17.04.2013 Views

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

Doutoramento Lidia do Rosrio Cabral Agosto2007.pdf - Repositório ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A vida social <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente, começa actualmente, muito mais ce<strong>do</strong> com o início logo após o<br />

terminus <strong>do</strong> ensino básico, da<strong>do</strong> que até então as crianças, estavam confina<strong>do</strong>s ao seu<br />

bairro para depois estabelecerem novos e diferentes contactos noutros locais. Como diz<br />

HOTYAT, (1978,p.192) as crianças "São bruscamente levadas a tomar parte de mil<br />

operações da vida social nas quais quase não tinham participa<strong>do</strong> até então”.<br />

Há pois, que ter em conta “a importância <strong>do</strong>s movimentos pulsionais da a<strong>do</strong>lescência<br />

para a reorganização <strong>do</strong> sistema de relação entre o eu e o mun<strong>do</strong> durante a a<strong>do</strong>lescência"<br />

(REYMOND - RIVIER cita<strong>do</strong> por LÚCIO, 1997,p.30).<br />

Quanto à vida social <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente, CLAES (1985), relata-nos a experiência levada<br />

a cabo por Zazzo. Este investiga<strong>do</strong>r colocou a diversos a<strong>do</strong>lescentes uma questão sobre a<br />

sua preferência face à vida em família ou fora desta, no exterior com outros jovens. As<br />

respostas foram diferentes perante as várias idades. A maioria <strong>do</strong>s jovens com mais de 17<br />

anos, responderam que preferiam a separação da família em caso de dependência<br />

económica (autonomia das condutas), porém, já não se verificava o mesmo em relação ao<br />

aspecto afectivo ou ideológico. Em contrapartida, os mais novos, afirmaram que era<br />

preferível continuar no seio da família. Destas mesmas ideias partilha SAMPAIO (1994),<br />

quan<strong>do</strong> refere que à medida que os jovens vão avançan<strong>do</strong> na idade, começam a aban<strong>do</strong>nar<br />

a posição de dependência em relação aos pais, caminhan<strong>do</strong>, assim, para a autonomia face à<br />

família.<br />

De acor<strong>do</strong> com BERNARDO (1994), a adaptação <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes à vida social é<br />

difícil e, como tal, para conseguirem marcar a sua posição de liberdade e autonomia são<br />

capazes de correr riscos insensatos e recusar o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s adultos. No entanto, esta recusa<br />

faz-se com uma frontalidade extrema no senti<strong>do</strong> de marcar a diferença, o jovem começa a<br />

interessar-se por problemas éticos e ideológicos e a debatê-los, optan<strong>do</strong> e construin<strong>do</strong><br />

valores sociais próprios, como a justiça social, a lealdade, a coerência, a autenticidade. É<br />

frequente surgir a revolta quan<strong>do</strong> a sociedade não se coaduna com estes valores e<br />

aspirações defendidas. As novas capacidades cognitivas de reflexão e abstracção e o<br />

raciocínio hipotético-dedutivo permitem ao a<strong>do</strong>lescente segun<strong>do</strong> MONTEIRO e SANTOS<br />

(1998, p.53), "debater ideias, apreenden<strong>do</strong> a complexidade <strong>do</strong>s valores sócio-morais, bem<br />

como construir uma teoria própria sobre a realidade social".<br />

Da<strong>do</strong> que a a<strong>do</strong>lescência, se liga a um novo estatuto e papel na comunidade, as<br />

exigências sociais podem ter consequências psicossociais importantes, uma vez que o<br />

jovem não pode fazer tu<strong>do</strong> o que os adultos fazem, nem pode fazer "coisas de criança", pois<br />

já não é nem uma coisa nem outra (BALLONE, 2003). No final da a<strong>do</strong>lescência, embora se<br />

obtenha uma maturidade fisiológica, intelectual e afectiva, regra geral, não se obtém uma<br />

52

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!