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Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

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maturação social. Para tal, contribui o prolongamento da escolaridade, que retarda a<br />

aquisição <strong>do</strong> estatuto de “o jovem adulto" (MONTEIRO e SANTOS, 1998), levan<strong>do</strong> a um<br />

maior tempo de dependência para com os pais e porque "não dispõem de poder sob a forma<br />

de expressão económica, social, científica e religiosa, sofrem com a própria dependência<br />

imposta" (BERNARDO, 1994, p. 221).<br />

Os diferentes contextos constituí<strong>do</strong>s pela família, amigos, professores, comunicação<br />

social e o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho, proporcionam aos a<strong>do</strong>lescentes, o desempenho de novos<br />

papeis e a descoberta de novas imagens de si próprios. CLAES (1990; p. 52) designa este<br />

desenvolvimento social por “modificações da socialização”. O autor diz ainda que estas<br />

mudanças se desenvolvem em <strong>do</strong>is tempos que constituem outras tarefas<br />

desenvolvimentais; “1 - a libertação da tutela parental; 2 – a substituição gradual <strong>do</strong> grupo<br />

<strong>do</strong>s pares como agente de socialização, o que exige a organização de relações de<br />

competição e de cooperação com os companheiros de ambos os sexos”. É com a<br />

emancipação da tutela parental e da a<strong>do</strong>pção de novas relações com os pares, que o jovem,<br />

vai adquirin<strong>do</strong> a sua vida social. Já foi referi<strong>do</strong> anteriormente, que a a<strong>do</strong>lescência abrange<br />

novas formas de relacionamento com os pais e com os pares e, envolve também a escolha e<br />

preparação para uma carreira profissional que se adeqúe ao self.<br />

Quanto aos aspectos afectivos REYMOND-RIVIER (1973) cita<strong>do</strong> por LÚCIO (1997),<br />

remete-nos para o facto de que o desenvolvimento fisiológico, associa<strong>do</strong> ao crescente<br />

progresso intelectual são os responsáveis pelo desenvolvimento <strong>do</strong>s senti<strong>do</strong>s e da<br />

afectividade na a<strong>do</strong>lescência. Uma característica <strong>do</strong>s seus interesses afectivos é o de não se<br />

restringirem ao círculo familiar, mas estabelecerem novas relações afectivas extra-familiares,<br />

tal como é próprio <strong>do</strong> adulto (BOLÍVAR, 2002). Outra característica afectiva é a<br />

hipersensibilidade, evidenciada por fragilidade e agressividade e manifestada por súbitas<br />

mudanças de humor, com alternância entre as crises de choro, os esta<strong>do</strong>s eufóricos e a<br />

melancolia (MONTEIRO e SANTOS, 1998). Importa salientar que os transtornos de humor,<br />

embora sen<strong>do</strong> comuns nesta fase, podem conduzir ao desinteresse, à perda de prazer<br />

relativamente às actividades e, por vezes, ao consumo de substâncias psicoactivas, como o<br />

álcool e outras drogas.<br />

Uma outra alteração defendida pelo autor refere-se aos modelos de identificação, em<br />

que os pais são substituí<strong>do</strong>s pelos " jovens da mesma idade, o grupo de pares, num<br />

processo de autonomia, de individuação”. A incompreensão, diversas vezes referida pelos<br />

jovens, poderá não ser mais <strong>do</strong> que uma projecção da sua própria dificuldade em se<br />

compreender.<br />

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