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Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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pode envergar traje académico, não pode praxar, não pode participar em actividades<br />

académicas, nem pode ser chama<strong>do</strong> como os demais membros da academia. Assim, a<br />

necessidade de pertença ao grupo contribui para a aceitação e adesão <strong>do</strong>s caloiros a este<br />

ritual.<br />

A história da praxe remonta ao século XIV, praticada na altura pelo clérigo monástico,<br />

mas o seu contexto mais conheci<strong>do</strong> aparece no século XVI sob o nome de "Investidas". Na<br />

época, a praxe era bastante dura para com os caloiros, o que a levou a ser considerada<br />

"selvagem" pela opinião popular nos finais <strong>do</strong> século XIX. Revestiu-se de diversas formas,<br />

sofreu inúmeras transformações e chegou mesmo a estar proibida e suspensa. Após o 25 de<br />

Abril de 1974, a Universidade deixou se ver vista como um lugar sagra<strong>do</strong>, destina<strong>do</strong> a muito<br />

poucos, e com a sua democratização retomou-se a grande tradição da praxe académica.<br />

Foi em 1979, na magna academia de Coimbra, com o fim <strong>do</strong> luto negro, por um grupo<br />

de Veteranos preocupa<strong>do</strong>s com a "perseguição politica" e os exageros que a caracterizavam<br />

reactivada a praxe coimbrã. Durante o primeiro ano de existência este grupo institui a ordem<br />

para a qual consegue angariar nas suas fileiras bastantes alunos e ex-alunos da academia<br />

de Coimbra, que preocupa<strong>do</strong>s pela situação da praxe resolveram envolver-se directamente<br />

de mo<strong>do</strong> a fazer ressurgir as antigas tradições de praxe da mais antiga academia nacional.<br />

Muitas foram as tentativas de reconhecer formalmente a ordem perante a alta<br />

autoridade de praxe mas por sugestão <strong>do</strong> então Dux Academicus de Coimbra a ordem e os<br />

seus membros foram manti<strong>do</strong>s secretos e a sua existência sempre foi negada.<br />

O perío<strong>do</strong> áureo da história da ordem decorreu entre 1980 e 1986 durante o qual a<br />

reitoria da confraria das latas, instituição praxista responsável pela organização da festa das<br />

latas (festas de apresentação <strong>do</strong>s caloiros à cidade), foi acumulada com a Grão Mestria da<br />

ordem da praxe e academia ou exercida por membros desta ordem. Durante o perío<strong>do</strong> de<br />

1982 até 1994 a ordem praxe e academia expandiu-se à maior parte <strong>do</strong> território académico<br />

nacional <strong>do</strong> qual se destacam as academias de Lisboa, Porto, Minho, Trás-os-Montes e Alto<br />

Douro e Algarve. Actualmente, estas actividades alastraram ao território nacional e<br />

internacional o que se verifica em Barcelona, Compostela, Bolonha, Sorbone, Oxford,<br />

Cambridge, Glasgow, Dublin, Cork e Yale.<br />

De entre as tradições da academia Coimbrã, persistem ainda e felizmente, as<br />

serenatas nas escadarias de igrejas e claustros de catedrais, quiçá reminiscência <strong>do</strong>s<br />

tempos em que eram feitas ao luar sob as janelas das eleitas <strong>do</strong> coração <strong>do</strong>s trova<strong>do</strong>res.<br />

To<strong>do</strong>s os elementos intervenientes estão traja<strong>do</strong>s a rigor e ostentam nas capas e batinas,<br />

pins e emblemas oriun<strong>do</strong>s das mais díspares proveniências. De realçar o papel <strong>do</strong>s orfeões<br />

e tunas universitárias onde o gosto pela música popular e de cariz trocista une melómanos<br />

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