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O homem de Estado ateniense em Plutarco: o caso dos Alcméonidas

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O <strong>caso</strong> <strong>de</strong> Péricles e Alcibía<strong>de</strong>s<br />

a<strong>de</strong>rir à solução militar, apenas pretendia estabelecer <strong>de</strong>nitivamente a posição<br />

do império <strong>ateniense</strong> no seio da Héla<strong>de</strong>:<br />

<br />

<br />

<br />

Per<br />

“ele não ce<strong>de</strong>u por gran<strong>de</strong> prudência, com a convicção <strong>de</strong> que agia pelo<br />

melhor, pois julgava aquela exigência uma tentativa <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciar a cedência,<br />

transigência e uma conssão <strong>de</strong> fraqueza. Outros diz<strong>em</strong> que <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhou <strong>dos</strong><br />

Lace<strong>de</strong>mónios por uma certa arrogância, <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> vencer e <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong><br />

autorida<strong>de</strong>.”<br />

Deste modo, a prudência e a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> alma <strong>de</strong> Péricles surg<strong>em</strong><br />

também como responsáveis pela não anulação do <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> Mégara, o mesmo<br />

é dizer, pela Guerra do Peloponeso. Essas suas qualida<strong>de</strong>s zeram-no ver<br />

que essa seria a melhor opção, pois as exigências <strong>dos</strong> Lace<strong>de</strong>mónios – que<br />

t<strong>em</strong>iam o crescente po<strong>de</strong>r <strong>ateniense</strong> – tinham por principal objetivo vericar<br />

se «os mais fortes» cediam (o que seria uma inegável prova <strong>de</strong> fraqueza 320 e<br />

um prece<strong>de</strong>nte incontornável para exigências ainda maiores). Houve, porém,<br />

qu<strong>em</strong> o acusasse <strong>de</strong> agir assim por pura arrogância (que já vimos ser um <strong>dos</strong><br />

traços mais critica<strong>dos</strong> da personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste estadista 321 ) e vaida<strong>de</strong>, apenas<br />

para <strong>de</strong>monstrar o seu po<strong>de</strong>rio.<br />

<strong>Plutarco</strong> menciona ainda outro motivo para a teimosia <strong>de</strong> Péricles, que já<br />

abordámos <strong>em</strong> diferentes ocasiões: a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sviar a atenção do povo<br />

que estava <strong>de</strong>terminado <strong>em</strong> arranjar-lhe probl<strong>em</strong>as, nomeadamente através<br />

<strong>dos</strong> ataques que fazia aos seus amigos 322 :<br />

<br />

<br />

<br />

(Per. 32. 6)<br />

“avivou então o fogo 323 da guerra que estava iminente e que ardia <strong>em</strong> segredo,<br />

esperando dissipar as acusações e diminuir as más vonta<strong>de</strong>s; é que, nas <strong>em</strong>presas<br />

gran<strong>de</strong>s e arriscadas, era só nele que a cida<strong>de</strong> conava por causa do prestígio e<br />

do po<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>tinha.”<br />

320 Cf. uc. 1. 140. 5.<br />

321 Vi<strong>de</strong> supra p. 238.<br />

322 Per. 31. 2. Sobre este assunto, vi<strong>de</strong> supra p. 256 sqq.<br />

323 Imag<strong>em</strong> também usada por Aristófanes (Pax 608-610).<br />

279

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