práticas educativas das dançarinas prostitutas do ... - Itaporanga.net
práticas educativas das dançarinas prostitutas do ... - Itaporanga.net
práticas educativas das dançarinas prostitutas do ... - Itaporanga.net
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
as recata<strong>das</strong>, têm a coragem de sacrificar, para servi-la, a<br />
consideração que esta sociedade ousa lhes tirar injustamente.<br />
Vivam as que se sentem honra<strong>das</strong> com este título.<br />
Ou como diria Nietzsche (1976, p. 47) no Crepúsculo <strong>do</strong>s Í<strong>do</strong>los,<br />
Somos necessários, somos um fragmento <strong>do</strong> destino,<br />
formamos parte <strong>do</strong> to<strong>do</strong>; não há nada que possa julgar,<br />
medir, comparar e condenar nossa existência, pois isso<br />
equivaleria a julgar, medir, comparar e condenar o to<strong>do</strong><br />
(NIETZSCHE, 1976, p. 47).<br />
A prostituição se faz necessária apesar <strong>do</strong> disfarce que comporta pela<br />
meticulosidade <strong>do</strong> ato e, ao mesmo tempo, pela diferença de suas inúmeras<br />
manifestações. Os lugares de atuação passam por grandes variações. Do bordel féti<strong>do</strong><br />
aos canais sedutores e imagéticos <strong>das</strong> infovias. Da bêbada purulenta que trafega pelas<br />
vielas <strong>das</strong> grandes cidades trocan<strong>do</strong> suas carnes por uma pedra de crack à devota e<br />
exuberante deusa lançada em sites eletrônicos ou em Casas de Massagem com luxuosos<br />
equipamentos espalha<strong>das</strong> pelas grandes cidades. O descompasso entre o feio e o belo,<br />
entre o bem e o mal deve recompor a passagem <strong>do</strong> prazer feminino e <strong>do</strong> lugar da<br />
prostituição. De conformidade com os estu<strong>do</strong>s de Pais,<br />
Também as mulheres casa<strong>das</strong> comercializam favores sexuais e<br />
até ‘santos padres’ se intrometeram gananciosamente no<br />
contorno desse florescente negócio. Na esfera conjugal, as<br />
relações sexuais tanto aparecem por ‘senti<strong>do</strong> de prazer’ como<br />
por ‘senti<strong>do</strong> de dever’. Se os mais puritanos <strong>do</strong>s esposos<br />
invertessem a proposição segun<strong>do</strong> a qual ‘a liberdade sexual<br />
feminina reduz o papel da prostituição’ chegariam a<br />
desconcertante conclusão de que o aumento da prostituição<br />
pode reduzir a infidelidade conjugal. Aqui temos uma boa<br />
justificação da tolerância que deliberada ou veladamente a<br />
prostituição passa a ter (PAIS, 2008, p. 37).<br />
A necessidade de se apresentar como dançarina e não como garota de programa,<br />
acompanhante, prostituta ou garota de boite é sempre explicita e recorrente em discurso<br />
<strong>das</strong> “<strong>dançarinas</strong>”. Como se quisessem encobrir – apesar de chamarem de casa – os<br />
lugares de trabalho situa<strong>do</strong>s em territórios de prazer. O que se pode constatar é que um<br />
cliente que busca um território de prostituição não o faz com o intuito exclusivo de<br />
satisfação sexual. O que compõe o imaginário masculino vai muito além <strong>do</strong> gozo