17.04.2013 Views

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Durante a a<strong>do</strong>lescência, a relação pais/filhos modifica-se passan<strong>do</strong> de uma relação<br />

de protecção/dependência para a autonomia/independência. Como consequência, o papel<br />

<strong>do</strong>s pais enquanto educa<strong>do</strong>res intervenientes vai diminuin<strong>do</strong> progressivamente, e os filhos,<br />

de uma forma gradual, vão descobrin<strong>do</strong> e construin<strong>do</strong> o seu meio familiar, profissional e<br />

social, os seus valores de referência e as suas perspectivas. Este processo, nem sempre<br />

fácil, está frequentemente cheio de ambivalência (poden<strong>do</strong> mesmo gerar conflitos), até que<br />

pais e filhos aprendam a desempenhar os novos papeis (PEIXOTO e CATITA, 1996;<br />

CORDEIRO, 1999).<br />

Esta transição de um esta<strong>do</strong> de dependência para um esta<strong>do</strong> de maior autonomia<br />

(FLEMING, 1993) sofre a influência <strong>do</strong> grupo de pares, da família, da sociedade, da cultura<br />

regente e <strong>do</strong>s recursos socio-económicos. Em relação ao contexto socio-económico refere<br />

(PSATHAS, 1957, cita<strong>do</strong> por FLEMING, 1993, p.104).que "as classes sociais mais baixas<br />

dão mais autonomia aos filhos que as classes sociais mais elevadas (...) os pais de classes<br />

sociais médias e altas são menos permissivos que os das classes baixas" Para MELGOSA<br />

(1999) é nesta altura que os desentendimentos entre pais e filhos tendem a acentuar-se. A<br />

atitude submissa de muitos filhos desaparece, e confrontam abertamente as opiniões <strong>do</strong>s<br />

seus pais.<br />

FARATE (2001), indica o carácter disfuncional e a fragilidade de limites propicia<strong>do</strong>res<br />

de um processo conflitual no jovem aquan<strong>do</strong> da procura da sua autonomização.<br />

Numa família, existem componentes, que estão interrelacionadas, influencian<strong>do</strong>-se<br />

mutuamente nos papéis e funções que desempenham, não poden<strong>do</strong> por isso, ser<br />

compreendi<strong>do</strong>s isoladamente <strong>do</strong> conjunto, da<strong>do</strong> que este pela sua estrutura e organização,<br />

modela e condiciona o comportamento <strong>do</strong>s seus membros. (FRAGOEIRO, 1999). O autor<br />

considera “funcional” a família que actua como um sistema aberto, em contínua interacção<br />

com o exterior e <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> de regras próprias. Estas regras, constituem um conjunto organiza<strong>do</strong><br />

de interacções repetidas, que determinam os comportamentos familiares e regulam a<br />

circulação de relações, permitin<strong>do</strong> assim, determinar a adaptabilidade de uma família, isto é,<br />

a sua capacidade de modificação ao longo <strong>do</strong> tempo. Neste tipo de família as mensagens e<br />

a comunicação são claras. No entanto, a sua avaliação não pode considerar-se completa,<br />

sem uma avaliação global <strong>do</strong>s recursos <strong>do</strong> sistema social e da rede social onde está<br />

inserida.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, as famílias “disfuncionais”, tendem a ser rígidas e caóticas, o que<br />

dificulta a sua adaptação. Para avaliar uma família é necessário considerar a dimensão da<br />

coesão e da comunicação assim como a rede social onde está inserida. Este tipo de família<br />

é caracterizada por tender para os extremos de coesão excessiva (aglutinação) ou muito<br />

57

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!