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O homem de Estado ateniense em Plutarco: o caso dos Alcméonidas

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Parte III - A Vida <strong>de</strong> Teseu<br />

<strong>de</strong> Atenas: Amazónion 248 (es. 27.3), a Estela 249 , próxima do t<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> Terra<br />

Olímpica (es. 27. 6), o nome da Aca<strong>de</strong>mia 250 (es. 32. 5) e o Horcomósion 251<br />

(es. 27. 7). Mas é igualmente a esse episódio que estão associa<strong>dos</strong> a fundação<br />

<strong>de</strong> uma colónia, Pitópolis, e o nome do rio que a atravessava 252 (es. 23. 3-6).<br />

Po<strong>de</strong>mos, portanto, concluir que, segundo o test<strong>em</strong>unho <strong>de</strong> <strong>Plutarco</strong>, a<br />

orig<strong>em</strong> da generalida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> associa<strong>dos</strong> a Teseu assenta nas melhores ações<br />

do herói, dignas do fundador da gloriosa cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Atena. Esta perspetiva, que<br />

po<strong>de</strong>ria ser posta <strong>em</strong> causa por tudo quanto diz respeito à <strong>de</strong>sprezada Ariadne<br />

ou à Amazonomaquia (se aceitarmos que foi provocada por um rapto), é<br />

reforçada pela omissão <strong>de</strong> um , curioso e muito conhecido <strong>em</strong> Atenas,<br />

a propósito da forma achatada das ná<strong>de</strong>gas <strong>dos</strong> Atenienses, relacionado com<br />

uma má ação do lho <strong>de</strong> Egeu. Segundo a tradição, tal característica era<br />

justicada com o facto <strong>de</strong> parte das ná<strong>de</strong>gas <strong>de</strong> Teseu ter cado agarrada à<br />

rocha (on<strong>de</strong> permanecera sentado no Ha<strong>de</strong>s), no momento <strong>em</strong> que foi salvo<br />

por Héracles 253 .<br />

D<strong>em</strong>ais, to<strong>dos</strong> estes têm subjacente uma forte conotação política<br />

– tanto no que respeita ao dia-a-dia da (a nível religioso, geográco<br />

e <strong>de</strong> costumes), como no que respeita ao fomento da nova cidadania<br />

instituída por Teseu, que é estimulada pelo convívio suscitado pelos<br />

festivais religiosos.<br />

Alguns <strong>dos</strong> relaciona<strong>dos</strong> com as aventuras eróticas partilham essa<br />

conotação, pois confer<strong>em</strong> a Atenas o estatuto <strong>de</strong> cida<strong>de</strong> imperialista, que<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primórdios foi <strong>de</strong>ixando a sua marca pelo mundo helénico através<br />

da fundação <strong>de</strong> colónias – algumas pelo próprio Teseu (Pitópolis), outras<br />

pelos seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes (Ioxo) – e da congregação <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os Gregos para a<br />

celebração <strong>de</strong> jogos. Festas e colónias consegu<strong>em</strong>, assim, fomentar o espírito<br />

248 A topograa da batalha contra as Amazonas r<strong>em</strong>ete para lugares <strong>de</strong> culto e <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong><br />

política. Neste <strong>caso</strong> especíco, o Amazónion correspon<strong>de</strong>ria ao local do acampamento das<br />

Amazonas e caria próximo do Areópago. Cf. Apollod. Epit. 1. 16; D. S. 4. 28. 2.<br />

249 Este monumento fúnebre <strong>em</strong> homenag<strong>em</strong> a Hipólita ou Antíope é um <strong>dos</strong> que contribuiu<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento da lenda da Amazonomaquia por ser consi<strong>de</strong>rado test<strong>em</strong>unho da sua<br />

autenticida<strong>de</strong>. Segundo Pl. Ax. 365a e Paus. 1. 18.7, caria também próximo das Porta Itónias e<br />

do t<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> Terra Olímpica, respetivamente.<br />

250 Sobre este , vi<strong>de</strong> supra p. 87.<br />

251 Este ‘lugar do juramento’, on<strong>de</strong> Amazonas e Teseu celebraram a paz, caria próximo do<br />

Teseion e, como tal, não está i<strong>de</strong>nticado.<br />

252 De facto, esta aventura amorosa teve consequências a nível da política externa enquanto<br />

prenúncio das futuras colónias que Atenas haveria <strong>de</strong> fundar. Aquando da passag<strong>em</strong> <strong>de</strong> Teseu<br />

e Antíope pela região da Bitínia, um <strong>dos</strong> m<strong>em</strong>bros da comitiva, Solunte, apaixona-se pela<br />

amazona. Esta, conhecedora do seu interesse, mostra não estar interessada, mas nada revela a<br />

Teseu para evitar probl<strong>em</strong>as. Solunte, <strong>de</strong>sgostoso, atira-se ao rio, que viria a receber o seu nome<br />

por indicação do herói, que relacionou o sucedido com um oráculo da Pítia e <strong>de</strong>u o nome <strong>de</strong><br />

Pitópolis à cida<strong>de</strong> que aí fundou.<br />

253 Sobre este assunto, vi<strong>de</strong> Ar. Eq. 1368, Suda, s. v. , Mills (1997: p. 12, n. 40); Pelling<br />

(1999: 432).<br />

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