Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...
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Para GAIGNARD e cols (1991) e BREDA (2000), é extremamente difícil fixar, quer os limites individuais quer a cronologia dos efeitos do etanol. Assim, os autores descrevem os seguintes efeitos de intoxicação pelo álcool: • A partir de 0,4 gr./Litro há uma desinibição ligeira; as funções mentais começam a ficar comprometidas; a percepção da distância e da velocidade são prejudicadas; • Com 0,6 gr./Litro o indivíduo tem dificuldade em tomar decisões; reflexos retardados, dificuldades de adaptação da visão a diferenças de luminosidade, super-estimação das capacidades e minimização dos riscos (fase de papagaio); • A partir de 0,8 gr./Litro o indivíduo não deve conduzir, há problemas de coordenação neuromuscular e incapacidade de concentração; • A partir de 1,0 gr./Litro, faz figura de palhaço! • A partir de 1,5 gr. /Iitro o indivíduo, no dia seguinte poderá não se lembrar de nada do que se passou, o que não abona em seu favor (fase de leão); • Com 3,5 gr. /Iitro urina nas calças, além de outras cenas menos próprias, fica sonolento e acaba por não se divertir (fase de porco); • Com 5,5 gr./Litro tem grandes probabilidades de entrar em coma com problemas respiratórios e morte iminente. Para chegar a este valor só se necessita fazer o somatório das quantidades de álcool dos respectivos copos ingeridos. Em Portugal, ainda há muitas crianças e adolescentes para quem o pequeno-almoço é constituído por vinho e pão, as chamadas “sopas de cavalo cansado”, isto porque ainda existe a ideia de que o vinho dá força e calor! Estas práticas são mais frequentes nas terras frias e/ou regiões produtoras de vinho como é o caso da região do famoso vinho do DÃO. As bebidas alcoólicas são, como já referi bebidas que contêm álcool etílico (BREDA, 2000a) em diferentes concentrações (MELLO e cols. 1988) o que lhes confere diferentes graus alcoólicos. São obtidas dos mais variados frutos e plantas, nomeadamente uvas, figo, arroz, batata, pêra, maçã, banana, amêndoa, trigo, centeio, cevada, ameixa, amora, medronho, cana do açúcar, mel e outras plantas que por fermentação do açúcar dão origem à substância psicoactiva que é o álcool (PATRICIO, 2002). Quanto à sua origem, MELLO e cols. (2001), referem que as bebidas alcoólicas podem ser fermentadas ou destiladas. As primeiras são obtidas pela fermentação alcoólica dos sumos açucarados, através da acção das leveduras enquanto que as segundas, resultam da destilação (evaporação, seguido de condensação pelo frio) do álcool que foi produzido pela fermentação. Por conseguinte as bebidas destiladas têm maior graduação que as bebidas fermentadas. São exemplos de bebidas alcoólicas fermentadas (MELLO e cols. 1988): • o vinho (obtido por fermentação do sumo de uva. Tem graduações que variam sensivelmente entre 8 e 13 graus); 78
• a cerveja (obtida por fermentação de cereais (cevada) e aromatizada pelo lúpulo. A sua graduação varia entre 4 e 8 graus); • a cidra (obtida por fermentação do sumo de maçã, raramente ultrapassa os 4 a 5 graus) e a água-pé (obtida da mistura de água e mosto já espremido) São exemplo de bebidas destiladas: • as aguardentes (têm uma graduação que ronda os 45°, resultando da destilação de vinhos, cognac, frutos (aguardente de medronhos, figos), sementes (whisky, gin, vodka), melaço de cana sacarina (rum); • os aperitivos/licores (bebidas à base de vinhos, com maior graduação que estes (Porto e Madeira) ou de misturas de vinhos com álcool, açúcar e aromas (anis, licores diversos). A sua graduação varia de 15º a 20º). Nos anos noventa, surgiram no Reino Unido novas bebidas conhecidas por alcoopops, que consistem em refrescos aos quais se adicionou álcool. Actualmente encontram-se difundidos por toda a Europa e também em Portugal e o seu conteúdo alcoólico oscila entre 4º e 15º. O álcool é a droga mais consumida no nosso contexto sócio-cultural, aquela de que se abusa mais e a que mais problemas sociais e de saúde pública acarretam. PATRÍCIO (2002), considera droga toda a substância que modifica o sistema nervoso central, que quando instalada no organismo, se dirige, através do sangue ao cérebro, marcando o seu ecossistema de forma variável sendo a sua principal característica a «psicoactividade», isto é, a capacidade que estas substâncias têm para chegar ao cérebro e modificar o seu funcionamento habitual e o seu uso regular pode gerar processos como: • Tolerância – à medida que o organismo se vai adaptando à presença regular da substância, necessita de uma maior quantidade para produzir os mesmos efeitos. No que se refere ao álcool esta, difere segundo o sexo independentemente das quantidades e variedade ingeridas. • Dependência – implica um uso habitual, mais ou menos prolongado, a pessoa necessita consumir a substância para não experimentar sintomas de abstinência (dependência física) e para defrontar a sua vida quotidiana (dependência psicológica). Segundo a Organização Mundial de Saúde, entende-se dependência, como o modelo de comportamento, em que se torna prioridade o uso de uma substância psicoactiva, frente a outras condutas, consideradas anteriormente como mais importantes. Para o mesmo autor o abuso da droga pode provocar diferentes tipos de transtornos: • Físicos - quando, como consequência da sua toxicidade, surgem danos no organismo da pessoa consumidora, como por exemplo cirrose hepática, causada pelo abuso do álcool; • Psicológicos - quando incidem negativamente sobre a relação da pessoa consigo mesmo e com a sua parte afectiva, como acontece nos conflitos com os seus pares por abuso de álcool; • Sociais - quando implicam com a comunidade, como acontece com os acidentes de viação provocados por condutores sobre os efeitos de álcool. Tradicionalmente, o fenómeno de dependência dizia respeito exclusivamente à utilização de substâncias, sendo a dependência física o seu componente central e o seu requisito essencial. O consumo continuado de determinadas substâncias (opiáceos, álcool, tabaco...) provoca uma série de reacções no organismo, entre as quais se destaca a 79
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Para GAIGNARD e cols (1991) e BREDA (2000), é extremamente difícil fixar, quer os limites<br />
individuais quer a cronologia <strong>do</strong>s efeitos <strong>do</strong> etanol. Assim, os autores descrevem os seguintes efeitos de<br />
intoxicação pelo álcool:<br />
• A partir de 0,4 gr./Litro há uma desinibição ligeira; as funções mentais começam a ficar<br />
comprometidas; a percepção da distância e da velocidade são prejudicadas;<br />
• Com 0,6 gr./Litro o indivíduo tem dificuldade em tomar decisões; reflexos retarda<strong>do</strong>s, dificuldades<br />
de adaptação da visão a diferenças de luminosidade, super-estimação das capacidades e<br />
minimização <strong>do</strong>s riscos (fase de papagaio);<br />
• A partir de 0,8 gr./Litro o indivíduo não deve conduzir, há problemas de coordenação<br />
neuromuscular e incapacidade de concentração;<br />
• A partir de 1,0 gr./Litro, faz figura de palhaço!<br />
• A partir de 1,5 gr. /Iitro o indivíduo, no dia seguinte poderá não se lembrar de nada <strong>do</strong> que se<br />
passou, o que não abona em seu favor (fase de leão);<br />
• Com 3,5 gr. /Iitro urina nas calças, além de outras cenas menos próprias, fica sonolento e acaba<br />
por não se divertir (fase de porco);<br />
• Com 5,5 gr./Litro tem grandes probabilidades de entrar em coma com problemas respiratórios e<br />
morte iminente.<br />
Para chegar a este valor só se necessita fazer o somatório das quantidades de álcool<br />
<strong>do</strong>s respectivos copos ingeri<strong>do</strong>s. Em Portugal, ainda há muitas crianças e a<strong>do</strong>lescentes para<br />
quem o pequeno-almoço é constituí<strong>do</strong> por vinho e pão, as chamadas “sopas de cavalo<br />
cansa<strong>do</strong>”, isto porque ainda existe a ideia de que o vinho dá força e calor! Estas práticas são<br />
mais frequentes nas terras frias e/ou regiões produtoras de vinho como é o caso da região<br />
<strong>do</strong> famoso vinho <strong>do</strong> DÃO.<br />
As bebidas alcoólicas são, como já referi bebidas que contêm álcool etílico (BREDA,<br />
2000a) em diferentes concentrações (MELLO e cols. 1988) o que lhes confere diferentes<br />
graus alcoólicos. São obtidas <strong>do</strong>s mais varia<strong>do</strong>s frutos e plantas, nomeadamente uvas, figo,<br />
arroz, batata, pêra, maçã, banana, amên<strong>do</strong>a, trigo, centeio, cevada, ameixa, amora,<br />
medronho, cana <strong>do</strong> açúcar, mel e outras plantas que por fermentação <strong>do</strong> açúcar dão origem<br />
à substância psicoactiva que é o álcool (PATRICIO, 2002).<br />
Quanto à sua origem, MELLO e cols. (2001), referem que as bebidas alcoólicas<br />
podem ser fermentadas ou destiladas. As primeiras são obtidas pela fermentação alcoólica<br />
<strong>do</strong>s sumos açucara<strong>do</strong>s, através da acção das leveduras enquanto que as segundas,<br />
resultam da destilação (evaporação, segui<strong>do</strong> de condensação pelo frio) <strong>do</strong> álcool que foi<br />
produzi<strong>do</strong> pela fermentação. Por conseguinte as bebidas destiladas têm maior graduação<br />
que as bebidas fermentadas. São exemplos de bebidas alcoólicas fermentadas (MELLO e<br />
cols. 1988):<br />
• o vinho (obti<strong>do</strong> por fermentação <strong>do</strong> sumo de uva. Tem graduações que variam<br />
sensivelmente entre 8 e 13 graus);<br />
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