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Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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costumes familiares. Pais e filhos, têm em muitos casos, uma queixa comum não se<br />

compreendem e já não sabem o que mais podem fazer para levar o outro a aceitar a sua<br />

ideia ou o seu ponto de vista, haven<strong>do</strong> por isso a necessidade de apostar num permanente<br />

equilíbrio, entre as exigências <strong>do</strong> sistema familiar e as aspirações de cada membro da<br />

família (ALARCÃO, 2000). Os psicanalistas chamam a esta fase o "luto das imagens<br />

parentais", ou seja, o luto pelos pais de infância, aos quais persistentemente o a<strong>do</strong>lescente<br />

tenta reter na sua personalidade, procuran<strong>do</strong> o refúgio e a protecção que eles significam.<br />

Esta situação complica-se quan<strong>do</strong> os pais assumem atitudes, de não-aceitação <strong>do</strong><br />

seu envelhecimento, ven<strong>do</strong> os seus filhos como crianças e não como adultos. O autor<br />

considera ainda que o jovem precisa de se experimentar, e de experimentar os adultos para<br />

saber, até que ponto estes enquanto pais e educa<strong>do</strong>res, são capazes de aceitar, com a<br />

presença e firmeza feita de tolerância e de amor, o tumulto instintivo e emocional da<br />

a<strong>do</strong>lescência, tal como é vivificada pelo a<strong>do</strong>lescente.<br />

As relações familiares melhoram significativamente, à medida que cresce o<br />

entendimento mútuo, dan<strong>do</strong> lugar a um sentimento de maior confiança e lealdade,<br />

originan<strong>do</strong> um certo grau de responsabilidade.<br />

É importante que jovens e adultos se respeitem nos sentimentos, valores, atitudes e<br />

comportamentos enquadran<strong>do</strong> se num bom sistema de comunicação, porque quan<strong>do</strong> o<br />

diálogo e a comunicação entre o a<strong>do</strong>lescente e os pais se deterioram, o processo de<br />

individualização/separação <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente pode tornar-se uma fonte de sofrimento para<br />

to<strong>do</strong>s, principalmente quan<strong>do</strong> os comportamentos e atitudes diferentes das da família<br />

surgem de uma forma abrupta. A falta de experiência, provoca-lhe algumas dificuldades,<br />

tornan<strong>do</strong>-o muitas vezes hesitante em relação à vida social, procuran<strong>do</strong> de bom gra<strong>do</strong>,<br />

auxílio e protecção junto <strong>do</strong>s seus pais (HOTYAT, 1978).<br />

Os adultos são frequentemente postos à prova, pois se o a<strong>do</strong>lescente necessita de<br />

uma auto afirmação individual, também necessita de os experimentar e saber até que ponto<br />

são capazes de aceitar todas as suas modificações. Na perspectiva de RELVAS (1996),<br />

quan<strong>do</strong> se está perante uma família com a<strong>do</strong>lescentes, os movimentos de mudança são<br />

necessários e notórios em to<strong>do</strong>s os seus membros, para que possa existir uma adaptação<br />

estrutural.<br />

Consideran<strong>do</strong>-se a a<strong>do</strong>lescência um segun<strong>do</strong> nascimento, isto é, o nascimento para<br />

a vida adulta, também na família em termos estruturais, há como que um segun<strong>do</strong><br />

nascimento no casal, isto porque o filho a<strong>do</strong>lescente inicia o processo que faz quebrar a<br />

dependência infantil, conduzin<strong>do</strong>-o ao mun<strong>do</strong> social extra familiar. Neste processo os pais<br />

devem estar atentos, apoian<strong>do</strong> seus filhos nos fracassos e êxitos e respeitan<strong>do</strong> a sua<br />

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