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Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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2. – A ENTRADA NO ENSINO SUPERIOR<br />

Uma reflexão sobre o estudante no sistema de ensino superior terá, que<br />

obrigatoriamente posicionar-se num contexto social mais vasto onde ele se insere. Para<br />

além da sua “autonomia relativa”, as Instituições <strong>do</strong> Ensino Superior sempre espelharam os<br />

problemas da sociedade. Ao mesmo tempo, enquanto espaço privilegia<strong>do</strong> de produção de<br />

conhecimento, conseguem em muitos casos diagnosticar antecipadamente novas tendências<br />

e desafios que se colocam à humanidade.<br />

A fortíssima expansão que o sistema superior português vem sofren<strong>do</strong> nas últimas<br />

décadas (sobretu<strong>do</strong> desde os anos setenta) é, sem dúvida, reflexo de que o Ensino Superior<br />

se democratizou, tornan<strong>do</strong>-se acessível à entrada de estudantes provenientes das classes<br />

trabalha<strong>do</strong>res, mas simultaneamente exprime as novas contradições com que se debate o<br />

sistema de ensino superior na actualidade. Desde logo, tornaram-se maiores as pressões <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong> e as exigências de produção de um conhecimento aplica<strong>do</strong> e economicamente útil.<br />

Paralelamente, tornaram-se na nossa perspectiva, prementes os problemas que se prendem<br />

com a responsabilidade social e cultural deste nível de ensino, na produção de massa crítica<br />

capaz de contribuir mais eficazmente para a modernização da sociedade.<br />

A entrada no ensino superior, marca uma viragem na formação de um aluno, pois é<br />

nesta decisiva etapa curricular, para muitos a última, que as opções, as incertezas, as<br />

frustrações, os êxitos, assumem um papel decisivo e condicionante no seu futuro perfil<br />

profissional. Uma grande percentagem de alunos vê-se obrigada a aban<strong>do</strong>nar a residência<br />

de sempre, junto <strong>do</strong>s pais, para, de armas e bagagens, se instalarem numa cidade diferente<br />

onde se encontra a instituição de ensino superior.<br />

A entrada no Ensino Superior é, para muitos um desejo torna<strong>do</strong> realidade que exige<br />

capacidade de adaptação, nomeadamente no que se refere à relação pedagógica e formas<br />

de avaliação (ALMEIDA, 2005), marcan<strong>do</strong> a transição para o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho e a sua<br />

própria autonomia, poden<strong>do</strong> contu<strong>do</strong>, ser acompanhada por várias dificuldades, como<br />

sensação de solidão, saudades e alguns receios que quan<strong>do</strong> supera<strong>do</strong>s no primeiro ano de<br />

curso, constitui um factor de protecção <strong>do</strong> risco de insucesso académico, de desmotivação<br />

escolar e até de aban<strong>do</strong>no escolar.<br />

É neste contexto que a praxe/ritual académico assume relevância, ao contribuir para<br />

uma melhor adaptação e integração <strong>do</strong>s novos alunos que ingressam no ensino superior.<br />

Mal interpretada por uns, mal exercida por outros, a praxe/ritual académico é, e será sempre,<br />

um tema controverso e objecto de constante debate.<br />

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