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Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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A vida Académica <strong>do</strong> estudante é feita de momentos e de recordações, retratadas<br />

pelos distintivos e insígnias utilizadas, não lhes sen<strong>do</strong> permiti<strong>do</strong> colocar outros adereços sem<br />

significa<strong>do</strong> a nível académico ou pessoal, pois estes não passam de acessórios que<br />

contrariam o que o traje académico representa. Apenas aos elementos de tunas académicas<br />

é permiti<strong>do</strong> o uso de outro tipo de acessórios.<br />

A praxe académica é um conjunto de tradições geradas entre estudantes<br />

universitários e que desde longa data vêm sen<strong>do</strong> transmitidas de geração em geração. É um<br />

modus vivendi característico <strong>do</strong>s estudantes, que enriquece a cultura lusitânia com tradições<br />

criadas e desenvolvidas pelos que os antecederam no uso da capa e batina. É cultura<br />

herdada que tem si<strong>do</strong> preservada e transmitida.<br />

Mas a praxe académica, também ajuda na preparação para a futura vida profissional.<br />

Através das várias “missões impossíveis”, que o praxa<strong>do</strong> tem de desempenhar, torna-se<br />

cada vez mais desinibi<strong>do</strong> e habitua se a improvisar em situações para as quais não estava<br />

prepara<strong>do</strong>. A função educativa também está presente na praxe académica, pois a sanção de<br />

rapar um caloiro, quan<strong>do</strong> apanha<strong>do</strong> na rua a partir de certas horas, tem origem na intenção<br />

de o obrigar a estudar.<br />

A praxe académica e o uso de capa e batina, representam humildade e respeito e<br />

tem uma mecânica inerente que, ao ser desrespeitada, acaba por culminar em verdadeiros<br />

insultos à tradição. O traje académico deve ser usa<strong>do</strong> com orgulho, nunca com arrogância<br />

ou vaidade, pois simboliza a igualdade entre estudantes.<br />

Nos dias de hoje a praxe instituída, não passa de um pequeno número de "rituais",<br />

sen<strong>do</strong> os mais tradicionais os cortes de cabelo, mobilizações da "bicharada", o agraciar com<br />

algumas ordens de penar, umas "festas às unhas" e algumas pauladas. Este tipo de<br />

actividades, são geralmente realizadas no início de cada ano lectivo, por vezes, com algum<br />

excesso, principalmente por parte <strong>do</strong>s estudantes na 2ª matrícula, mas que acabam sempre<br />

por chegar a praxes de consenso e a "saciar" os desejos praxisticos de to<strong>do</strong>s os Doutores e<br />

Engenheiros. Ela tende a ser vivida com um espírito de entreajuda e companheirismo e<br />

nunca, como meio para proteger actos de violência e de cobardia, pratica<strong>do</strong>s nas "costas" da<br />

praxe e sempre por pessoas que sobre ela são completamente ignorantes.<br />

A praxe, é sem sombra de dúvida, o acontecimento que o aluno recém-chega<strong>do</strong>,<br />

mais teme no momento da inserção no ensino superior mas, em simultâneo constitui-se<br />

como um <strong>do</strong>s momentos que trazem animação a to<strong>do</strong> o meio estudantil.<br />

A praxe é o outro la<strong>do</strong> da vida académica e faz parte <strong>do</strong> seu la<strong>do</strong> mais lúdico. Entrar<br />

para o Ensino Superior é um sonho, que uma vez realiza<strong>do</strong> deve ser festeja<strong>do</strong>. O convívio<br />

com colegas na mesma situação provoca uma sintonia de emoções que torna a celebração<br />

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