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Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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MARCELLI e BRACONIER (1992) em manifestações depressivas e toda uma sintomatologia<br />

ligada à depressão como tristeza, oscilação de humor, dificuldade de concentração,<br />

fatigabilidade, isolamento, fracasso escolar, anorexia e insónia, e ainda em algumas<br />

dificuldades psicológicas que podem conduzir a suicídio, toxicodependência e condutas <strong>do</strong><br />

tipo psicopático. As questões litigiosas, as disputas e as cenas de violência, são<br />

particularmente traumatizantes para o a<strong>do</strong>lescente, provocan<strong>do</strong>-lhe uma sensação penosa<br />

de aban<strong>do</strong>no e solidão e mesmo alterações no desenvolvimento e maturidade. Os mesmos<br />

autores são da opinião que a perda de um <strong>do</strong>s pais, constitui um factor de risco. As relações<br />

directas, reduzidas e breves tornam-se cheias de inquietações e de ansiedade, logo, mais<br />

propícios a conflitos da que a aproximações confiantes e afectuosas.<br />

Nesta perspectiva, quanto mais um a<strong>do</strong>lescente manifestar um comportamento<br />

patológico ou desviante, mais as relações entre este e seus pais se mostrarão insatisfatórias<br />

e conflituosas. Esta conflitualidade, faz parte <strong>do</strong> movimento psico-afectivo <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente,<br />

referin<strong>do</strong> LIDZ cita<strong>do</strong> por MARCELLI e BRACONIER (1992, p. 304), que "a violência da<br />

revolta é muitas vezes uma medida da pressão necessária para vencer os laços que unem o<br />

a<strong>do</strong>lescente aos seus pais, mais <strong>do</strong> que um índice da sua hostilidade em relação a eles.". De<br />

acor<strong>do</strong> com MATOS (2001), o conflito familiar é uma característica <strong>do</strong> processo de<br />

separação/autonomia <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente ou seja, a sua capacidade em separar-se ou mover-se<br />

para fora da relação com os pais.<br />

FISHMAN (1996, pág. 7), diz que “a existência de um a<strong>do</strong>lescente com problemas<br />

numa família, funciona como o canário silencioso dentro de uma mina, ele é um aviso de que<br />

existem problemas no sistema. Além de ser intensamente afecta<strong>do</strong> pelo contexto familiar, o<br />

a<strong>do</strong>lescente por sua vez afecta o contexto <strong>do</strong> qual faz parte."<br />

Diversos estu<strong>do</strong>s mostram que os motivos de desacor<strong>do</strong> não variaram muito nos<br />

últimos cem anos, mas, as transformações sociais <strong>do</strong> nosso tempo contribuíram para<br />

complicar a relação pais/filhos e a condição de filho único tão comum nos nossos tempos,<br />

torna mais difícil o processo de separação/individuação e mais conflitual a interacção com os<br />

pais (MARCELLI e BRACONIER, 1992).<br />

Para os mesmos autores, na família monoparental os problemas de identificação<br />

encontra<strong>do</strong>s pelo a<strong>do</strong>lescente são particularmente marcantes, sobretu<strong>do</strong> pela ausência de<br />

uma imagem possível de identificação positiva, corren<strong>do</strong> riscos de uma identificação<br />

negativa em ambos os sexos.<br />

Apesar <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente estar decidi<strong>do</strong> a encontrar a sua própria identidade, na<br />

realidade, não se afasta <strong>do</strong>s valores, crenças e atitudes apreendi<strong>do</strong>s no seio da sua família,<br />

embora e segun<strong>do</strong> CORDEIRO (1979), no seu processo de maturação conteste os hábitos e<br />

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