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práticas educativas das dançarinas prostitutas do ... - Itaporanga.net

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movimentação tem por objetivo retirar a fantasia cuida<strong>do</strong>samente escolhida. Desmontar<br />

um mun<strong>do</strong> imaginário de uma personagem que desaba de sua forma e apresenta a nudez<br />

de seu corpo. Resta apenas uma pequena calcinha. Muitas vezes amarrada <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />

la<strong>do</strong>s com laços que são facilmente desfeitos. A calcinha já desamarrada é puxada de<br />

um la<strong>do</strong> para outro passan<strong>do</strong> entre o ânus e a vulva completamente raspada. Uma vulva<br />

que assiste aos mun<strong>do</strong>s de olhares de desejo e emoção.<br />

Em seguida, a bailarina desce <strong>do</strong> palco e invade a platéia se deslocan<strong>do</strong> para a<br />

mesa <strong>do</strong>s investi<strong>do</strong>res <strong>do</strong> espetáculo. Uma nova música. Desta vez, mais potente,<br />

preenche loucamente nossos ouvi<strong>do</strong>s e um novo baila<strong>do</strong> se vai forman<strong>do</strong> entre os olhos<br />

atentos de to<strong>do</strong>s e, ao mesmo tempo, partilha<strong>do</strong> “exclusivamente” pelos que<br />

contrataram o show.<br />

Ao longo <strong>do</strong> salão, várias mesas foram distribuí<strong>das</strong>. Pessoas senta<strong>das</strong> no entorno<br />

<strong>das</strong> referi<strong>das</strong> mesas. Homens e mulheres que se misturam aos olhos sempre atentos <strong>do</strong>s<br />

seguranças. Mulheres nuas exibem suas formas arre<strong>do</strong>nda<strong>das</strong> e passeiam pelo território<br />

<strong>do</strong> prazer. Homens senta<strong>do</strong>s. Olhares perdi<strong>do</strong>s de uns e a total atenção de outros que<br />

buscam – ao que parece – algum senti<strong>do</strong> para a sua própria existência. É como se não<br />

ouvissem a música que invade to<strong>do</strong> ambiente. É como se ensurdecessem ao clamor <strong>do</strong><br />

baila<strong>do</strong> e cheiro feminino que embriagava de prazer a humanidade reticente e ávida de<br />

(des)contentamento.<br />

As <strong>dançarinas</strong>, que eventualmente podem dividir o prazer sexual com os clientes<br />

que estão dispostos a pagar a modesta quantia de 30,00 reais em média, apresentam a<br />

sua insatisfação em relação ao espaço prepara<strong>do</strong> para os momentos calorosos de amor.<br />

Dizem que as condições <strong>do</strong>s quartos não estão devidamente apropria<strong>das</strong> para tal<br />

realização. Na realidade, um pequeno cômo<strong>do</strong>, com uma cama colada à parede fria e<br />

que preenche quase to<strong>do</strong> espaço desse território, deixan<strong>do</strong> apenas um minúsculo<br />

corre<strong>do</strong>r delimita<strong>do</strong> por outra parede. Um minúsculo banheiro como cheiro de pinho<br />

que pe<strong>net</strong>ra por to<strong>do</strong> recinto e invade nossas narinas. Um lençol desbota<strong>do</strong> pelo tempo,<br />

certamente testemunha de acolhimento de muitas noites de amor, com um leve cheiro de<br />

mofo, reveste a cama e embala os corpos <strong>do</strong>s amantes que, como dançarinos, inventam<br />

novo movimento como uma réplica <strong>do</strong> baila<strong>do</strong> que fora apresenta<strong>do</strong> momentos antes<br />

para o público ávi<strong>do</strong> de prazer. Circunspetos em silenciosos soslaios. Movi<strong>do</strong>s pela

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