

Quando me candidatei ao MBA tinha já 3<br />

anos de experiência profissional, e <strong>em</strong>bora<br />

esta condição não fosse um requisito, era<br />

bastante preferencial na medida <strong>em</strong> que<br />

pesava como um factor de avaliação e selecção<br />

dos alunos, tendo <strong>em</strong> vista a constituição<br />

de um grupo com um alargado leque de experiências<br />

profissionais relevantes.<br />

Este caminho era algo que já planeava, que<br />

já idealizava desde o t<strong>em</strong>po da faculdade, ou<br />

apareceu como forma de perseguir novos<br />

objectivos, novas perspectivas profissionais?<br />

Era. Uma vez que decidi o curso universitário<br />

(Economia) e o rumo profissional que<br />

gostaria de levar depois da licenciatura,<br />

sabia que o MBA faria parte da minha estratégia<br />

de crescimento profissional e pessoal.<br />

No entanto, após 3 anos a trabalhar na<br />

banca de investimento, cheguei a encarar o<br />

MBA como uma excelente oportunidade<br />

para me certificar se de facto quereria prosseguir<br />

com a minha carreira no sector onde<br />

trabalhava ou se haveria uma qualquer<br />

outra área que pudesse fazer sentido explorar.<br />

O que foi preponderante na escolha da instituição<br />

onde realizou o MBA?<br />

Uma vez que o MBA é um conceito originário<br />

dos EUA, s<strong>em</strong>pre quis ter uma experiência<br />

americana do MBA. Por outro lado, tinha<br />

grande interesse <strong>em</strong> introduzir-me no eixo<br />

económico Ibéria-América do Sul. O Instituto<br />

de Empresa Business School <strong>em</strong> Madrid<br />

foi a opção mais acertada, por estar fort<strong>em</strong>ente<br />

enraizada no tecido <strong>em</strong>presarial<br />

ibero-americano, e possuir um programa de<br />

intercâmbio com diversas universidades<br />

pelo mundo fora que me possibilitou concluir<br />

os últimos 4 meses do MBA na Carolina do<br />

Norte, EUA. O programa de MBA do Instituto<br />

de Empresa Business School posicionase<br />

hoje no topo do ranking mundial das escolas<br />

de negócios – no ranking efectuado pelo<br />

Financial Times para 2007 classificava <strong>em</strong> 3º<br />

na Europa e <strong>em</strong> 11º no mundo.<br />

Por quanto t<strong>em</strong>po viveu esta experiência?<br />

O programa na altura era de 13 meses, dos<br />

quais 11 meses eram lectivos e 2 meses<br />

(Verão) eram para estágios profissionais.<br />

Foi o suficiente ou preferia que o programa<br />

se tivesse desenvolvido num período mais<br />

extenso?<br />

Havendo programas de MBA com 15 e 24<br />

meses, penso que um ano é o t<strong>em</strong>po ideal, e<br />

<strong>em</strong>bora isso se reflicta na exigência do diaa-dia<br />

do MBA, minimiza a ausência da pessoa<br />

do mercado de trabalho.<br />

Falando no lado mais humano da experiência,<br />

o MBA faz-se de uma forma distanciada<br />

(relativamente aos outros alunos), ou há<br />

t<strong>em</strong>po e lugar para a troca de impressões e<br />

para se estabelecer<strong>em</strong> amizades?<br />

Eu acho que tão importante quanto a componente<br />

académica do MBA é a componente<br />

humana, o desenvolvimento do net-working<br />

social e profissional. Tive a grande<br />

sorte de estabelecer boas amizades com pessoas<br />

que viv<strong>em</strong> nos cinco continentes, com<br />

qu<strong>em</strong> mantenho contacto regular, tento visitar<br />

quando viajo ou recebo quando vêm a<br />

<strong>Portugal</strong>.<br />

Que grandes vantagens lhe trouxe o MBA?<br />

Eu penso que o MBA continua a ser um factor<br />

diferenciador no mercado do trabalho,<br />

sobretudo na Europa. No meu dia-a-dia lido<br />

com realidades que frequent<strong>em</strong>ente me<br />

faz<strong>em</strong> recorrer aos conceitos e práticas<br />

adquiridas durante o MBA.<br />

A sua vida profissional foi impulsionada “instantaneamente”<br />

pelo facto de ter um MBA?<br />

A minha vida profissional beneficiou de ter<br />

no currículo um MBA, com efeitos de curto<br />

prazo. No entanto, exist<strong>em</strong> casos onde o<br />

MBA acaba por não trazer mais-valias que<br />

justifiqu<strong>em</strong> o sacrifício profissional, financeiro<br />

e familiar que quase s<strong>em</strong>pre são exigidos.<br />

E, hoje <strong>em</strong> dia, o MBA é mais vulgar do que<br />

era?<br />

Admito que com a proliferação de escolas de<br />

negócios a oferecer<strong>em</strong> o título de MBA, o<br />

conceito do MBA possa ter-se vulgarizado.<br />

Isso faz com que seja mais importante obtê-<br />

-lo para estar ao nível da concorrência ou,<br />

pelo contrário, já não faz tanta “vista”?<br />

Torna-se importante para qualquer interessado<br />

tentar diferenciar-se da concorrência,<br />

concorrendo aos MBA de maior prestígio<br />

mundial.<br />

Vale a pena investir num MBA num país<br />

estrangeiro?<br />

Eu penso que existe um conjunto de universidades<br />

portuguesas que têm desenvolvido<br />

um esforço sério e consistente para posicionar<strong>em</strong><br />

um programa de MBA nos rankings<br />

europeus. A escolha de ir para fora fazer um<br />

MBA é muitas vezes alimentada pela necessidade<br />

de querer conhecer novos mercados<br />

e novas culturas com vista ao desenvolvimento<br />

de uma carreira profissional com uma<br />

forte componente internacional.


MASTER OF BUSINESS ADMINISTRATION POR CÁ:<br />

- MBA Católica|Nova @ Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da UCP/ Faculdade<br />

de Economia da UNL (Lisboa)<br />

- MBA @ Instituto Superior de Economia e Gestão – UTL (Lisboa)<br />

- Executive MBA @ Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa – UTL (Lisboa)<br />

- MBA, Logística, Executivo @ Escola de Gestão da Universidade do Porto<br />

- MBA Internacional Finanças, Gestão e Marketing @ Escola de Gestão Empresarial<br />

Atlantic Business School (Porto)<br />

- MBA Gestão para Executivos @ Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra<br />

- MBA AESE|IESE @ AESE - Escola de Direcção e Negócios (Lisboa)<br />

MBA CATÓLICA|NOVA<br />

ARRANCOU EM SETEMBRO O MASTER OF BUSINESS ADMINISTRATION (MBA)<br />

ORGANIZADO PELA UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA E PELA<br />

UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA, UM PROGRAMA CRIADO COM A PROPOSTA<br />

DO MIT NO HORIZONTE.<br />

Raquel Ramos | rramos@mundouniversitario.pt<br />

Hoje na Católica, daqui a uns meses<br />

na Nova. Será este o percurso<br />

dos cerca de 160 alunos<br />

do MBA oferecido pelas duas<br />

instituições, concorrentes por<br />

tradição. Para o director académico, Miguel<br />

Pina e Cunha, a fusão dos dois programas,<br />

«claramente dominantes do ponto de vista<br />

da reputação», permite reunir «o melhor<br />

das duas escolas». O professor da UNL explica<br />

que, para se ser admitido, não basta<br />

ter o mínimo de 3 anos de experiência profissional<br />

e passar no teste GMAT (Graduate<br />

Manag<strong>em</strong>ent Admission Test): «Os candidatos<br />

têm de ter a motivação adequada.»<br />

A decisão de começar o programa conjunto<br />

foi influenciada pela futura participação no<br />

Global MBA, dentro de 2 anos, ao abrigo de<br />

um acordo celebrado entre o Governo de<br />

Lisboa e o Massachusetts Institute of Technology<br />

(MIT), mas «não se pode falar numa<br />

antecâmara. São programas diferentes que<br />

têm públicos diferentes e objectivos diferentes».<br />

Assim, mesmo depois de 2009, o<br />

MBA Católica|Nova continuará a apostar<br />

num programa «tão bom como os internacionais,<br />

mas dirigido a pessoas que estão<br />

<strong>em</strong> <strong>Portugal</strong> e quer<strong>em</strong> ficar <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>».<br />

MASTER OF BUSINESS ADMINISTRATION ALÉM- FRONTEIRAS:<br />

1. MBA, Program for Executives @ University of Pennsylvania: Wharton<br />

(EUA)<br />

2. MBA, Executive @ Columbia Business School (EUA)<br />

3. MBA @ Harvard Business School (EUA)<br />

3. MBA @ Stanford University Graduate School of Business (EUA)<br />

5. MBA, Executive, Executive Global @ London Business School (Reino<br />

Unido)<br />

6. MBA, Executive @ University of Chicago Graduate School of Business<br />

(EUA)<br />

7. MBA, Executive @ Institut Européen d'Administration des Affaires - IN-<br />

SEAD (França/ Singapura)<br />

8. MBA, Executive, Trium Global @ New York University: Stern (EUA)<br />

9. MBA @ Darthmouth College: Tuck (EUA)<br />

10. MBA, Leadership in Healthcare @ Yale School of Manag<strong>em</strong>ent (EUA)<br />

11. MBA, Executive @ China Europe International Business School -<br />

CEIBS (China)<br />

11. MBA, Executive @ Instituto de Empresa Business School (Espanha)<br />

13. MBA,Executive @ International Institute for Manag<strong>em</strong>ent Develop-<br />

ment – IMD (Suíça)<br />

14. MBA @ Massachusetts Institute of Technology - MIT: Sloan (EUA)<br />

15. MBA @ University of Cambridge: Judge (EUA)<br />

16. MBA, Executive, Global Executive @ Universidad de Navarra: Instituto<br />

de Estudios Superiores de la Empresa – IESE (Espanha)<br />

17. MBA, Executive, UCLA|NUS Global Executive @ University of California<br />

Los Angeles - UCLA: Anderson (EUA)<br />

18. MBA @ Hautes Études Commerciales - HEC (França)<br />

19. MBA, Manag<strong>em</strong>ent & Manufacturing, Juris-Doctor, Medicine Manag<strong>em</strong>ent,<br />

Executive @ Northwestern University: Kellogg (EUA)<br />

19. MBA, Executive, Global @ University of Michigan: Ross (EUA)<br />

19. MBA, Executive @ University of Oxford: Said (Reino Unido)<br />

(Ranking: FT.com)<br />

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