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O homem de Estado ateniense em Plutarco: o caso dos Alcméonidas

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Parte I<br />

14<br />

<br />

<br />

<br />

“Quanto há <strong>de</strong> vergonhoso e censurável,<br />

Tudo isso atribuíram aos <strong>de</strong>uses Homero<br />

e Hesíodo: roubos, adultérios e mentiras.” 8<br />

Xenófanes (fr. 14 e 15 Diels) mostra também alguma incredulida<strong>de</strong><br />

ante a conceção antropomórca das divinda<strong>de</strong>s gregas, alegando que, se os<br />

crentes foss<strong>em</strong> animais, cada espécie faria os seus <strong>de</strong>uses à respetiva imag<strong>em</strong><br />

e s<strong>em</strong>elhança, o que mostra o relativismo <strong>dos</strong> conceitos veicula<strong>dos</strong> pela<br />

mitologia.<br />

<br />

<br />

“Julgam os mortais que os <strong>de</strong>uses foram gera<strong>dos</strong>,<br />

Que têm os trajes <strong>de</strong>les, e a mesma voz e corpo.”<br />

(fr. 14 Diels)<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

“Mas se os bois, ou os leões tivess<strong>em</strong> mãos,<br />

ou pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> pintar ou esculpir como os homens,<br />

os cavalos <strong>de</strong>senhariam imagens equinas <strong>dos</strong> <strong>de</strong>uses, e os bois, bovinas,<br />

e pintariam a forma e o corpo <strong>dos</strong> <strong>de</strong>uses como eles os têm,<br />

<strong>de</strong> modo que teria o seu aspeto físico 9 .”<br />

(fr. 15 Diels)<br />

Po<strong>de</strong>mos invocar ainda as palavras <strong>de</strong> Hecateu <strong>de</strong> Mileto 10 (FgrHist 1a),<br />

cont<strong>em</strong>porâneo <strong>de</strong> Xenófanes, que nos mostra que muitos Gregos, tendo a<br />

noção <strong>de</strong> que as histórias narradas pelo mito eram pouco sérias e <strong>de</strong>dignas,<br />

8 Rocha Pereira (1998b: 132).<br />

9 I<strong>de</strong>m: 132.<br />

10 É consi<strong>de</strong>rado o inventor da cronologia genealógica e da explicação racional das tradições<br />

míticas, instrumentos básicos para o discurso histórico. Hecateu continuou a interessar-se pela<br />

geograa, na esteira da escola milesiana, cuja linguag<strong>em</strong>, b<strong>em</strong> como o estilo cientíco, também<br />

adotou.

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