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Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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Das tabernas das pequenas aldeias, às festas, passan<strong>do</strong> pelos restaurantes e pelas<br />

casas de cada um, bebem-se bebidas alcoólicas em maior ou menor grau de uma forma<br />

mais ou menos regular. As crianças e a<strong>do</strong>lescentes portugueses crescem no contacto diário<br />

com este tipo de bebidas e no estímulo para o seu consumo (através das figuras de<br />

referência como os pais e í<strong>do</strong>los ou da publicidade).<br />

O desafio que um a<strong>do</strong>lescente abstémio enfrenta quan<strong>do</strong> se junta com um grupo de<br />

amigos é grande, e é talvez por isso que as gerações de dependentes <strong>do</strong> álcool se vão<br />

perpetuan<strong>do</strong>. Assim, a melhor forma de lutar contra esta dependência será equipar o<br />

a<strong>do</strong>lescente com os conhecimentos e os meios que lhe permitam resistir ao primeiro trago.<br />

“Se houver crianças com tal força de vontade, certamente haverá muito menos alcoólicos”<br />

(RIBEIRO, 1995, p. 1).<br />

O grupo, para além de factor de integração social, funciona também, como incentivo<br />

a novas experiências de consumo, que poderão ser desviantes. A pressão <strong>do</strong> grupo e da<br />

família talvez sejam os responsáveis pela iniciação e abuso <strong>do</strong> consumo de álcool. Ao<br />

referir-se à família MELLO e cols (2001), afirmam que esta tem um papel fulcral nos hábitos<br />

<strong>do</strong>s jovens/crianças, pois pode levar a mudança de costumes, e a transmitir falsos conceitos<br />

e modelos culturais de utilização <strong>do</strong> álcool. ISMAIL, cita<strong>do</strong> por CARVALHO (2003), salienta<br />

que é com os pais que se aprende a beber. OLIVEIRA (1999 a, p. 28), acrescenta que<br />

“quem conhece o interior <strong>do</strong> país não tem dúvidas de que o álcool continua a fazer parte da<br />

dieta alimentar das crianças habituadas a ingerir, pela manhã, as “sopas de cavalo cansa<strong>do</strong>”.<br />

Para FARATE (2001), os consumos assumem uma sequência comportamental que é<br />

inaugurada pelo uso de cerveja ou bebidas destiladas e está fortemente associada a<br />

actividades de delinquência menor no contexto <strong>do</strong> grupo de pares. Nesta evolução verifica-<br />

se que as drogas legais precedem sempre o consumo de drogas ilegais. Refere ainda que o<br />

uso experimental ou ocasional de álcool, está normalmente associa<strong>do</strong> a um “funcionamento<br />

normal <strong>do</strong> EU a<strong>do</strong>lescente” (p. 72).<br />

Não é demais repetir um da<strong>do</strong> importante: não existe consumo de álcool sem risco,<br />

ou, não é necessário ser um alcoólico para se ter problemas com bebida alcoólica. Com<br />

efeito, na a<strong>do</strong>lescência, aquan<strong>do</strong> das primeiras experiências com a bebida alcoólica, pode<br />

emergir o a<strong>do</strong>lescente fraco e o a<strong>do</strong>lescente forte em relação ao álcool. O a<strong>do</strong>lescente fraco<br />

sensível á bebida é aquele que, com uma ou duas <strong>do</strong>ses de bebida alcoólica, já se sente<br />

altera<strong>do</strong> e, ao mesmo tempo, pode passar mal com isso. No dia seguinte ao seu uso ou ao<br />

abuso de álcool, este sente os seus efeitos como mal-estar, <strong>do</strong>r de cabeça, problemas<br />

ab<strong>do</strong>minais, indisposição. Desenvolve também, a tolerância comportamental, ou seja,<br />

mantêm alguma capacidade de executar tarefas mesmo sobre o seu efeito (SHUCKIT,<br />

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