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Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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muito mais agradável. É também um meio para conhecer colegas <strong>do</strong> próprio curso e de<br />

outros, sen<strong>do</strong> uma forma de socialização fundamental não só para os que iniciam o Ensino<br />

Superior mas também para os restantes estudantes.<br />

Os estudantes afastam-se <strong>do</strong>s seus habituais amigos e por vezes da família,<br />

deslocan<strong>do</strong>-se para um local desconheci<strong>do</strong> proporcionan<strong>do</strong>-lhes a praxe novos<br />

conhecimentos. É uma "tradição" que deve ser mantida, mas "vigiada", para que aqueles<br />

que entram pela primeira vez se sintam integra<strong>do</strong>s.<br />

É uma tradição dinâmica que tem vin<strong>do</strong> a adaptar-se aos novos tempos, pois em<br />

cada geração ela tem um significa<strong>do</strong> próprio. Não é só um conjunto de regras e costumes,<br />

mas também uma multiplicidade de comportamentos, estatutos, rituais e cerimónias,<br />

simbologia, eventos musicais, hinos, ritmos temporais, trajes, poemas, saídas nocturnas,<br />

integran<strong>do</strong> assim a vida associativa estudantil (FRIAS, 2003).<br />

A<strong>do</strong>rada por uns e detestada por outros a praxe é importante na integração <strong>do</strong>s<br />

novos colegas (caloiros), mas acaba, por vezes, por provocar o inverso, a não integração<br />

<strong>do</strong>s mesmos. Esta dualidade que aqui se tenta evidenciar (integração/não integração) deve-<br />

se ao facto da existência de várias interpretações da realidade da praxe académica. Esta<br />

não deve servir para mostrar a superioridade <strong>do</strong>s "Doutores", nem ser considerada como<br />

uma prova a ser ultrapassada pelos caloiros, mas um convívio com novos colegas.<br />

A praxe académica faz mover uma comunidade estudantil que envolve o meio escolar<br />

e local. Durante os rituais são diferencia<strong>do</strong>s "os caloiros", uns conheci<strong>do</strong>s como: "o caloiro<br />

fixe" e outros como "o caloiro estúpi<strong>do</strong> e chato". Os primeiros são os de espírito aberto,<br />

candidatos a dar continuação à praxe nos próximos anos. Os segun<strong>do</strong>s encaram a praxe<br />

como uma obrigação e por isso para estes, começa e acaba no primeiro ano.<br />

Enquanto tradição é significativa, pois fazen<strong>do</strong> parte da nossa cultura e história<br />

constitui-se como elemento construtor e defini<strong>do</strong>r da própria identidade estudantil. É,<br />

comparável com ritos de iniciação, sejam eles de carácter mais religioso ou mais laico, e<br />

possui a importância social e cultural que se lhe reconhece. Quan<strong>do</strong> obrigatórias, certas<br />

praxes académicas mais não são <strong>do</strong> que aberrantes actos de obsoleto caciquismo. No<br />

entanto, se livres e opcionais, tornam-se, sem sombra de dúvida, numa pré-lavagem da alma<br />

académica.<br />

A adesão à praxe é de carácter facultativo, mas quem aderir terá sempre de respeitar<br />

o código da praxe instituí<strong>do</strong>. De acor<strong>do</strong> com o “Código da Praxe Académica de Coimbra”<br />

cita<strong>do</strong> por PRATA (1994) só adere à praxe quem manifestar essa intenção, no entanto,<br />

RIBEIRO (2001) refere existir uma obrigatoriedade implícita de participação por parte <strong>do</strong>s<br />

novatos neste acontecimento, sujeitan<strong>do</strong>-se á perda de direitos académicos tais como: não<br />

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