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O homem de Estado ateniense em Plutarco: o caso dos Alcméonidas

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Aventuras<br />

Na verda<strong>de</strong>, o facto <strong>de</strong> se ter associado à invasão e aos combates<br />

monumentos e toponímia permitiu que se pu<strong>de</strong>sse narrar o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da batalha com tanta verosimilhança que, com o t<strong>em</strong>po, a simples alusão a<br />

locais conheci<strong>dos</strong> por to<strong>dos</strong> se tornou test<strong>em</strong>unho <strong>de</strong> historicida<strong>de</strong> (cf. es.<br />

27. 2).<br />

<strong>Plutarco</strong> começa por mencionar que as Amazonas acamparam no interior<br />

da cida<strong>de</strong> 119 , como prova das suas capacida<strong>de</strong>s bélicas, pois não era qualquer<br />

inimigo que conseguia entrar no coração da 120 .<br />

Depois <strong>de</strong> armar que os combates <strong>de</strong>correram entre a Pnix (colina a<br />

oci<strong>de</strong>nte da Acrópole) e a Colina das Musas (colina fronteira à Acrópole), o<br />

Queroneu evoca o test<strong>em</strong>unho <strong>de</strong> Cli<strong>de</strong>mo, que pormenoriza o <strong>de</strong>curso da<br />

batalha: a ala esquerda das Amazonas esten<strong>de</strong>u-se até ao Amazónion (que, ao<br />

que parece, cava na vertente noroeste do Areópago); a direita esten<strong>de</strong>u-se até<br />

à Pnix junto do santuário <strong>de</strong> Crisa 121 . Cli<strong>de</strong>mo conta ainda que a missão <strong>dos</strong><br />

Atenienses que combateram a ala esquerda das Amazonas foi particularmente<br />

difícil, como atestam os diversos túmulos erigi<strong>dos</strong> <strong>em</strong> ambos os la<strong>dos</strong> da rua<br />

que conduz às portas do Pireu, próximas do t<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> Calcodonte. Estes<br />

Atenienses foram <strong>em</strong>purra<strong>dos</strong> até ao santuário das Euméni<strong>de</strong>s e acabaram por<br />

ce<strong>de</strong>r. Já os que enfrentaram a ala direita – a partir do Paládio (tribunal que<br />

julgava homicídios involuntários, a oci<strong>de</strong>nte do t<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> Terra Olímpica),<br />

do Ar<strong>de</strong>to (colina próxima do estádio, on<strong>de</strong> os heliastas prestavam juramento)<br />

e do Liceu – conseguiram repelir as guerreiras até ao acampamento e matar<br />

muitas <strong>de</strong>las.<br />

<strong>Plutarco</strong> refere ainda outros locais que se pren<strong>de</strong>m às diferentes tradições<br />

sobre o m da Amazonomaquia. Como Cli<strong>de</strong>mo, o Queroneu acredita que o<br />

conito terminou com um tratado <strong>de</strong> paz celebrado por intermédio <strong>de</strong> Antíope<br />

(Hipólita, segundo Cli<strong>de</strong>mo). Como «prova» disso, o biógrafo (es. 27. 7)<br />

alu<strong>de</strong> à existência <strong>de</strong> um lugar chamado Horcomósion (próximo do Teseion),<br />

cujo nome <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> ‘juramento’, por ter sido aí que tudo se resolveu 122 .<br />

Refere igualmente o sacrifício 123 outrora celebrado, na véspera do festival <strong>de</strong><br />

Teseu, <strong>em</strong> m<strong>em</strong>ória das Amazonas.<br />

o biógrafo associe estes túmulos à invasão da Ática, a sua existência é certamente anterior ao<br />

aparecimento <strong>de</strong>ste episódio e está relacionada com o culto local.<br />

119 A. Eu. 685-690 situa o acampamento no Areópago, o que faz todo o sentido na medida<br />

<strong>em</strong> que as guerreiras passavam por lhas <strong>de</strong> Ares.<br />

120 Ao enaltecer as capacida<strong>de</strong>s do inimigo e ao exagerar as diculda<strong>de</strong>s do combate, <strong>Plutarco</strong><br />

valoriza os Atenienses que conseguiram <strong>de</strong>rrotar s<strong>em</strong>elhante invasor.<br />

121 Desconhece-se a localização <strong>de</strong>ste santuário. É provável que casse nas imediações da<br />

Pnix.<br />

122 Segundo Paus. 1. 18. 4, o acordo que ocorreu neste lugar foi o celebrado entre Teseu e<br />

Pirítoo. O juramento <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> feito pelos dois heróis é mencionado igualmente <strong>em</strong> S. OC<br />

1593.<br />

123 Sobre o objetivo <strong>de</strong> tais sacrifícios, vi<strong>de</strong> Dow<strong>de</strong>n (1997: 120).<br />

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